Monday, July 24, 2006

Revelação germânica

Te contei que o Schumacher tomou uma tremenda vaia em plena Copa do Mundo? Não?! Então lê a história completa lá no GPTotal e depois me conta o que achou.

34 comments:

Alessandra Alves said...

kowalski: pois é, a gente chega a ter uma pontinha de inveja desse nível cultural e de educação, né? não seria maravilhoso poder vivenciar isso por aqui, também, com os veículos de comunicação exercendo um papel mais informativo do que formador de opinião?

o nazismo utilizou a mídia como importante suporte e o expediente se repetiu e se repete nos regimes de exceção. a globo que você cita foi forjada como existe hoje na ditadura militar. será que vamos ter de passar por algo mais drástico que a ditadura para que nossa mídia absorva uma posição de maior neutralidade.

mas as duas coisas me parecem muito ligadas: o papel de formador de opinião, da mídia, está muito associado ao baixo nível cultural da população. e nessa discussão de ovo e galinha, continuamos vivendo de ufanismo...

Anonymous said...

Os donos dos circuitos de Hockenheim e Nürburgring topam a idéia de alternar os GPs da Alemanha a partir do ano que vem no calendário da F-1. Mas e os proprietários do circuitos de Imola e Monza? Toparão alternar suas pistas para que a Itália tenha só um GP a partir de 2007? E por que não ocorre o mesmo com Magny-Cours e Mônaco? Por que realizar duas provas da F-1 em território francês?
Renato Monteiro
Rua José Naves da Cunha, 353
Bairro: Seminário
CEP 80310-080 Curitiba – Paraná
E-mail: renatokloss@terra.com.br

Anonymous said...

Brou,

Os números não mentem jamais. O Alemão vai ficar para a história.
Concordo com você que os prováveis motivos que fizeram os jornalistas alemães vaiarem Schumacher são os mesmos que fizeram vocês odiarem o Senna.
Mas há ainda a diferença que o público que vai aos autódromos é o fã do automobilismo, e nos estádio outro.
Para mim, o Schumacher tem valores éticos de calhorda. Ele mancha a sua reputação de melhor piloto de todos os tempos ao, por exemplo, parar na curva de Mônaco.
É uma pena que a Fórmula 1 tenha ficado tão chata de assistir.
E pena que o Schumacher tenha chegado em uma época sem rivais a altura.

Véio Gagá - BH said...

Alê, excelente coluna, como sempre. Mas se prepare, porque vão chover críticas das "viúvas". Basta falar o nome do Senna, para que elas se alvorocem. Mas quanto ao tema central, acho (achismo mesmo, pois não conheço a cultura alemã) que a postura dos torcedores alemães tem mais a ver com a necessidade da reconstrução moral da Alemanha pós-nazismo do que com uma verdadeira e mais abrangente ética. É claro que se essa razão os levou a serem mais éticos, ótimo... mas se tal razão é potencialmente efêmera, a ética por ela motivada também o será. Mais adiante, podemos ver alemães aplaudindo as "Dick Vigaristagens" do Schummy. Será?

Anonymous said...

Véio,

Eu não entendi o que você acha que as "viúvas" podem criticar. Aliás, todas as vezes que vi este termo, achei de mal gosto e preconceituoso.

Véio Gagá - BH said...

Gustavo, no Gepeto (GPTotal) toda vez que se fala de Schumacher e Senna no mesmo texto acontece um fenômeno: "Sennistas", "Schumaquistas" e "Piquezistas" se alvoroçam. Ainda mais quando se critica qualquer atitude do herói Senna, como aconteceu no último parágrafo.
Quanto ao termo "viúvas", somente me apropriei de um termo largamente utilizado naquele site, para definir fanáticos por Senna ou Piquet, que os idolatram de tal maneira que chegam a brigar por eles, tal qual torcidas organizadas de futebol. Posso garantir que não tinha pensado - agora reconheço - que esse termo fosse tão inadequado. Peço então desculpas às viúvas, que não merecem que sua condição e seus nobres sentimentos sejam associadas a pessoas como aquelas.
Abraço

Cristiano Pontes Dias said...

Eu nao podia deixar de aparecer aqui, ate pq tu virou minha musa inspiradora ate criei um Blog pra mim.
Sobre a Referida materia, acho simples, questao de Obvia os germanicos repudiaram alguns dos titulos do Schumacher, de qts ele passou por cima?nos como Brasileiros sabemos muito bem ja que temos o segundo "fiel escudeiro" dele pra nao dizer outra coisa.
Entao é isso, nao se questiona o talento e sim as formas que em algumas situaçoes foram obtidos, alias noto que na coluna "estrangeiro" e nessa algumas questoes se cruzam com fatores sociais, isso seria o que exatamente?
Bom essa das Viuvas do Schumacher é inegavel e comico, ja que cada um deve assumir seu rabo ja dizia um ditado, eu mesmo sou Praticamente uma viuva do Montoya....kkkkkkkkkkkk

Alessandra Alves said...

gu: eu concordo que o schumacher usa métodos calhordas, como nesse treino citado por você, em mônaco, neste ano. a questão de que ele não teve concorrentes à altura é bem discutível. ainda que no ocaso da carreira dos outros, ele competiu contra piquet, prost, mansell e senna. embora tenha ganho cinco títulos consecutivos (de 2000 a 2004), vale lembrar que ele ficou quatro anos sem ser campeão, período que consagrou hakkinen e garantiu outros dois títulos à williams (damon hill e jacques villeneuve). acho que cabe uma reflexão, nesse contexto: será que ele não teve competidores à altura ou será que evoluiu a ponto de ser superior a todos os outros? é um bom debate, não?

véio: caramba! sua colocação sobre ética e reconstrução moral pós-segunda guerra daria um post inteiro e uma saraivada de comentários, concorda? pela sua colocação, dá para a gente concluir que a postura da sociedade alemã é de vigilância (não podemos fazer "aquilo" de novo), o que talvez não reflita os desejos íntimos. pano pra manga isso!

gu e véio: o termo viúvas do senna de fato virou uma expressão corrente no gptotal. eu também não gosto dele, mas fui em busca da raiz disso. me parece que a referência mais direta é a expressão "viúvas do pelé", termo que genericamente identificava a torcida do santos, amargando sequências de filas pós-rei. o pandini garante que não foi ele quem cunhou a expressão "viúvas do senna" no gptotal. que o termo nasceu nas cartas dos leitores, em debates extensos (e por vezes raivosos).

Alessandra Alves said...

cristiano: eu confesso que me surpreendi com essa reação dos alemães. tem o fato que o gustavo ressaltou - era um público formado em sua maioria por jornalistas, gente que tem contato mais próximo com o ídolo e tende a desmistificá-lo, até radicalizando contra o próprio. mas eu de fato me supreendi pela revelação sobre zeltweg 2002. não imaginei que aquela ordem da ferrari, para que o barrichello cedesse a primeira posição ao schumacher, soasse tão mal diante deles mesmos. porque fico pensando se fosse o contrário (um brasileiro herdando a posição de um alemão), se teríamos, aqui no brasil, tanta vergonha do ocorrido.

em relação ao que você pergunta sobre "fatores sociais", não sei se entendi sua dúvida. você não quer dar um pouco mais de detalhes?

Anonymous said...

Alessandra,
Sei que serei repetitivo, mas às vezes a realidadé, a vida é repetitiva (assistiu Feitiço do Tempo?).
Então lá vai: puxa, que texto bem escrito!
Olha, permita deixar uma coisa bem clara, não entendo nada de automoblismo, mas não consegui parar de ler, voce navega com habilidade entre diversas categorias esportivas, vai pra "exclusiva" jornalistica pra ancorar na sociologia.
Prazer te ler.
Era só pra isso, não tenho nada de interessaante pra dizer agora(como se alguma vez tivesse tido, hehehe).
Ah, só uma sugestão pra voce e os colegas de blog ponderarem, pro melhor andamento dos trabalhos: postar o que a gente está ouvindo enquanto redige. Ajudará a entender o"astral" da autora, autor, mas o melhor é receber dicas e também poder dá-las.
No meu caso, "Extra", versão Gil e Cidade Negra.
Excelente fim de semana pra todas e pra todos.

Mauro

Véio Gagá - BH said...

Alê, você captou exatamente o que eu quis dizer. Mauro, infelizmente daqui do escritório eu ouço barulho de telefone, dúvidas de estagiários, minhas próprias dúvidas (voices in my head, hehehe), chamadas dos colegas de outras localidades no msn, buzinas, motores de motos, carros e ônibus (meu escritório fica numa rua em aclive). Me veio de relance uma música que poderia ser o fundo disso que eu falei. Será que dá pra adivinhar qual?

Anonymous said...

Caro Véio Gagá, não deve esta, mas bem poderia ser aquele samba que tinha o verso: " Me disseram e garantiram que o mundo ia se acabar..."

Anonymous said...

People, I am really sorry, notaram, que faltou nada mais que um verbo na minha frase, nada menos que o verbo "ser".
Ainda bem que todo mundo aqui é paciente.
Música do momento: Karolina com K, na primeira versão com o Luiz Gonzaga.

Véio Gagá - BH said...

Mauro, poderia ser... poderiam ser tantas as trilhas sonoras de nosso dia-a-dia. Como as trilhas de filmes: música para surpresa, para alegria, para decepção, para correria, para relaxar. Como diria Arnaldo Antunes "Música para ouvir, música para ouvir..." Vou deixar pra vocês "musicarem" a cena que narrei. hehehe
Abraços,

Alessandra Alves said...

mauro: muito obrigada pelo elogio! Eu adoro "Feitiço do Tempo", principalmente pela transformação que torna possível a melhora progressiva do personagem. Delícia de filme.

adorei sua sugestão de compartilhar trilhas sonoras. quando escrevo no escritório, habitualmente não lanço mão do toca CD, porque o lugar é pequeno e outras duas pessoas dividem o espaço comigo. tenho a sorte de ter uma trilha sonora menos tumultuada que a do véio. mas como estou cercada de hospitais no pedaço, ao som urbano normalmente somam-se ambulâncias e, pior!, o helicóptero da amil que leva pacientes para o hospital bem ao lado do prédio comercial em que trabalho.

no momento, escrevendo em casa, ouço a guitarra do meu vizinho de baixo. rapaz cujo carro é adornado por um adesivo do "megadeth". dá para imaginar o tom da trilha?

véio: a sugestão do mauro, evocando assis valente, foi definitiva! cenário de fim de mundo esse, hein? fosse o ambiente menos barulhento, eu sugeriria "ruas da cidade" ("guaicurus, caetés, goitacazes, tupinambás, aimorés, todos no chão").

Anonymous said...

Seriam ali jornalistas especializados em futebol?

Futebol não é esporte, futebol é jogo. Por isso não serve de referência.

Aliás... Essa atitude, a vaia ao Schumacher, é um exemplo de ufanismo. Como quem diz... "O Schumacher envergonha a Alemanha". Algo tanto facista, bem pior que a avacalhação ao Rubinho feita por aqui. E é verdade, ele representa a Ferrari, assim como o Senna representou a Honda e o Piquet a BMW. Japoneses e italianos idolatram os pilotos brasileiros que conduziram o a expressão mecânica de suas almas a vitória.


O Schumacher é um mero trabalhor, que exerce sua função com amor e dedicação admirável. Muitos pilotos tinham como a vitória seu único grande objetivo. O Schumacher tem algo mais, ele busca alguma coisa ali dentro daquele cockpit que ninguém sabe.

Quando sua mãe faleceu, correu e venceu a prova de Imola. Liderava com folga, e a vitória era certa. Mas, com pistas livre aumentou o rítimo, fazendo voltas mais rápidas atrás de volta mais rápida... Até colocar uma roda na terra e voltar a si, baixando o rítimo para o normal de corrida.

O que ele queria? Queria amenizar a dor da perda da mãe? Fez o que a mãe gostaria que ele fizesse?

No GP da Australia, esse ano, ele foi ultrapassado pelo Liuzzi de Toro Rosso... Após a troca de pneus, adotou uma direção agressiva. Passava seguidamente com as rodas na grama, usando bem mais que a pista. O comentário foi que ele estava errando. Na verdade, estava fazendo suas voltas mais rápidas da corrida. Com uma condução que lembrava muito mais um adolescente debil mental cortando o trânsito de forma imprudente que um senhor de quase 40 anos indo buscar seus filhos pequenos na escola.

O resultado é que estampou o muro... Decretaram ali o fim do Schumacher. Ali eu pude imaginar que começaria tudo outra vez, e eu acertei. Ele fez o que desejavamos que o Rubinho fizesse... Que o Fisichella, o Villeneuve, o Heidfeld, o Button, o Webber, etc, fizessem. Mas quem fez foi o Schumacher. Porque?

O ambiente nos
autódromos é sempre dos piores possíveis. Os meninos querem provar o
tempo todo que são melhores, e muitas vezes nenhum vale alguma
coisa... Eu acho que eles gostam de vencer, o Schumacher gosta de
correr. Vencer transforma meninos em homens, correr transforma homens
em meninos... Homens envelhecem e são corrompidos pelo tédio, meninos
fazem do tédio uma ferramenta para crescer. Não por menos existe aquela
velha máxima: Dê um carrinho a um menino e ele será sempre um menino.
É por isso que o Schumacher é o que é.

Véio Gagá - BH said...

Excelente comentário, Eduardo.

Alessandra Alves said...

eduardo, por partes.

antes, digo que gostei muito do seu comentário, mas queria discordar da afirmação de que futebol não é esporte, é jogo.

eu acho tão subjetivo isso de dizer que tal modalidade é esporte e outra não é... acho que se tende a entrar numa discussão sem fim. há quem diga que automobilismo não é esporte porque o desempenho é da máquina, não do homem. (acho isso uma bobagem porque a máquina não se conduz sozinha!). tem quem diga que esporte, para ser esporte, tem que ter bola!

se eu fosse radicalizar, diria que não considero ginástica artística, ginástica rítmica, nado sincronizado, saltos ornamentais como esportes, porque seus resultados não são determinados por padrões mensuráveis, mas por julgamento. não se julga, nesses casos, quem fez mais pontos, marcou mais gols ou chegou na frente, mas quem tirou as melhores notas. haja subjetividade!

mas eu seria incapaz de chegar para uma menina de 14 anos, que treina seis dias por semana, oito horas por dia, equilibrando-se em um pedaço de madeira de 15 centímetros, e dizer a ela que o que ela faz não é esporte.

no mais, edu, afiadíssima sua análise sobre o schumacher. certa vez, citei em uma coluna no gptotal a cena de berger e schumacher voltando juntos de um treino, dez da noite, depois de rodarem centenas de quilômetros em testes privados. e o que sugeriu schumacher quando passou por uma pista de kart? "vamos correr!"

uma hora dessas, ainda vou escrever sobre a diferença de postura entre senna e schumacher, nesse aspecto. sei que vou levar bordoada de todo lado, mas já estou acostumada. o tom vai ser mais ou menos o seguinte: o que schumacher faz sorrindo, senna fazia chorando.

quem viver verá!

Anonymous said...

Alessandra, acho que tenho que concordar com o Eduardo Cabral quando afirma que "futebol não é esporte".
Ora, quando nosso(êpa, "nosso" é muita gente...) Santos jogava bem, pra valer - como se dizia - aquilo não era esporte, sequer jogo. Arte, aquilo era Arte.
Vale lembrar que esse cara que me parece que muitas e muitos de voces gostam ou não gostam, o Schumacher, escolheu o Santos pra fazer umas gracinhas no mundo do futebol.
E o nosso,ahn, digo, vosso Curingão? Taí um exemplo de vida! Porque eu vejo o clube que "...é do Brasil o mais brasileiro.", sendo que o dono é russo, o zelador é iraniano, o melhor jogador é argentino, tá nessa pindaíba e com a cabeça erguida, tenho que pensar: gente, eu também não vou me render!
Avante, caramba!
No mais, Alessandra, as nossas guerras locais também tem seu charme, não? Mossa "fiel" jamais poderia invadir seja lá o que fosse, pois nem o Pacaembu consegue. Já aquela parte da torcida do Grêmio, dá banheiros químicos pra eles que os caras são bons, viu?
Bom pra terminar continuando no Oriente Médio, Alessandra, temos a solução e não estamos sabendo "vendê-la". Seguinte: Israel, Síria e Irã perdem o mando de campo nas próximas três guerras. Os últimos nove combates estão anulados. O Bush, o Blair, os Xeiques todos, o presidente do Irã, o Putin, o Olmert terão que se explicar ao vivo numa mesa redonda. Com direito a muita propaganda de celular, refrigerante, cerveja, etc...
Aliás, notou que os soldados quando acertam alguém não tiram o uniforme pra mostrar que amam alguém nem fazem gestos que embalam bebês?
Boa noite pra todas e todos(música do momento: Vambora, Adriana Calcanhoto).

Anonymous said...

É lógico que dizer assim, que o futebol é jogo e não esporte é só uma vingança de tantas vezes que ouvi que automobilismo não é esporte. O pessoal do futebol se consideram o suprassumo do conhecimento nesse sentido, já que no futebol qualquer um pode ganhar, só depende do homem...

Ale, você deve saber melhor do que eu (não é ironia não, é que eu não tenho tanta certeza mesmo!) da palavra esporte. Se não me engano o esporte vem de Esparta. Onde aqueles gregos corriam pelados para se prepararem e se manterem preparados para a guerra.

Jogo já vem de jocus, gozação... Num jogo um ganha e outro perde. O que importa é a vitória. É só imaginar um jogo de par ou ímpar. O que eu posso ganhar com isso, além da vitória e da derrota?

O que ninguém se toca hoje em dia é da importância das competições automobilisticas no desenvolvimento das fábricas. O seu Honda, após a guerra, passou a montar motores de um estoque abandonado, e logo em seguida desenvolveu seus primeiros motores. A primeira corrida de uma equipe Honda oficial foi no Brasil, o GP do IV Centenário de Motocicletas. Quando terminaram a primeira volta os líderes abriam a segunda. Foram excluídos da competição e não tinham nem dinheiro para voltar pro Japão. A colônia japonesa da cidade que bancou a viagem... Hoje a Honda é o maior fabricante de motores do mundo. Todos se perguntam porque uma empresa do nível da Honda gasta milhões na F1 para andar atrás... Em essência, o esporte serve para preparar e se manter preparado para a guerra. E é isso que fazem até hoje.

Mas há todo um problema com isso hoje nas competições... Vide a falência da F-Renault. A Fórmula Ford antigamente havia competição entre várias marcas de chassi, e por isso funcionava. Os únicos interessados em correr de F-Renault são os próprios pilotos e por isso não dá certo. Quem não acredita nessa tendência humana pela competição, na Inglaterra, onde há mais de 2000 corridas por final de semana, a carga horária de um trabalhador é de 16 h por dia...

Lógico que não é fácil das pessoas que vivem num mundo moderno, cheio de direitos trabalhistas, o que é isso...

Argh... tenho que parar.. depois continuo!!!!


Ahhh, Ale! Na FEI temos aula de religião. A professora é uma doida, que fez parte da guerrilha, foi jogadora de futebol e participou da fundação do PT (e saiu de lá há mais de 20 anos por desacreditar do partido). Ela se tornou minha amiga, talvez por eu ser doido tbm. Ela fica brava quando a bordoada não vem... Quando o homem não reclama, é que não entendeu ou não prestou atenção

Anonymous said...

Como eu ia dizendo, o automobilismo construiu um século de história da industria automotiva. Até no Brasil...

Outro dia vi uma palestra do Jorge Lettry, contando sobre um engenheiro recém-formado que entrou na Vemag. Após três meses de trabalho ele chegou pro Jorge:

-Jorge, posso fazer uma pergunta?
-Faça
-Além de futebol e mulher, vocês também falam sobre carros?
-Não...
-Eu já havia notado.

O Jorge cuidava do bunker onde falavam sobre automóveis, que gerou as maiores riquezas daquela fábrica.

Outro dia, o Montezemolo deu uma entrevista para Veja. E falou sobre como a FIAT saiu da crise.

-Nós paramos de discutir politica e econômica, e passamos a discutir sobre carros. Lembramos que somos uma fábrica de automóveis, uma fábrica ITALIANA de automóveis.

Eu não sei o quão hipócrita foi essa frase do Montezemolo, mas mesmo assim fiquei sinceramente emocionado. A grande sacada da FIAT foi dar o golpe na GM. O Montezemolo é um esportista, e o que se ganha num esporte as vezes não pode ser medido em resultados e quem dirá em retorno publicitário.

As pessoas que vaiam o Schumacher, que falam que a F1 perdeu a graça, elas não tem noção disso, do que uma corrida representa. Elas desejam que o Schumacher seja um exemplo para sociedade, e que uma corrida é só uma forma de entretenimento e diversão. Nossa sociedade foi construída com sangue, suor e lágrimas e não com bons exemplos... Apesar de já termos esquecido isso. Pra mim entretenimento é concurso de cuspe a distância e diversão é soltar pum dentro d'água. Esporte é busca de algo maior.

Um Ferrari construído na Itália e projetado por um engenheiro italiano disputa o campeonato...

P.S.: O Rogério Ceni é um esportista. Talvez seja um fênomeno pessoal de dedicação e amor maior que o próprio Schumacher. Mas o certo é vender a mãe, fechar contrato com a Nike e ir pra espanha para ser idolatrado. O Rogério Ceni não tem cara de ser um menino saído da favela, nunca o vi ao lado de mulheres fabulosas ou torrando grana com carrões. E por isso não é um simbolo de ascensão social, não serve de exemplo para os brasileiros.

-No mês que vem eu completo 16 anos vestindo a camisa do São Paulo. Estou próximo de completar 700 jogos no time titular e muito feliz por ter igualado o Chilavert (62 gols na carreira) e os craques Pedro Rocha, Müller e Palhinha (10 gols em Libertadores). Depois da minha mulher, filhas e família, a maior alegria que eu tenho no mundo é o São Paulo. Tenho muito orgulho por fazer parte da história do clube – afirma Rogério Ceni.

Depois de tanto escrever tudo parece disconexo e sem sentido... auauhhahua :D

Anonymous said...

O Brasil teve um piloto que tinha a mesma (ou até mais) “ética” dentro da pista que o Schumacher. A diferença é que depois de 12 anos da morte dele tem gente que acha que ele era Deus e não fazia nada de errado, principalmente na atividade profissional dele, apesar de várias vezes ter colocado a integridade física de outros em perigo.

O povo brasileiro é o mais hipócrita que existe. Gosta de reclama de todos e não olha para prova face no espelho. Se fizesse isso, talvez aprendesse uma bela lição de como ser uma nação com o povo alemão.

Começado por exemplo, a tratar esportistas com tal e não como heróis e mártires. Gente que se arriscam para ajudar o próximo é que são verdadeiros heróis. Gente que se arrisca por motivos individualistas são todos os pilotos de competição de alto nível que já existiram, principalmente essa geração que começou no meio dos anos 1980 na F-1 até a geração atual.

Se a nossa nação tivesse caráter teríamos vaiado o nosso Schumacher também e não apoiar a sujeiras na pista que ele fez.

Anonymous said...

Pelo que eu vejo em cobertura de Copa do Mundo, vaia de jornalista e nada é a mesma coisa. Pois, a grande maioria (não é seu caso) gosta é de bajulação. Só para citar um exemplo local, antes da Copa desse ano, todos os jornalistas ficavam fazer excessivos elogios a nossa seleção. Depois do que aconteceu as criticas também são excessivas e sem sentido.

Quem vê de fora pensar que um jornalista antes de tudo é sujeito rancoroso que tem inveja do sucesso alheio, isso quando não quer tirar uma vantagem. Só diz uma meia verdade quando é conveniente.

Logicamente eu estou citando a maioria, pois sabemos muito bem que muitos que cobrem automobilismo sequer sabem onde fica o tanque de combustível de um carro.

Alessandra Alves said...

mauro: saudade dos seus comentários bem-humorados! e, pode estar certo, não fico nem um pouquinho chateada com os gracejos em relação ao corinthians. merecem cada vírgula de piada. sabe, vivo um momento historicamente importante em minha vida, desde que, há algumas semanas, comprei com meu próprio dinheiro, escolhendo diretamente na loja, minha primeira peça de roupa verde. sim, atravessei quase quatro décadas de vida me recusando a usar as cores do adversário mais ferrenho. senti-me liberta ao comprar aquela blusinha verde! nada mais me detém!

a trilha sonora do dia é "outras palavras", caetano em sua melhor forma.

edu: putz, cara! esse aspecto que você destacou, do automobilismo como banco de provas da indústria, se você se lembra, foi meu primeiro tema no GPTotal. levei bordoada de todo lado, porque concordo com você que o esporte a motor teve, de fato, esse caráter desenvolvimentista há algumas décadas, mas hoje a fórmula 1 me parece muito mais um grande, poderoso e eficientíssimo outdoor do que propriamente um laboratório para a indústria.

agora, em relação ao que você falou sobre o schumacher, fecho inteiramente com você. ele é um esportista, só isso (ou tudo isso?!). não é candidato ao prêmio nobel. no brasil, tendemos a projetar nas celebridades todas as qualidades que gostaríamos de ver refletidas em nós mesmos, como povo. criamos, com isso, heróis ou vilões nacionais, porque tamanha expectativa não comporta meio termo, concorda?

agora, em relação ao rogério ceni, hauahuahauhauha! acho que ele caiu aqui de pára-quedas!!!

kart: pois é, complementando o que escrevi acima, para o edu. dois pesos, duas medidas, né? quando são os "nossos" que tem atitude de não levar desaforo para casa, de tirar vantagem a qualquer preço, isso é destemor, é valentia, é senso de oportunidade. quando são os outros...

bassa: olha, discussão interessante essa, viu? jornalista bajula ou critica? aplaude ou vaia? porque sempre essa dualidade, porque é tão difícil para nós (me incluo porque sou jornalista) manter uma posição de real neutralidade? muitas vezes, em busca de transparecer imparcialidade, o jornalismo carrega nas tintas da crítica. por outro lado, quando está afinado com alguma causa (ideológica, comercial etc.), tende a relevar os defeitos, a enaltecer só o que convém. eu sou muito cética em relação à imparcialidade da imprensa. acho que sempre, sempre!, se defende um dos lados da questão. por isso, prefiro veículos que tornam suas posições claras, do que aqueles que se auto-postulam imparciais, mas que na verdade escamoteiam uma posição.

Anonymous said...

huaahuh!

Lembro de sua coluna sim! Porém há uma pequenúscula diferença. Não é exatamente um laboratório, talvez um rascunho do tal.

O mundo é muito complicado. Uma corrida é uma leve simplificação disso, onde podemos observar e entender melhor como as coisas funcionam. É racional, mas não necessariamente cientifico.

Vou tentar te mostrar um outro lado: Você é jornalista e poderia vender tudo que escreve. Mesmo assim nos honra com suas palavras (sempre tão bem colocadas) aqui nesse blog.

Em essência você está brincando aqui.

Até mesmo os animais brincam, como cachorros que correm no quintal. Segundo o tal do Darwin os cachorros que não brincavam morreram pelo caminho. Um cachorro que não corre por brincadeira não vai conseguir correr quando precisar fugir. Um jornalista que não brinca de escrever não escreve, e um engenheiro que não brinca de projetar não projeta. O melhor disso é que nem percebemos essa nossa obrigação moral :))

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Tenho um amigo, que quando tinha 17 anos fez a besteira de aceitar uma carona minha. Eu desci a bota pela estradinha que liga a Imigrantes a FEI. Quando ele tirou carta e comprou seu carro, passou a ir correr na estradinha. Eu fiquei assutado quando me contou, mas aí um dia fui andar com ele. Andou rápido e com segurança, e eu me senti muito orgulhoso.

Hoje ele me contou que saiu com o irmão mais velho, que tem família e empresa para cuidar. Foi num campo vazio brincar com o carro. Ele fez curvas escorregando, deu cavalos de pau. Ele fez seu irmão se divertitir, e ele se sentiu bem e orgulhoso por proporcionar tais momentos ao irmão. E quanto ele me contou eu também...

Alessandra Alves said...

edu: remetendo aos comentários literários do post acima, agora você deu uma de riobaldo, de "grande sertão:veredas", cujo mote mais recorrente é "viver é muito perigoso" (você disse "o mundo é muito complicado").

puxa! tanta coisa para falar a partir do seu comentário. vale até uma coluna, não vale?

vou dar algumas pinceladas rápidas, apenas:

sua colocação de que a fórmula 1 é um rascunho da tecnologia (ou da vida, ou desse mundo complicado...)é bela, poética e acho que temos de conservar sempre essa veia, digamos, idealista. porque o evento agigantou-se tanto, envolve hoje tanto dinheiro que parece, a um tempo, que todo mundo está lá para faturar a maior quantidade possível de vil metal, não para superar recordes, ser herói, superar-se a si mesmo.

e nós, que amamos esse esporte, podemos até pensar que é tudo grana, na análise fria do dia-a-dia, mas no fundo sabemos que não é (só) isso que move aqueles malucos a vestir um macacão e encarar aqueles desafios.

eles sabem e nós sabemos também que eles projetam nossos sonhos, nosso ímpeto de vencer e de sermos melhores hoje do que fomos ontem.

nesse ponto, achei fantástica sua comparação com seu evento pessoal, na estrada que liga à fei. naquele momento, você foi o herói, projetou o desejo do seu colega de ser mais rápido, de dirigir como um piloto, de sobrepujar-se à máquina, impondo-lhe seus próprios limites. você, provavelmente, é o schumacher daquela estrada e cada um tem em si a semente de ser o schumacher de alguma coisa: de dirigir um carro, de ensinar uma matéria, de assar um bolo, de fazer bolinhas de sabão, o que for!

só para registra: a cena do seu amigo fazendo loucuras com o carro no campo vazio parece uma cena do filme/desenho "carros". você viu?

Anonymous said...

Herói? Eu? Só se for o Chapolin Colorado!

Talvez minha imagem de herói seja diferente da sua. Herói faz coisas que nós não fazemos. Tem visão de raio x, voam, e outras coisas que não seriamos capazes de fazer. Tipo atravessar mares desconhecidos, falar o que ninguém teve coragem de falar, etc. Quando ele me viu fazendo aquilo, achou legal e viu que era capaz de fazer também. E ele anda até melhor do que eu hoje. Só não anda melhor de fato porque ele não guia um Chevette ou qualquer carro melhor.

Aliás, quando vejo o Schumacher guiando noto que ele se parece comigo. Tem uma tocada extremamente elegante. Só que ele faz isso com Ferrari de 800 cv, e eu com um Chevette de 82 cv. E de fato todo mundo tem a impressão que qualquer um faria o que o Schumacher faz. Eu gosto disso.

Eu assisti Carros.. E o filme é muito bom! Eu estou me lembrando, acho que é no filnal do filme. O Doc e o McQueen se divertindo, e a imagem que a Piston Cup era apenas uma taça vazia!

O Doc representa uma fase áurea dos americanos, quando seus carros eram os mais modernos do mundo. O Rei foi o ponto alto antes da crise do petróleo. Aquele vilão é a decadência técnica e moral, da época que os americanos faziam verdadeiras carroças. E o McQueen é o presente e o desejo de um futuro melhor!

Até!

Alessandra Alves said...

edu: você ainda não é pai, né? por isso sua visão de herói está associada a superpoderes. no dia que você levantar uma pipa no ar e constatar o olhar maravilhado do seu filhinho, vai saber que todos podemos ser heróis, ou fazendo algo que só nós fazemos daquele jeito, ou plantando no outro a semente de se descobrir e se desenvolver.

sobre "carros", eu até ia escrever sobre isso no gptotal, mas acabou não rolando. eu sempre fico com o pé atrás em relação às produções da disney, que costumam ter um viés moralista (não moralizante). mas "carros" me venceu, adorei o filme. talvez essa dualidade entre a tradição nostálgica (que é ao mesmo o King, referência a Richard Petty, e a Rota 66) e a modernidade corrompida e impessoal (o vilão Chick e a nova auto-estrada) sejam uma auto-crítica social muito sensível, por isso me afinei com a história.

e a cena a que me referi era essa mesma: mcqueen e doc correndo naquela pista de areia. era óbvio que aquele treino ensinaria mcqueen a fazer a tal curva para a esquerda, que lhe garantiria a vitória no final (vitória que afinal não houve!). mesmo assim, foi uma cena bacana de se ver: uma coisa meio karatê kid, reforçando o respeito à experiência dos mais velhos, valorizando a obstinação. não vejo a hora que saia em dvd!!!

Anonymous said...

É, eu ainda não sou pai! Meu amigo tem um filho de 3 anos, que nasceu com cancêr (praticamente curado). Um dia ele achou uma bexiga atrás do sofá... E eu nunca vi ninguém tão feliz na minha vida! Quase babava de alegria!

É... Eu não tinha percebido isso... E sabe, talvez ainda tenha alguma relação com aquilo que eu falei sobre brincar. Eu ainda tenho que pensar muito sobre isso!

O filme é Carros é mesmo impressionante, ele é bom nos mínimos detalhes. É um trabalho invejável!


Olha o que o Flávio publicou:

Pensata II

SÃO PAULO (picanha a 12,90 o kg, comprei 5) - Algo que eu não sabia, e é interessante. Toyota e Honda têm uma altíssima rotatividade de mecânicos na F-1 (não necessariamente em funções vitais). Mandam os funcionários de suas fábricas para trabalhar um ou dois anos nas corridas, e depois os trazem de volta para as linhas de montagem.

O objetivo não é fazer com que aprendam nada em especial sobre controle de tração ou amortecedores de massa, mas sim inseri-los num ambiente hostil e competitivo para que ao voltar apliquem conceitos de competitividade nas suas atividades do dia-a-dia.

Para que apertem um parafuso na fábrica com a mesma gana, responsa e tensão com que trocam um pneu num pit stop, em resumo.

Na visão japonesa, a F-1 não serve só para fazer propaganda e vender mais carros. Serve para aperfeiçoar seus operários, também.

Anonymous said...

Que bom ler sua opinião Alessandra, pois é triste constatar que esse tipo de distorção virou uma espécie de bengala moral para muitos. Se formos analisar a fundo é a famosa Lei do Gérson em seu mais bruto estado. Já está na hora de tiramos essa fantasia bonita de moralidade que está cheia de tamanha hipocrisia. Parabéns pela coluna. Foi excelente.

Só mais uma coisa: pede para o Panda liberar para os internautas que não possuem um Blogger o direito de postar no blog dele. Eu sei os motivos que o levaram a tomar essa atitude, são muito justos, mas o mais equilibrado era fazer uma moderação um pouco diferente. Ao invés dele bloquear todo mundo que não possui um Blogger como acontece agora deveria fazer a moderação da seguinte maneira: ativaria a função “A moderação de comentários foi ativada. Todos os comentários devem ser aprovados pelo autor do blog”. Assim, fica mais democrático, pois inibe a atuação dos baderneiros e não afugentam os leitores fiéis e totalmente comprometidos com uma troca saudável de informações.

Um abraço bem carinhoso para a nossa maratonista preferida.

Anonymous said...

Digo, fundista... rsrsrsrs

L-A. Pandini said...

Kart, sua sugestão foi (bem) recebida e já está colocada em prática.

Obrigado e abraços. (LAP)

Anonymous said...

O que achei? Achei teu blog muito bom, Alessandra. Voltarei mais vezes, sem dúvida. Parabéns! Te convido a me visitar. Abração!

Anonymous said...

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