Friday, November 17, 2006

Dom Fernando I

O novo rei da Fórmula 1? No GPTotal, digo o que penso sobre Fernando Alonso e sua perspectiva para 2007. Vai lá!

3 comments:

Anonymous said...

Gostei muito do texto.

Apesar da ênfase a Alonso, gostei também das notícias sobre Felipe Massa. Ainda não tinha me apercebido de que ele pode ser realmente um desafiante ao título.

William said...

Acredito que talvez não seja nem falta de ambição e que também não estejam dissumulando sua reais intenções. Acho que o problema seja os pilotos de Fórmula 1 hoje, começarem cada vez mais cedo. A coisa se tornou profissional demais. Como comentou o Flávio Gomes outro dia, um garoto hoje começa profissionalmente no kart com 10, 12 anos. Tem preparador físico, assessor de imprensa e o escambau à quatro! Não é mais só sentar e acelerar. Ou seja, desde muito cedo ele começa à viver uma pressão enorme, uma responsabilidade muito grande, que não condiz com sua idade. Ele ainda não tem vivência suficiente para poder absorver e lidar de uma forma menos "traumática", com tanta responsabilidade. E quando se consegue chegar à Formula 1, o ambiente não é o mesmo de 15 ou 20 anos atrás. Não existe mais aquela camaradagem ou cavalherismo de outros tempos. Os garotos são obrigados à viver em uma selva, é cada um por si. A cobrança hoje em dia é muito maior, é preciso dar satisfação à um número muito maior de pessoas. Os patrocinadores de hoje são mega corporações, que injetam milhões de dinheiros (como você costuma dizer) na categoria. O piloto não pode mais nem dizer o que pensa, tudo é controlado. Acho que é meio que uma "crise dos 40", quando muitos homens chegam nessa altura da vida e acham que não aproveitaram tudo que deveríam quando eram jovens, e querem recuperar o tempo perdido antes que seja tarde demais. Muitos arranjam uma mulher 20 anos mais jovem, compram carros esportivos que não podiam ter quando eram adolescentes, e vivem atrás de baladas enchendo a cara e paquerando garotinhas.
Acho que isso chega mais rápido quando se está nessa Fórmula 1 de agora. Por mais que você ame o que você faça, se o ambiente não lhe ajuda à desfrutar de todo o prazer que isso pode oferecer e se você já venceu naquilo que se propôs à fazer, ganhando um título ou dois, é difícil conseguir encontrar motivação prá continuar. A impressão que dá é que eles devem pensar: "Eu preciso ganhar um título logo prá não ter que provar mais nada prá ninguém e não terem o que me cobrar depois, prá eu dar o fora daqui e viver minha vida!" O que nos leva à pensar nos "hora-extra", aqueles que não têm mais nada à acrescentar na Fórmula 1 e não dão espaço para os mais novos. Claro que existe o fator financeiro também, mas quando vem à cabeça a hora de parar, deve pesar saber, a cobrança que vai ter que aguentar daqueles que vão dizer que não conseguiram conquistar nada na Fórmula 1. Realmente é difícil aceitar que você não conseguiu ser bom o suficiente, ou não teve a sorte de estar na hora certa e no momento certo, para conquistar aquilo com o qual você sonhou e trabalhou a vida inteira.
Provavelmente Schumacher tenha sido realmente o último a ir tão longe...

Alessandra Alves said...

marcus: obrigada. o massa parece ter amadurecido bastante nesta última temporada, resta saber como estará a ferrari em 2007.

william: sua abordagem faz sentido, sem dúvida, mas eu normalmente questiono um pouco essa idealização do passado, como um tempo romântico e essencialmente feliz. sim, a fórmula 1 de anos atrás parecia mais amigável, tanto no relacionamento entre pilotos quanto no acesso dos fãs à categoria, mas acho que a alta competitividade sempre foi uma característica dos grandes campeões. sem querer estragar a surpresa, fique ligado na próxima coluna do luis fernando ramos no gptotal. ele joga algumas luzes sobre essa pretensão (ou falta de) de pilotos como kimi e alonso. valeu!