Dia desses, entreguei um cartão de visita a um interlocutor, durante um evento, e nos pusemos a falar da origem de nossos nomes. Proferi a frase que resume minha sina – “Tenho nome de época e sobrenome de pobre.” Chama Alessandra? É do começo da década de 70, pode apostar. Alves, Souza, Silva, Santos, Pereira, Oliveira não são nem nomes. Isso é domínio público.
Uma vez, na época do vestibular, cheguei a fazer uma prova, na PUC, com uma classe inteira composta de Alessandras. Umas vinte e cinco defensoras da espécie humana, que é o significado do nome. Como se vê, fomos todas incompetentes, já que a humanidade está indo pelo ralo. Tomar emprestada tal origem é uma pequena licença poética. Alessandra é derivado de Alexandre, este sim o defensor dos homens. Pelo jeito, faltam Alexandres na praça.
Sou a primogênita e sempre tenho a impressão de que o filho mais velho carrega a expectativa de ser um varão. Minha mãe diz – e não tenho motivos para duvidar – que ela sempre sonhou em ter uma filha. Mas não tenho dúvidas de que a torcida por um XY era grande na família paterna. Sucedi outras duas primas naquele ramo familiar e meu pai, além do mais, era o único homem daquela geração. Ele nunca disse e eu também seria leviana de afirmar tal frustração, até porque o varão veio cinco anos depois, mas sempre deve restar aquela ponta de esperança de que alguém carregue o sobrenome gerações à frente. Grande coisa, um Alves...
Mas afinal cheguei ao mundo em uma quinta-feira pós-Carnaval, mostrando ao mundo o que a paulista tem. Os nomes estavam parcialmente definidos. Se fosse um menino, meu pai pensava em Sérgio Ricardo. O único que me vem à mente é o da violada na platéia, mas acho que a inspiração era mesmo a avalanche de nomes compostos daquele fim de anos 60. Tanto que, para menina, aventava-se a possibilidade de Ana Cláudia. Só que já havia uma Cláudia na família e minha mãe não queria que eu virasse Ana ou Aninha. Balançava por Vanessa, mas aí morava um problema.
Uma das minhas avós, a trasmontana metódica na cozinha, enrolava-se com Vanessa e acabava se referindo à futura neta como Valeska, que minha mãe definitivamente não apreciou. Eis que surge o príncipe, ele mesmo, Ronnie Von, apresentando sua filha ao mundo – Alessandra!
Minha mãe adorou o nome e bateu o martelo. Só que Alessandra são dez letras, com encontro consonantal e tudo, quase um trava-língua para outras crianças. Logo virei Lelê para os primos. Na infância, eu tinha ódio de morte se alguém se chamasse de Alexandra. Era quase uma ofensa, sei lá por que razão. Ainda hoje, acho estranho quando me perguntam o nome, na hora de preencher uma ficha, e tascam o xis no meio. Eu disse Alessandra, não Alexandra, pô! No fundo, acho que hoje até gostaria mais de me chamar Alexandra, menos comum, talvez menos datado.
Tive fases distintas, de preferir me chamar outra coisa que não Alessandra. Quando era criança, achava que o nome mais lindo do mundo era Beatriz, e creio que muitas das minhas contemporâneas pensavam o mesmo, porque tem uma pá de Beatrizes na faixa dos seis, sete anos, filhinhas de Alessandras, Adrianas, Andréas, Lucianas. De brincadeira, vestindo personagens para platéias seletíssimas, assumindo apelidos circunstanciais, já fui Maria do Carmo, Maria de Lourdes, Letícia, Camilinha, Monica. Ao fim e ao cabo, sou sempre Alessandra, datado e dotado de uma característica estapafúrdia: de trás para frente, vira Ardnassela, que pode não significar “o defensor da espécie humana”, mas é inegavelmente a descrição do que acontece com certa parte da anatomia humana quando se anda muito tempo a cavalo.
E você, qual é seu nome? Que história ele tem?
Thursday, February 15, 2007
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20 comments:
Ardnassela, Alessandra? que maravilha! ri muito aqui.
Você chegou a ler um post meu chamado "História de mabaças"? Pois nele eu toco nesse assunto de nomes. Brinco em casa que meu nome foi escolhido à toa, uma vez que, nessa história de serem duas, houve uma trapalhada na leitura do ultrasson e disseram que seria um casal. Lígia e Victor. E a Joana??? Só na hora que me viram. "Ih, uma menina", deve ter sido assim. Mas hoje gosto tanto do meu nome! Acho Joana a minha cara. Acontece isso com você? às vezes eu acho que eu só poderia ser outra Joana.
Meu nome nunca foi comum, isso é legal, mas já foi um aborrecimento. Porque tem um tal Pinto - só podia ser do meu pai, óbvio! hihi - no final que me fez vítima, quando criança, de tudo o que é brincadeira. O Rizério, que vem no meio, era um trava línguas também. Já pensou quem impasse? Como é seu nome? Joana Pinto, hahaha. Joana Rizério - Joana o que?
Mais tarde fui parando de ligar pro Pinto e percebendo as utilidades um sobrenome diferente como Rizério. Ao menos, é um trava língua charmoso. Rizério ou Risério vêm de uma família única no Brasil que teve origem em Brumado, cidade ao sul da Bahia. Algum imigrante italiano analfabeto ou um mal escrivão registrou esse sobrenome ao invés de Rizelli ou Rizzieri. Não existe Rizério na Itália, mas os outros dois tem aos borbotões. Acha mesmo que eu tenho nome de escritora? de jornalista?
Quero ver a história do nome do Mauro!!
Beeeeeijoooooosssssssssss!!!!!!!
Olha, de nome eu não posso reclamar. Primeiro pensaram em Edson, mas na família já tinha uma Elza e uma Elzinha e um Edgar e um Edgarzinho, então meus pais (mais a minha mãe do que meu pai pra falar a verdade) desistiram de Edson. Mesmo porque ia ser uma complicação, pois minhas tias chamam meu pai de Edinho até hoje, o que me relegaria a algum apelido provavelmente vindo de alguma situação ridícula ou traumatizante, que me perseguiria pelo resto da vida, tipo, Sardento, Alemão (fui o primeiro loiro da família), Draga, Trombadinha de Pernas de Cabrito... Enfim...
Aí surgiu a idéia, bom, já que não iremos homenagear o pai, homenagiemos os avós... Mas qual deles? Na hora a minha disse, Deus que me livre, já pensou chamar o coitado de Antonio Miguel ou Miguelantônio???? Meu avô Antonio até disse que soava bonito, mas de novo o veto materno foi mais forte (Deus iluminou meus pais de novo)... Aí me sobrou Guilherme. Não que eu não goste, mas também não amo de paixão. Na verdade a única opinião que eu tenho sobre ele é que é grande demais pro meu gosto. Mas não chega a ser um defeito. E o apelido não poderia ter ficado melhor. Gui. Simples, curto, pequeno. Todo mundo me chama assim, desde o pessoal de casa até os donos do escritório onde trabalho. E eu gosto.
(continuando)
Já os sobrenomes.... Passei um misto das experiências da Alessandra e da Joana. Meu último nome é Souza, assim como o sobrenome de metade de São Paulo, especialmente da metade nordestina. Nada contra o nordeste, mas o que tem de Souza por lá é brincadeira.......... Enfim, meio mundo chama Souza, e na minha vida já encontrei alguns Guilhermes de Souza. Até tentei emplacar Guilherme de Souza, mas sempre me soou ruim e muito comum.
Porém, durante a minha infância só me sobrou usar esse nome mesmo, pois o sobrenome do meio, o materno, é Barranco... Daqueles, de cair rolando, de acabar o mundo encostado nele, sabe?
Aí já pensou como um criança se sente sendo chamado de ribanceira? Ou de barraco... Enfim, rejeitei o Barranco pelo período escolar e segui como "de Souza". Mas felizmente eu cresci, fiquei mais seguro de mim mesmo, um pouco mais inteligente e depois que entrei na faculdade vi que era um diferencial, me tornava inconfundível. Lembro até hoje que na minha turma de faculdade eramos dois Guilhermes. Eu, o Gui Barranco, e ele, o Gui Pizza (porque era dono de uma pizzaria), e olha que o sobrenome dele nem é muito ruim, é Alvin. Mas comparando, acho que me dei melhor do que ele em termos de identidade estudantil.
A partir daí incorporei o Barranco de corpo e alma, e hoje, geralmente, só uso o Barranco pra tudo, profissional e pessoalmente, pra desgosto do meu pai... Mas ele sabe que eu o amo mesmo assim...
Minha mãe assistiu a um filme que tinha um Andrei (não sei qual era o filme), gostou e colocou esse nome em mim. Meu último sobrenome, Spinassé, deve ter vindo da França. Descobri que lá tem um vilarejo chamado Chapelle Spinasse e que um ministro francês da década de 1930 chamava-se Charles Spinasse. Dizem que meus ancestrais eram de circo, depois foram para a Itália e finalmente chegaram ao Espírito Santo. O do meio, Sant'Anna, não sei. Gosto muito dos meus nomes.
Eu tenho um nome que (fora do Brasil) é sobrenome e um sobrenome que (no Brasil) é nome. A quantidade de perguntas que isso gera é inacreditável.
Eu admito que não sei de onde a minha mãe tirou a idéia de me colocar um nome estrangeiro, mas não me espantaria se tivesse vindo do Wilson Simonal, que aparentemente fazia sucesso no início da década de 70.
O sobrenome é inegavelmente português, mas perdeu um "f" no meio do caminho. Meu avô é Affonso, meu pai é Afonso, meus tios se dividem mais ou menos meio a meio. Isso também cria situações interessantes...
Bom Alê, o meu nome foi , ao que me consta, sugerido por uma tia. Cíntia era o personagem da Nívea Maria na 1ª versão de Sangue do meu Sangue. Dá pra perceber a idade né? Quando eu nasci a Nivea Maria era mocinha de novela...
Agora quando decidiram colocar y e h para enfeitar eu não sei. Mas ficou legal, curto o meu nome.
E eu sou Pereira... Só que incorporei o sobrenome de meu marido quando me casei e confesso que demorei muito pra me acostumar.
Olá!!!
Meu nome foi a minha mãe que escolheu pois meu pais não tinha muito interesse nisso, assim como o do meu irmão. Flávia, segundo consta, vem de Flavius que significa "o de cabelos loiros", dá pra acreditar? Uma morena de cabelos castanhos escuríssimos e olhos mais ainda - quase pretos!
Quanto ao sobrenome é lógico que uso o menos comum - Paluello (de uma pequena vila italiana próxima à Veneza), mas tenho também o sobrenome comum e que caracteriza a descendência portuguesa (como a maioria dos brasileiros)- Marques. Não é que não goste do segundo, mas realmente, é muito mais comum.
Por isso mesmo a Maria Lúcia, minha portuguesinha, tem o Paluello no nome, para ter a possibilidade de escolher qual vai usar quando for maior. O sobrenome do pai, Ramos, também não ajuda muito na "exclusividade", por isso optamos por colocar também o Paluello.
Agora quanto ao Vanessa, aqui os "tugas" muito preconceituosos em relação aos brasileiros e muito conservadores em relação a nomes (só podem ser nomes portugueses, a não ser que seja filho de algum diplomata no país, como exemplo, eles "traduzem" o nome do príncipe Carlos [Charles] e da rainha Isabel [Elizabeth] da Inglaterra) tem um "hit" atualmente por aqui sobre o nome Vanessa (pronuncia-se Vanéssa) que diz o seguinte:
"Maria Albertina como foste nessa de chamar Vanessa a tua menina? Esse seu nome eu sei que não é um espanto mas é cá da terra e tem muito encanto."
Além disso, toda vez que eu uso o diminutivo no nome da minha filha, Malu, alguém vem com a frase: "- Mas Malu é muito brasileiro, Maria Lúcia é tão mais bonito", e eu tenho que explicar que ela É filha de brasileira!!!! E já agora, ODEIO, quando alguém se refere à ela somente como Maria ou Lúcia, o nome dela é Maria Lúcia, ou fala tudo ou então chama de Malu!;-)
Bejinhos.
Eu fui salvo pelo gongo... Iria me chamar Pedro Ernesto, mas era a época em que surgiu um apelido pejorativo, "Pedro Bó", ai mudaram a idéia e me batizaram de Luis Fernando. Mas, no fim das contas, tanto faz, porque acabei virando Ico mesmo...
Bem, as testemunhas da história familiar relatam que por um triz não me chamaram de Urubatão. Foi a primeira escolha de meu pai, seria pra homenagear um jogador de futebol da época. Legal, né? Mas ele não resistiu à pressão familiar, minha mãe e minha avó à frente. Portanto passei de um dos últimos lugares da chamada escolar prum lugar mais pro meio. O "Chazanas" vem por obra e graça do funcionário que registrou os nomes de minha avó e filhas e filhos, vindos da Lituânia, nos anos vinte do século idem. Desembarcaram em Santos, foram registrar sua entrada e o que o cara entendia do que minha avó falava ele ia escrevendo. O nome da família é "Chazan". Meu pai ficou com Chazanas, meu tio com Zalmanas, minha tia com Chazaniene, meu outro tio com Sazan, assim por diante. Ninguém ficou com Chazan, só meu avô, que tinha vindo antes. Historinha rápida sobre meu avô. Veio antes para achar emprego, casa, condições para trazer toda a família. Passados alguns meses, minha avó recebe uma carta do Brasil. Ficou toda contente, juntou a família, pensando que meu avô estava mandando algum dinheiro, pois a fome grassava. Meu avô escreveu que estava adorando o Brasil. E juntava no envelope um punhado de confetes que apanhou em seu primeiro carnaval brasileiro. Ficou fascinado e quis repartir com a família. Hahahaha. Até hoje minhas tias, tios e meu pai contam tudo que minha avó falou e pensou sobre meu avô, hahaha.
Alê, meu nome tem origem trivial, neste país de noveleiros: minha mãe achou bonito o nome de uma personagem de novela, e eu fui batizada de Valéria.
Ainda bem. O nome favorito da minha mãe é Laurita. Não é Laura não, é Laurita mesmo. E no caso masculino ela gosta de Jeremias.
Na verdade se fosse homem já estava decidido que eu teria o nome dos avôs: Manuel Victor. Com o apelido óbvio de Mané, ou, na melhor das hipóteses Neco :(
O duro é que muitos confundem com Valquíria. Aliás, toda Valéria já foi chamada de Valquíria alguma vez na vida. A sogra de uma das minhas primas passou a vida me chamando de Valquíria. Não adiantava falar que meu nome é Valéria e não Valquíria.
Na verdade meu pai foi ao cartório com 3 nomes distintos: Valéria, Gabriela e Maria Fernanda. Este último uma tradição familiar: o nome do meu pai é Fernando e todos os meus irmãos levam o nome. No fim ele decidiu por Valéria.
E ai daquele que me chamar por qualquer apelido na frente da minha mãe. Ela vira fera. O nome é Valéria e ponto final. Mas, eu não me importo.
Esqueci de comentar os sobrenomes.
O da mamma por incrivel que pareça é indígena. Terena é uma tribo de índios da região do Mato Grosso/Mato Grosso do Sul. De vez em quando eles fecham as estradas pedindo a demarcassão das terras em que vivem.
O incrível é que meu avô era siciliano. O sobrenome tem várias grafias na família: Therena, Terenna, Therenna, Tiereno, Terrena, Terenne, Terena. Meu avô não falava português direito, e os cartorários não pediam documentos dele pra registrar, resultado, uma mistura da boa.
O sobrenome paterno por sua vez é bastante comum: Dias. Portugueses da região do Minho, nas proximidades de Coimbra.
Por esse motivo, ser muito comum, eu prefiro usar o sobrenome da mamma pra me identificar. O que sempre chateou meu pai. Mas, como eu digo, existem poucos Terena e muitos Dias.
Putz, demarcassão foi dose.
Demarcação.
Bem eu nasci em 1983 (dezembro) Tarcisio Meira estrelava uma novela(não tenho certeza) era o galã da trama, o nome dele "Felipe", quem escolheu o nome foi minha irmã mais velha. Não tenho do que reclamar do nome em média eram dois Felipes, dois Rafaeis e três Diegos na sala de aula. O que ainda incomoda é ter que soletrar um nome tão simples devido as inumeras variações possiveis! (Felipi, Filipi, Phelipe, Phellippy, so pra ficar nos mais usados)
O engraçado é que tenho muitos alunos com o nome de Felipe, principalmente na entre 13 e 15 anos!
Eu quase fui Luciana, acabei Andrea e a explicacao vc ja deu, fases. Quando era pequena eu amava o nome Laura, mas nunca quis mudar o meu, apelidava as bonecas. Os sobrenomes mudam de acordo com o casamento, hehe, calma, estou no segundo. Eu sinto mesmo eh falta de um nome do meio, apenas porque seria divertido dizer um nome diferente a alguem sem estar mentindo. Hoje faco isso aqui descaradamente. Inventei um nome do meio, uma coisa mais mulher fatal do que a infantil Deinha (que eh como os amigos me chamam) e uso quando posso, quando nao preciso assinar nada oficial ou quando nao uso cartao de credito, por exemplo. Adoro ir ao salao fazer as unhas ou depilacao, sentar na salinha de espera e levantar ao ouvir me chamarem: "Veronica!", hehe. Adoro. :)
A escolha do meu nome foi em família, se não me engano na maternidade... me contaram que a cada nome que se sugeria alguém que estava no quarto lembrava-se de algum pestinha ou primo ou tio ou sei lá mais o quê com nome igual ou parecido. Parecia que todo mundo tinha algo contra todos os nomes existentes... até que alguém sugeriu, "que seja Jesus então" mas também não gostaram muito da idéia, ai lembraram do tal do anjo Gabriel e antes que alguém falasse alguma coisa contra o nome foi decretado e pronto.
uau, que bacana, adorei as contribuições!
joana: uma coisa que sempre me intriga com gêmeos do mesmo sexo: como decidir quem é quem? você sabe como seus pais fizeram isso? será que, no final das contas, não trocaram e você era a lígia e não o vitor? quem garante que a lígia não era o vitor, e daí deram o nome de lígia para ela e o vitor ficou sendo você, ou melhor, joana? ai, tô tonta.
na família do meu pai também tem alguns pintos. sempre dei graças a deus de ser alves. eu detestaria ter pinto!
gui: nunca imaginei que você tivesse esse certo desprezo pelo seu nome!!! eu acho guilherme lindo, entre os mais bonitos da nossa família! de fato, o barranco é um convite à piada, mas inegavelmente mais marcante que o souza. pois é, gente, além de ser alves, eu também tenho um souza. vocês não imaginam quanto homônimo já encontrei na vida... mas não acho que antonio e miguel são maldições ancestrais. miguelantonio seria o uó, mas antonio miguel eu encararia, numa boa.
andrei: tá vendo? uns com tanto e outros com tão pouco. você tem nome e sobrenome incomuns. e eu aqui, nessa mediocridade total...
wilson: adorei a relação trocada de seu nome e sobrenome! a origem do wilson não pode ser influência norte-americana. se puseram até nome de avenida como presidente wilson...
cy: seu nome sempre foi o único da turma, na escola. garota de sorte! o pereira te joga na vala comum, de fato. fez bem em adotar o sobrenome do marido.
flavia: adorei, adorei a musiquinha da vanessa. puxa! isso explica a rejeição da avó, totalmente! por que será que acham malu muito brasileiro? isso que você falou sobre chamarem só de maria ou só de lúcia me lembrou outra coisa que me desagrada. chego em algum lugar para ser atendida (hospital ou laboratório, por exemplo) e a pessoa sempre chama o primeiro nome e o do meio. "alessandra de souza...". fico sempre esperando o complemento.
ico: pedro é legal, gosto muito. mas e esse ernesto, saiu de onde? de um samba? ele mora no brás?
mauro: tá vendo a vantagem de não ter nome gringo?! minha família não teve problema nenhum desse tipo. agora, ubiratão é lindo, hein? eu adoraria ter um leitor chamado ubitarão chazanas. teria certeza que é pseudônimo!
valéria: engraçado isso, né?! por que algumas pessoas confundem nomes dessa forma? meu irmão é gustavo e passou a vida sendo chamado de augusto. o mais incrível foi uma vez, na faculdade, em que o professor foi fazer a chamada, portanto lendo a lista, e o chamou de augusto!
felipe: inesquecível novela essa - guerra dos sexos! o tarcísio fazia um papel sensacional, ele parecia um débil mental, estava muito bem mesmo, naquela novela. eu tenho um primo felipe de 17 anos, bem essa faixa que você mencionou. para mim, é nome de príncipe, para sempre.
andréa n.: provavelmente, por causa da música "luciana, luciana, sorriso de menina, olhos de mar...". você brinca com a sorte, hein, moça? estrangeira e dando nome falso por aí?!
gabriel: sorte a sua, que o crivo foi tão rigoroso. ganhou o nome mais lindo do mundo! meu filho é gabriel, mas não por causa do anjo, em referência a meu escritor preferido, o garcia marquez.
Cheguei meio atrasada, mas não quero deixar de contar sobre o meu nome. Minha mãe sempre gostou de Valéria Cristina e Fernando. Quando nasci, num dia 13 de outubro, seguinte ao de Nossa Senhora Aparecida, minha avó sugeriu uma homenagem à santa e minha mãe concordou. Assim fiquei sendo Valéria Aparecida de Mello. Meu sobrenome também não é tão comum, mas acompanha alguns nomes por aí. Dois anos depois meu irmão nasceu e ficou Fernando Antonio, em homenagem ao meu pai e ao meu avô. Como ele não conseguia pronunciar meu nome, ganhei o apelido de Lela, que carrego até hoje. Já me perguntaram se eu gosto do meu segundo nome que, segundo uma conhecida, é nome de velha, e sempre respondo que sim, especialmente por ter sido sugestão da minha avó. Geralmente uso apenas Valéria Mello por ser mais curto e prático, mas me identifico demais com meu nome completo.
Uma coisa que não posso deixar de mencionar quando o assunto é meu nome, é uma história que minha mãe sempre conta e que envolve também o nome dela: na lista de chamada da escola, Valéria sempre é um dos últimos nomes. Minha mãe sempre fez questão de deixar claro pra mim que é apenas por causa da ordem alfabética. É que ela, que se chama Zelma, sempre sofreu por ver o nome sempre no fim da lista, até quando teve como professora a própria madrinha! Como ninguém explicou pra ela o motivo, ela se sentia desprezada, lá no fim da lista. E hoje damos boas risadas com isso.
Abraços!
Também cheguei atrasado, mas vamos lá. Me chamo José Carlos Pires Júnior. Meu avô chama-se José Pires, meu pai José Carlos Pires, porém não me chamo José para manter a tradição, foi desejo da minha mãe mesmo, que sempre sonhou ter um Juninho em casa, um filhinho da mamãe.
No mais, sofro de uma grande crise de identidade por causa do meu nome. Quando criança, sempre fui o Júnior, Juju, Ju, Juninho. Quando entrei na escola, tive o primeiro problema: as professoras e os amiguinhos me chamavam de José Carlos, Zé Carlos ou Zé, porém eu não era nenhum destes, mas sim o Júnior! Um pouco mais tarde, comecei a jogar futebol e o filho do técnico jogava no mesmo time. Para meu azar, ele também era Júnior. Daí que o pai dele (saudoso Seu Adalberto) começou a me chamar de Carlão ou simplesmente Carlos. Na faculdade um amigo chamado Edgar começou a me chamar de JK, que na verdade seria JCa, enquanto muitos outros me chamavam simplesmente de Zé. No meio profissional, meu pai foi sempre conhecido como Pires. Como consequência, sempre que encontro os amigos dele sou chamado de Pirinho.
De todos os nomes e apelidos que tenho, o que mais gosto é Zeca, que é como assino os comentários aqui na blogosfera. Acho que a 1a pessoa que me chamou assim foi o Prof. Samuel, lá da PUC-SP. No começo foi estranho, pois nunca haviam me chamado assim, mas com o tempo passei a adotar o apelido e hoje é assim que normalmente me apresento às pessoas.
Situações curiosas: 1) Minha esposa me chama de Zé. Quando estamos junto com a minha família, é sempre muito engraçado, pois ela se refere a mim como Zé, mas as pessoas acham que ela está falando do meu pai ou do meu avô. Sempre que ela diz algo como "eu e o zé..." vejo a cara de interrogação dos outros, tentando associar o nome à pessoa correta. 2) No trabalho sempre fui chamado por Zeca, o que virou um grande problema. Em reuniões com clientes, o colega vendedor começava as apresentações das pessoas que o acompanhavam: "Boa tarde, neu nome é Ubiratan Pereira. Este é o Sr. Eduardo Santana, esta a Sra. Regina Ficca e este é o Zeca". Era muito estranho ser apresentado como Zeca em uma reunião de negócios! Meus colegas simplesmente não conseguiam chamar-me pelo nome completo! Sempre fiquei com a impressão que as pessoas me acham meio moleque, talvez o estagiário... 3) Aqui na Alemanha ninguém consegue entender a conexão do meu nome e do meu apelido. Todo mundo me chama de Zeca também, mas quando descobrem meu nome completo, é muito comum me pergutarem de onde vem o apelido. Ficam ainda mais surpresos em perceber que Zeca se escreve com Z, porém José com S. Sem contar a forma curiosa que escrevem Zeca nos emails: Tseca, Seka, Tzecka, Zekka e assim por diante.
Grande abraço a todos,
Zeca (ou Zé, Pirinho, Jú, Júnior, Zé Carlos etc.)
Cabe mais um?
Bom, na verdade a explicação da minha mãe 'são várias'...rs...vejamos: Maria Paula Pacheco.
Primeiro, gosto por nomes compostos, tanto que o único dos quatro filhos que não tem é o mais velho, e isso porque foi registrado à revelia pelo meu pai com a criatividade que grassava na época (e que graças a Deus parece estar diminuindo) dos 'Filhos' e 'Juniores' e 'Netos'...como o próprio (meu pai) já era Netto (sim, com dois 't', não pergunte porque), meu irmão ficou só Alfredo Pacheco. Pode, o pai é Netto e o filho sem nada? Enfim...
Segunda justificativa: devotíssima de Nossa Senhora, não podia faltar à filha da Dona Suely o indefectível "Maria". Nada contra, de verdade, sozinho acho um nome forte, ainda que 'vulgar' (Ale, você disse 25 Alessandras? Eram centenas de Marias a cada vez...rs...a busca era sempre pelo segundo nome!). O problema é o composto...porque se me chamam de Maria, assim só Maria, não sou eu, caramba! Viu, também identificada com a cena do hospital ou laboratório, só que no meu caso o que falta é sempre o segundo nome: chamam 'Maria Pacheco' e eu me recuso terminantemente a responder. Não sou eu e pronto.
Terceira e última justificativa: mamy diz que sempre achou a coisa mais linda do mundo o soar de 'Dona Maria Paula', aquele mesmo, o viaduto e rua lá no centro velho (de São Paulo, para quem não conhece)...
Bom, é isso. Para completar a contribuição de minha mãe, depois do Alfredo (contra a vontade) e de mim vieram a Maria Fernanda e - finalmente o varão composto! - o Alexandre Augusto.
Ah, sim, e o Pacheco? Alê, tamos no mesmo barco, só que eu ganhei no 'chique': o Pacheco nada mais é que um Souza ou Alves 'importado' diretamente da terrinha...rs...
Beijão dessa amiga que não é Alessandra nem Luciana (nesse aspecto tenho que agradecer à mamãe pelo Maria, porque Paula também tem uma pá na nossa geração), mas tem uma filha Beatriz...rs...
vc conhece algum emerson? até os meus dezoito anos só tinha eu.
ai brasil tricampeão. no gol o xará leão.
não gosta de futebol? então tome o fittipaldi. meu heroi. só na f1 dois campeonatos. vices.
e tome pai dando o meu nome pros filhos.
agora tenho o nome pixado em todos muros da periferia. estranho.
meu consolo: emerson com trinta e seis anos é fácil. quero ver com cinquenta.
se isto te serve de alento, aproveite. e alessandra é bonito.
ps. além de emersom sou souza. fazer o que? poderia ser pior.
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