Thursday, March 02, 2006

O grande armário

Dá uma passadinha lá no GPTotal e veja minha coluna "O grande armário", depois comenta, lá ou aqui.


9 comments:

Anonymous said...

Olá Alessandra!
Sou estudante de Relações Públicas, e neste semestre farei uma monografia envolvendo assessoria de imprensa e veículos online do setor automobilístico. Gostaria, se possível, conversar contigo a respeito.
Obrigada,
Lidiane Faria
lidiane@sailormoon.com

Anonymous said...

"Se homossexualismo fosse normal... Deus teria criado Adão e Ivo." Gilberto Braga.

"Antigamente o homossexualismo era proibido no Brasil. Depois, passou a ser tolerado. Hoje é aceito como coisa normal... Eu vou-me embora, antes que se torne obrigatório." Arnaldo Jabor.

Anonymous said...

Olá Alessandra,

como sempre gostei de seu texto. Essa estória ou história a respeito de uma ligação homossexual entre James Hunt e Lord Hesketh eu já tinha ouvido, mas também ouvi outras sobre James Hunt e aí é caso de se pensar numa possivel bissexualidade de Hunt. Sobre Jim Clark, essa coisa de sofisticação e tal me lembra um episodio de Seinfeld quando acham que ele é gay. Mas você esqueceu de mencionar, que no Rugby, um esporte violentissimo, de "macho" portanto tem em sua grande maioria gays assumidos praticando. Um bom argumento para derrubar preconceitos cretinos.

Anonymous said...

alê, gostei da coluna, parabéns!

e ter medo de gay é igual a ter medo de gostar de gays ou gostar de ser gay ou não saber que se é gay, né? ainda bem que deus não existe (e duvido que o gilberto braga, ele próprio gay, tenha repetido esse chavão antiquequésimo)...

Anonymous said...

alê, tbem gostei e fiquei pensando na versão feminina da coisa - tenho a impressão que mulheres atletas sempre são tomadas por lésbicas, sendo ou não. já ouvi absurdos de meninas (gays inclusive) comentando este assunto. vc sente este estereótipo-rótulo-sei lá o quê quando cobre esportes? o que vc acha?

Alessandra Alves said...

marcinho, eu tomo essas duas frases como piada (de mau gosto). muita gente acha que não há nada demais em fazer piada com minorias, mas suspeito que quem mantenha essa idéia faz parte do perfil macho-adulto-branco, sempre no comando. e concordo com a vange: acho pouco provável que essa frase atribuída a gilberto braga seja mesmo dele. se bem, vange, que o zé simão fez tanta piada com o brokeback mountain que eu não duvido de gente que joga contra o próprio time.

alan, bem lembrada essa história do rugby. há algum tempo, no blog do pedro alexandre sanches, alguém comentou sobre uma comunidade gay no mundo do hip-hop, que é tradicionalmente homofóbico. as barreiras estão caindo, que bom!

vange: em meios conservadores, hipócritas, segregacionistas, como a Fórmula 1, eu vejo ainda mais evidente essa faceta do medo de ser, parecer ser ou gostar de ser gay. entre as manifestações que colhi, lá no GPTotal e também no blog do Flavio Gomes, que linkou para lá, estão algumas contra as quais eu nem me dispus a argumentar. leitores irados com o que chamaram de "insinuação", "fofoca", "maldade" etc., apenas pelo tema da coluna. não me disponho a argumentar porque esse tipo de comentário revela um viés totalmente contrário ao que eu expus. se o leitor ainda está empenhado em negar que existe homossexualidade onde quer que seja, ou se prega a necessidade de que não "julguemos os outros", então não falamos a mesma língua.

marcia: já ouvi - dezenas de vezes! - que comento futebol "como um homem". acho que isso responde sua pergunta. eu sinceramente me desanimo com essas coisas, acabo engolindo para não perder as estribeiras, porque ter piti, no estereótipo predominante, também é coisa "de mulher". já me disseram, na cara, que eu não levasse a mal certas colocações, "mas o pessoal fala porque automobilismo É coisa de homem". meu primeiro emprego foi de redatora de esportes, na folha de s.paulo, quinze anos atrás. tive a sorte de ter encontrado profissionais que passavam longe dessa cabeça quadrada, como o flavio gomes, meu primeiro editor, quem me contratou e se tornou um grande amigo. as resistências maiores que encontrei foram nas reações dos leitores. vai sair (acho que amanhã), uma entrevista comigo no site www.f1naveia.com.br, em que abordo bastante esse tema. depois, eu ponho um link (cada vez que escrevo o nome desse site, me dá vontade de rir - parece f1 na véia! hahahahaha)

Pedro Alexandre Sanches said...

alessandra, nem sei se o gilberto braga e o arnaldo jabor falaram aquelas frases, mas até faz lá algum nexo com outras posições que conhecemos deles, né? tipo classe "a" encastelada, eu quero dizer... aqueles que, mesmo tendo lá suas "dissidências" internas, são contra tudo aquilo que não seja "o macho-adulto-branco, sempre no comando"...

Anonymous said...

Alessandra,
Já fiz esse comentário no blog do Gomes, mas vou repetir aqui, até para complementá-lo.
Concordo com seu texto com resalvas. No trecho "O fato é que a Fórmula 1 (...) é um dos maiores redutos de machismo e sectarismo da atividade humana" transpira o pior do "politicamente correto", uma das piores coisas que importamos dos EUA (e de lá só importamos o que é ruim, a parte boa deles nos ignoramos).
Tenho certeza que uma mulher, um negro ou hispânico fora-de-série teria espaço garantido na F1. Até mesmo um gay (não diria um travesti/transformista).
A questãio principal é que a grande maioria dos pilotos iniciantes se enquadram no perfil "homem branco". Como encontrar qualidade de pouca quantidade? É possível, mas muito difícil.
Não acredito que algum tipo de cota seja a solução (imagine cotas para americanos brancos na NBA, onde a maioria dos não negros vem de outros países).
O preconceito pode existir, mas imagine o retorno financeiro e de imagem para a F1 se um gay, ou mulher ou negro vencer. O dinheiro fala mais alto que qualquer preconceito (o que não censuro, pois a necessidade de se "lucrar" faz com que qualquer produto tenha melhor qualidade).

Alessandra Alves said...

daniel, essa discussão é longa, sobre cotas, ingresso por competência, retorno financeiro, lucro etc. eu só não vou me alongar nisso agora, porque acho importante me ater a um ponto anterior a essa conversa.

você parte do princípio que a fórmula 1 não abriga ou abrigou nenhum piloto homossexual, e nesse sentido têm lógica suas colocações. mas o meu ponto é outro, a começar pelo título da coluna - "O grande armário".

sustento minha opinião de que a fórmula 1 é machista e sectária porque acho impossível que na história da categoria não tenha passado um único piloto homossexual. o fato é que ele (ou eles) nunca teve/tiveram ambiente para se assumir como tal, se assim desejassem. ficaram sempre no armário, um grande armário de quase 60 anos.