Friday, August 29, 2008
Phil Hill 1927-2008
Morreu ontem o campeão mundial de Fórmula 1 de 1961, o norte-americano Phil Hill. Como forma de homenageá-lo, o GPTotal republica hoje uma coluna minha chamada "Tim Randolhp não gosta de Grand Prix". Para quem leu o texto original, para quem está chegando agora, a caixa de comentários está aberta, como sempre.
Friday, August 22, 2008
Menina de ouro
O título não é original, mas a façanha de Maurren Maggi, sim. A primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha de ouro em esporte individual em uma Olimpíada.
Gosto de mulheres pioneiras. Gosto de pessoas que superam situações adversas, seguram barras pesadas, que escolhem o caminho mais difícil, porém mais efetivo, para suas grandes conquistas.
Parabéns, Maurren!
Sunday, August 17, 2008
Gente que corre
Não é que a Olimpíada de Pequim não tenha me empolgado até agora. Esporte na TV é algo que sempre me atrai e, apesar do fuso horário complicado, até que vi bastante coisa desses Jogos Olímpicos disputados na China. Antes de começar o evento, cheguei a me perguntar se eu torceria contra ou a favor da quebra do recorde de Mark Spitz, pelo fenômeno Michael Phelps.
Por um lado, eu não gostaria que a o único marco positivo da Olimpíada de Munique fosse superado. Afinal, Munique sobreviveu na memória coletiva pelo recorde de Spitz e pelo atentado contra os atletas israelenses. Agora, sobra o atentado. Por outro lado, confesso, gosto de ser testemunha de fatos históricos. Sempre acho que vi ao vivo pouca coisa realmente interessante, e acho que esta impressão persiste apenas, e sobretudo, porque não vi Pelé jogar. Então, se é Phelps que nos resta, torci pela quebra do recorde.
Mas interesse mesmo, de mudar planos para poder assistir algo ao vivo, eu demonstrei quando começaram as provas de atletismo. O final de semana reservou três eventos marcantes para mim. Começou com o acachapante desempenho do jamaicano Usain Bolt nos 100 metros rasos. No ato, aquilo me fez lembrar de Ben Johnson, na Olimpíada de Seul, 1988. Uma distância absurda para todos os outros. E o jamaicano ainda se deu o direito de olhar para o lado, balançar os braços e bater no peito! Isso tudo antes de cruzar a linha de chegada. Ora, não tivesse feito isso, tenho certeza, baixaria ainda mais o recorde mundial, que assinalou na histórica disputa. É surpreendente pensar que, até o início deste ano, Bolt era praticamente desconhecido da mídia, com todo o favoritismo depositado em dois nomes - do norte-americano Tyson Gay e do também jamaicano Asafa Powell.
Eu tinha acabado de voltar do meu treino na Cidade Universitária. Um treino de arrancar o couro, e acabei me atrasando um pouco para um compromisso às 11h30, mas não se perde a prova mais nobre dos Jogos Olímpicos, por isso fiquei esperando os 100 metros rasos. À noite, eu estava caindo pelas tabelas quando me deparei com o final da Maratona feminina da Olimpíada. Mais uma meia-zebra, com a vitória da romena Constantina Tomescu-Dita. As apostas, antes, recaíam sobre a queniana Catherine Ndereba, que acabou ficando com a medalha de prata. Constantina entrou soberana no estádio, para a volta final de 400 metros, que concluiu 20 segundos à frente de Ndereba. A disputa pela prata, no entanto, foi emocionante, com a queniana superando a chinesa Zhou Chunxiu nos metros finais. Gostei muito da vitória de Constantina, que é descrita como uma "mãe de 38 anos", ou seja, a mesma coisa que eu - só que com uma medalha de ouro no peito.
A nota triste da Maratona feminina foi, mais uma vez, o desempenho decepcionante da britânica Paula Radcliffe. Detentora do recorde mundial da maratona desde 2003, com 2h15min25, Paula liderou boa parte da corrida em Pequim, mas terminou apenas em 23º. De maneira inusitada, ela parou pouco depois do quilômetro 20 para fazer pipi! Terminou a prova vertendo mais água - nesse caso, lágrimas mesmo. Foi a segunda Olimpíada em que a britânica chega como favorita e acaba fazendo água. Literalmente.
Para terminar, uma prova arrasa-quarteirão da Jamaica nos 100 metros rasos para mulheres, disputada no domingo. Não bastasse o ouro de Usain Bolt na véspera, as jamaicanas ganharam ouro, prata e bronze. Shelley-Ann Fraser venceu e viu as compatriotas Sherone Simpson e Kerron Stewart dividirem o segundo lugar, em uma decisão atípica - como as duas empataram no tempo e nem a foto da chegada foi capaz de definir quem havia sido a segunda, concederam duas medalhas de prata, uma para cada.
A expectativa, agora, fica por conta da Maratona para os homens, prova que tradicionalmente encerra todos os Jogos Olímpicos. O Brasil tem três representantes: Marilson Gomes dos Santos, José Teles de Souza e Franck Caldeira. Marilson, vencedor da Maratona de Nova York em 2006, é um dos favoritos. Seria de lavar a alma ver um brasileiro conquistar esse ouro, depois do non-sense da Maratona da Olimpíada de Atenas, quando Wanderlei Cordeiro de Lima perdeu o primeiro lugar depois de ser atacado por um pseudo-padre que se jogou à frente do brasileiro para protestar sabe lá Deus contra o quê.
Corre, Brasil!
Por um lado, eu não gostaria que a o único marco positivo da Olimpíada de Munique fosse superado. Afinal, Munique sobreviveu na memória coletiva pelo recorde de Spitz e pelo atentado contra os atletas israelenses. Agora, sobra o atentado. Por outro lado, confesso, gosto de ser testemunha de fatos históricos. Sempre acho que vi ao vivo pouca coisa realmente interessante, e acho que esta impressão persiste apenas, e sobretudo, porque não vi Pelé jogar. Então, se é Phelps que nos resta, torci pela quebra do recorde.
Mas interesse mesmo, de mudar planos para poder assistir algo ao vivo, eu demonstrei quando começaram as provas de atletismo. O final de semana reservou três eventos marcantes para mim. Começou com o acachapante desempenho do jamaicano Usain Bolt nos 100 metros rasos. No ato, aquilo me fez lembrar de Ben Johnson, na Olimpíada de Seul, 1988. Uma distância absurda para todos os outros. E o jamaicano ainda se deu o direito de olhar para o lado, balançar os braços e bater no peito! Isso tudo antes de cruzar a linha de chegada. Ora, não tivesse feito isso, tenho certeza, baixaria ainda mais o recorde mundial, que assinalou na histórica disputa. É surpreendente pensar que, até o início deste ano, Bolt era praticamente desconhecido da mídia, com todo o favoritismo depositado em dois nomes - do norte-americano Tyson Gay e do também jamaicano Asafa Powell.
Eu tinha acabado de voltar do meu treino na Cidade Universitária. Um treino de arrancar o couro, e acabei me atrasando um pouco para um compromisso às 11h30, mas não se perde a prova mais nobre dos Jogos Olímpicos, por isso fiquei esperando os 100 metros rasos. À noite, eu estava caindo pelas tabelas quando me deparei com o final da Maratona feminina da Olimpíada. Mais uma meia-zebra, com a vitória da romena Constantina Tomescu-Dita. As apostas, antes, recaíam sobre a queniana Catherine Ndereba, que acabou ficando com a medalha de prata. Constantina entrou soberana no estádio, para a volta final de 400 metros, que concluiu 20 segundos à frente de Ndereba. A disputa pela prata, no entanto, foi emocionante, com a queniana superando a chinesa Zhou Chunxiu nos metros finais. Gostei muito da vitória de Constantina, que é descrita como uma "mãe de 38 anos", ou seja, a mesma coisa que eu - só que com uma medalha de ouro no peito.
A nota triste da Maratona feminina foi, mais uma vez, o desempenho decepcionante da britânica Paula Radcliffe. Detentora do recorde mundial da maratona desde 2003, com 2h15min25, Paula liderou boa parte da corrida em Pequim, mas terminou apenas em 23º. De maneira inusitada, ela parou pouco depois do quilômetro 20 para fazer pipi! Terminou a prova vertendo mais água - nesse caso, lágrimas mesmo. Foi a segunda Olimpíada em que a britânica chega como favorita e acaba fazendo água. Literalmente.
Para terminar, uma prova arrasa-quarteirão da Jamaica nos 100 metros rasos para mulheres, disputada no domingo. Não bastasse o ouro de Usain Bolt na véspera, as jamaicanas ganharam ouro, prata e bronze. Shelley-Ann Fraser venceu e viu as compatriotas Sherone Simpson e Kerron Stewart dividirem o segundo lugar, em uma decisão atípica - como as duas empataram no tempo e nem a foto da chegada foi capaz de definir quem havia sido a segunda, concederam duas medalhas de prata, uma para cada.
A expectativa, agora, fica por conta da Maratona para os homens, prova que tradicionalmente encerra todos os Jogos Olímpicos. O Brasil tem três representantes: Marilson Gomes dos Santos, José Teles de Souza e Franck Caldeira. Marilson, vencedor da Maratona de Nova York em 2006, é um dos favoritos. Seria de lavar a alma ver um brasileiro conquistar esse ouro, depois do non-sense da Maratona da Olimpíada de Atenas, quando Wanderlei Cordeiro de Lima perdeu o primeiro lugar depois de ser atacado por um pseudo-padre que se jogou à frente do brasileiro para protestar sabe lá Deus contra o quê.
Corre, Brasil!
Wednesday, August 13, 2008
Eu não sou cachorro, não
O motor de Felipe Massa estourou. Foi o que bastou para parte da platéia enxergar sabotagem da Ferrari contra o brasileiro. Uma breve análise do eterno complexo de vira-lata, lá no GPTotal.
Sunday, August 10, 2008
Correndo na pipoca
Nunca fui atrás do trio elétrico, mas sei que é preciso vestir uma camiseta especial para poder brincar no espaço reservado aos foliões agregados a cada bloco. Parece que, no Carnaval de Salvador, a tal camiseta, chamada de mortalha, custa uma fortuna. Quem não quer pagar pela mortalha segue o trio elétrico do lado de lá do cordão de isolamento. Quem pula fora do cordão, diz a gíria, pula "na pipoca". Nas corridas de rua, existe algo parecido.
Quem se inscreve em uma corrida ganha um kit que, normalmente, contém o número de identificação, conhecido como número de peito, o chip que deve ser amarrado ao tênis para registrar a passagem do corredor e, conseqüentemente, marcar seu tempo, e uma camiseta. Ao final da prova, devolvendo o chip, o atleta ganha sua medalha. Entre os integrantes da equipe Conexão, foi absorvida a gíria do carnaval baiano. Quem corre sem inscrição, para nós, corre "na pipoca".
Sempre me inscrevo para todas as provas, pelo prazer de ver meu tempo oficial registrado e, principlmente, para ganhar a medalha. Em geral, não dou bola para a camiseta, porque corremos sempre com o uniforme da equipe. Pois neste domingo, corri "na pipoca". Aconteceu o seguinte: a Corrida do Centro Histórico, organizada pela Corpore, é patrocinada por duas entidades ligadas aos advogados e, por isso, grande parte das inscrições é reservadas a essa categoria de profissionais. Quando fui me inscrever, na mesma semana em que abriram-se as inscrições, elas estavam esgotadas. Mesmo assim, como a equipe já tinha se programado para participar e como eu adoro correr no Centro Histórico, fui "na pipoca".
Costumo me auto-definir como uma paulistana de araque. Conheço pouco do centro da cidade, pouco mesmo, a ponto de me perder. Nunca transitei muito pelo centro e, nos últimos anos, a passagem por ali se resume a essa corrida, tradicionalmente disputada no segundo domingo de agosto. Na verdade, acho isso lamentável. O centro de uma cidade deveria ser sempre seu lugar mais valorizado e bem cuidado. Deveria ser ponto de encontro para o lazer. No entanto, o centro de São Paulo há muitos anos está longe dessa descrição, embora, pelo que dizem seus freqüentadores mais contumazes, esteja melhorando nos últimos tempos.
A Corrida do Centro Histórico tem algumas particularidades. Em vez dos habituais dez quilômetros, esta tem nove. Outro charme dessa prova: em vários pontos, espalham-se grupos de músicos tocando estilos variados para corredores e transeuntes. Na largada, um tenor entoando sucessos consagrados de cantores como Fred Mercury e Andrea Bocceli. Depois, uma cantora de voz agradável mandando ver em uma canção de Marina Lima. No Pátio do Colégio, sempre colocam um grupo de música de câmara. Este ano, um combinação bem original - um quinteto de cordas tocando música renascentista. Mas, que legal!, entre os instrumentos do quinteto, uma guitarra. Se os astros pops passaram, nos últimos anos, a fazer versões "unplugged" de seus sucessos, porque os músicos clássicos não podem subverter essa fórmula e fazer versões eletrificadas de clássicos centenários?
A prova do Centro Histórico tem outra característica perene - muita gente para pouco espaço. São cerca de seis mil atletas, espremidos em ruas estreitas, em um percurso cheio de curvas. Até o quilômetro três, antes de chegar à Avenida Ipiranga, é cotovelada para todo lado. Com isso, passei todos esses trechos acima dos cinco minutos por quilômetro. Eu não estava muito preocupada com o tempo, justamente por saber da dificuldade de correr com tanta gente em volta. Mas, depois do quilômetro três, ao ganhar avenidas um pouco mais largas, fazer o quê? Eu não estava preocupada em fazer tempo, mas comecei a achar espaços e fui aumentando o ritmo.
Correr no centro da cidade é, por vezes, uma aventura meio bizarra. Além de desviar das manchas de óleo deixadas pelos ônibus, desta vez tive de passar por cima de um rato morto e de uma calça jeans (!). Teve gente, na equipe, que afirma ter pulado por cima de um sutiã preto. Isso eu não vi. Mas tem sempre uns grupos de mendigos que fazem festa para os corredores, e uma turma que grita "olha o rapa" quando passamos por ela.
Já depois do quilômetro sete, passei por uma dupla formada por um deficiente visual e por um guia voluntário. Estávamos no meio de uma subida e o cego perguntou ao guia: "Já está acabando a ladeira, né?". Fiquei me perguntando se o fato de não saber onde termina a subida ajudava ou atrapalhava o desempenho do valente corredor. Só consegui concluir o que sempre me vem à mente: como admiro esses deficientes que correm e como respeito a dedicação de quem se propõe a guiá-los.
Embora não estivesse com idéia fixa no tempo, percebi que tinha conseguido recuperar bastante a desvantagem do início. Ia fazendo contas e percebendo que seria possível passar abaixo dos 45 minutos, o que por si só representaria meu novo recorde pessoal para a distância. No ano passado, terminei essa prova em 45min38, ou 5min04 por quilômetro. Quando cheguei à Rua Libero Badaró e zerei o cronômetro do meu relógio, ele marcava 44min35, ou seja, consegui baixar meu tempo em mais de um minuto. Fiquei feliz pelo resultado, claro, mas meio desapontada por não ganhar medalha, desta vez, e por não ver meu nome nos resultados oficiais.
Depois, para comemorar mais uma corrida em equipe, fomos tomar uma café no conhecido Bar do Estadão, tradicionalíssima casa paulistana, famosa por seu sanduíche de pernil, à qual a paulistana de araque aqui nunca tinha ido. Não encarei a louvada iguaria, mas meus colegas fizeram a honra da equipe. Benza Deus!
Quem se inscreve em uma corrida ganha um kit que, normalmente, contém o número de identificação, conhecido como número de peito, o chip que deve ser amarrado ao tênis para registrar a passagem do corredor e, conseqüentemente, marcar seu tempo, e uma camiseta. Ao final da prova, devolvendo o chip, o atleta ganha sua medalha. Entre os integrantes da equipe Conexão, foi absorvida a gíria do carnaval baiano. Quem corre sem inscrição, para nós, corre "na pipoca".
Sempre me inscrevo para todas as provas, pelo prazer de ver meu tempo oficial registrado e, principlmente, para ganhar a medalha. Em geral, não dou bola para a camiseta, porque corremos sempre com o uniforme da equipe. Pois neste domingo, corri "na pipoca". Aconteceu o seguinte: a Corrida do Centro Histórico, organizada pela Corpore, é patrocinada por duas entidades ligadas aos advogados e, por isso, grande parte das inscrições é reservadas a essa categoria de profissionais. Quando fui me inscrever, na mesma semana em que abriram-se as inscrições, elas estavam esgotadas. Mesmo assim, como a equipe já tinha se programado para participar e como eu adoro correr no Centro Histórico, fui "na pipoca".
Costumo me auto-definir como uma paulistana de araque. Conheço pouco do centro da cidade, pouco mesmo, a ponto de me perder. Nunca transitei muito pelo centro e, nos últimos anos, a passagem por ali se resume a essa corrida, tradicionalmente disputada no segundo domingo de agosto. Na verdade, acho isso lamentável. O centro de uma cidade deveria ser sempre seu lugar mais valorizado e bem cuidado. Deveria ser ponto de encontro para o lazer. No entanto, o centro de São Paulo há muitos anos está longe dessa descrição, embora, pelo que dizem seus freqüentadores mais contumazes, esteja melhorando nos últimos tempos.
A Corrida do Centro Histórico tem algumas particularidades. Em vez dos habituais dez quilômetros, esta tem nove. Outro charme dessa prova: em vários pontos, espalham-se grupos de músicos tocando estilos variados para corredores e transeuntes. Na largada, um tenor entoando sucessos consagrados de cantores como Fred Mercury e Andrea Bocceli. Depois, uma cantora de voz agradável mandando ver em uma canção de Marina Lima. No Pátio do Colégio, sempre colocam um grupo de música de câmara. Este ano, um combinação bem original - um quinteto de cordas tocando música renascentista. Mas, que legal!, entre os instrumentos do quinteto, uma guitarra. Se os astros pops passaram, nos últimos anos, a fazer versões "unplugged" de seus sucessos, porque os músicos clássicos não podem subverter essa fórmula e fazer versões eletrificadas de clássicos centenários?
A prova do Centro Histórico tem outra característica perene - muita gente para pouco espaço. São cerca de seis mil atletas, espremidos em ruas estreitas, em um percurso cheio de curvas. Até o quilômetro três, antes de chegar à Avenida Ipiranga, é cotovelada para todo lado. Com isso, passei todos esses trechos acima dos cinco minutos por quilômetro. Eu não estava muito preocupada com o tempo, justamente por saber da dificuldade de correr com tanta gente em volta. Mas, depois do quilômetro três, ao ganhar avenidas um pouco mais largas, fazer o quê? Eu não estava preocupada em fazer tempo, mas comecei a achar espaços e fui aumentando o ritmo.
Correr no centro da cidade é, por vezes, uma aventura meio bizarra. Além de desviar das manchas de óleo deixadas pelos ônibus, desta vez tive de passar por cima de um rato morto e de uma calça jeans (!). Teve gente, na equipe, que afirma ter pulado por cima de um sutiã preto. Isso eu não vi. Mas tem sempre uns grupos de mendigos que fazem festa para os corredores, e uma turma que grita "olha o rapa" quando passamos por ela.
Já depois do quilômetro sete, passei por uma dupla formada por um deficiente visual e por um guia voluntário. Estávamos no meio de uma subida e o cego perguntou ao guia: "Já está acabando a ladeira, né?". Fiquei me perguntando se o fato de não saber onde termina a subida ajudava ou atrapalhava o desempenho do valente corredor. Só consegui concluir o que sempre me vem à mente: como admiro esses deficientes que correm e como respeito a dedicação de quem se propõe a guiá-los.
Embora não estivesse com idéia fixa no tempo, percebi que tinha conseguido recuperar bastante a desvantagem do início. Ia fazendo contas e percebendo que seria possível passar abaixo dos 45 minutos, o que por si só representaria meu novo recorde pessoal para a distância. No ano passado, terminei essa prova em 45min38, ou 5min04 por quilômetro. Quando cheguei à Rua Libero Badaró e zerei o cronômetro do meu relógio, ele marcava 44min35, ou seja, consegui baixar meu tempo em mais de um minuto. Fiquei feliz pelo resultado, claro, mas meio desapontada por não ganhar medalha, desta vez, e por não ver meu nome nos resultados oficiais.
Depois, para comemorar mais uma corrida em equipe, fomos tomar uma café no conhecido Bar do Estadão, tradicionalíssima casa paulistana, famosa por seu sanduíche de pernil, à qual a paulistana de araque aqui nunca tinha ido. Não encarei a louvada iguaria, mas meus colegas fizeram a honra da equipe. Benza Deus!
Wednesday, August 06, 2008
O sonho, o milhão e... o tatame?*
*atualizado depois da correção do leitor
Não é a primeira vez que tenho um sonho premonitório. Nem sempre se concretiza, diga-se. Mas, no ano passado, por exemplo, sonhei em julho que Kimi Raikkonen seria campeão, o que parecia absurdo naquela altura do campeonato da Fórmula 1. E ele foi.
Nesta noite, sonhei que o piloto Thiago Camilo tinha vencido a "Corrida do Milhão", prova da Copa Nextel de Stock Car que acontece no próximo dia 31 de agosto, no Rio. O vencedor levará US$ 1 milhão.
Pode ser que eu tenha ficado com o nome do Camilo na cabeça porque ontem, assistindo a um telejornal, vi uma entrevista com o judoca* Tiago Camilo, desembarcando em Pequim. E pensei que o moço do tatame* tinha o mesmo nome do piloto.
* atualizado depois da correção do leitor
Por via das dúvidas, que fique registrado.
Tenho muita simpatia por vários pilotos da Stock, especialmente pelo Cacá Bueno, meu colega nas transmissões de Fórmula 1 da Bandeirantes, e pelo Ricardo Maurício, tradicional consultor da Porsche Cup Challenge Brasil. Também por Marcos e Pedro Gomes, que vi correr desde que eram adolescentes. A todos, boa sorte. Ao Camilo, se vencer, lembre-se de mim!
Sunday, August 03, 2008
Sorte prostiana
Desta vez, não estou escalada para fazer a análise da corrida de Fórmula 1 pelo GPTotal, mas não resisto a um breve comentário. O GP da Hungria teve uma das mais belas ultrapassagens da Fórmula 1 dos últimos tempos, quando Felipe Massa, largando em terceiro, colocou sua Ferrari por fora, travou os pneus em uma freada retardada e superou o inglês Lewis Hamilton, que largara na pole. Massa, hoje, correu mais que o carro. A Ferrari sempre esteve atrás da McLaren no final de semana em Budapeste, sinalizando um claro favoritismo do time inglês.
Massa reverteu essa aparente desvantagem com um arrojo que lhe é peculiar. É certo que o excesso de ímpeto às vezes lhe traz dissabores, mas não hoje. Massa vinha fazendo tudo certo, e também a Ferrari, que parece ter acertado na estratégia, programando um terceiro trecho mais curto da corrida, depois do segundo pit stop.
Enquanto isso, Hamilton, que parecia imbatível até essa largada desde já mítica, viu a mão pesada do infortúnio sobre seus ombros, quando teve um pneu furado. Tudo parecia bem frustrante para o inglês, que além de perder a corrida, perdia também a liderança do campeonato para Massa. Até que o motor de Massa estourou.
Restando sete provas para o final da temporada, a falta de sorte de Massa parece diametralmente oposta à estrela brilhante de Hamilton. Ainda que as coisas saiam errado para o inglês, o destino parece encarregar-se de consertar. Lembra, cada vez mais, a sorte de Alain Prost, especialmente no Mundial de 1986.
E, a propósito, Kovalainen venceu.
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