Saturday, July 31, 2010

Para embalar este sábado à noite

"Oi Alê, tudo bem?!

Por favor, a hora que vc. puder, dê uma olhada nesse vídeo que fiz! É uma composição nova, quer dizer, já tem uns 7 anos, mas estará presente no próximo CD!"

Este, meu amigo Gê Tock, um dos personagens principais deste post. Um dos meus queridos amigos.

Ele pede minha opinião, mas como sou suspeita, peço também a de vocês. Aproveitem!

Sunday, July 25, 2010

Não aprenderam, não?


"Alonso está mais rádpido que você. Entendeu?" A frase, dita para Felipe Massa pelo rádio, parecia pronunciada em letras de forma, de tão clara e pausada. Veio em inglês macarrônico, daqueles gostosos de ouvir, por serem tão fáceis de entender. Na volta seguinte, Alonso passou e assim venceu o GP da Alemanha de 2010.

Na coletiva, Alonso, Oscar de ator, disse não saber o que aconteceu a Felipe. "Seu carro estava mais lento e eu o passei." Massa não disse que sim ou pelo contrário. "Não tenho nada a falar sobre isso", no melhor estilo depoimento de CPI.

Gente, vamos parar de hipocrisia? Todos nós? Você aí na Ferrari e nós aqui, o mundo. Todo mundo sabe que este é o modus operandi da Ferrari, com regra da FIA ou não, para não haver ordens explícitas de equipe. Vocês acham que nós ainda não aprendemos? Tanto já foi dito e escrito sobre a opção permanente da Ferrari em trabalhar por um de seus pilotos, e fazer o outro de escudeiro. Eu mesma, neste blog, escrevi isto aqui, certa vez. E o fato relatado tem quase trinta anos. Foi assim, depois, nos anos Schumacher/Barrichello.

Se Rubens Barrichello e Massa optaram por aceitar essa condição - a de segundo piloto - é decisão deles. A Ferrari ganhou muitos campeonatos com esta fórmula, e a Red Bull provavelmente vai perder o atual por não fazê-lo e deixar o banana verde do Sebastian Vettel e o esforçado porém limitado Mark Webber brigarem livremente pelo título.

O que me incomoda enormemente na história é a postura pública dos pilotos que são segundos pilotos, mas posam para suas torcidas como primeiros. "Estou na luta pelo título", "Vou correr para ganhar", "Tamo junto, vamo nessa". Não, não vamos nessa, porque a opção da sua equipe é por seu companheiro, não por você. Se você, segundo piloto, aceitou fazer este papel porque isso lhe é conveniente (dinheiro, money, tutu, pilas, verdinhas), good for you. Mas não vou engolir que você está lutando pelo título. Eu já aprendi.

Guardadas as devidas proporções, é o mesmo sentimento que tenho em relação a determinados veículos de imprensa, que são partidários desta ou daquela corrente político-ideológica, mas posam de imparciais. Não discuto a posição. Discuto a mentira. Mentir é feio e faz mal para quem o faz. A verdade às vezes pode ferir, pode até prejudicar quem a diz, mas traz uma leveza de alma que compensa.

Sai do armário, Massa, seja um segundão feliz.

Thursday, July 22, 2010

Dzi Croquettes



“Não somos homens nem mulheres, somos gente”.

Dita logo no início do documentário Dzi Croquettes, a frase acima resume o tom andrógino, revolucionário, libertário e inovador da trupe teatral que marcou o cenário artístico brasileiro nos anos 1970. Há alguns meses, vi uma reportagem sobre o filme, no Canal Brasil, e fiquei muito interessada, principalmente por poder conhecer uma história sobre a qual eu tinha poucas informações.

Outro motivo para minha curiosidade em relação ao Dzi Croquettes estava em seu integrante mais famoso – Lennie Dale. Sua figura surgiu para mim no dia do enterro de Elis Regina (de novo...). Me impressionou muito a figura do homem à beira do túmulo, chorando em desespero. “Quem é que vai cantar pra gente agora?”, ele dizia. Fiquei sabendo que era Lennie Dale, nome que eu já tinha ouvido algumas vezes, sem saber exatamente o que fazia. Definido habitualmente como bailarino e coreógrafo, Lennie era mais que isso. Era um artista completo, um one-man show. Anos depois, lendo “Eis aqui os bossa-nova”, do crítico e meu querido amigo Zuza Homem de Mello, entendi que Lennie Dale não foi só um bailarino, coreógrafo ou homem de cena, mas também uma figura importantíssima da Bossa Nova, seja pelo baú cheio de discos que trouxe para o Brasil quando veio dos EUA, seja pelo profissionalismo que impôs aos shows do “Beco das Garrafas”, templo da música brasileira nos anos 1960, seja pela inventividade harmônica que introduziu nos arranjos em seus espetáculos.



Eu sabia que Lennie Dale tinha a ver com o Dzi Croquettes, mas não sabia que ele não tinha sido seu único criador. Para falar a verdade, eu pouquíssimo conhecia dos outros artistas que fizeram parte do grupo e fiquei até surpresa ao saber que Claudio Tovar, consagrado ator, diretor de teatro e, last but not least, marido da atriz e cantora Lucinha Lins, tinha feito parte da trupe. E, cá entre nós, pela minha idade e pelo meu interesse na cultura brasileira, acho que deveria saber mais. Minha percepção reforça a motivação dos diretores do documentário – Tatiana Issa e Raphael Alvarez. Sócios em uma produtora de Nova York, eles decidiram filmar “Dzi Croquettes” porque perceberam que as novas gerações não conheciam a história do grupo. Bingo, queridos diretores. Se eu, que nem sou tão nova assim, vi o documentário como uma sequência de revelações, imagino os mais jovens.

Coeso e linear, o filme tem muitos méritos, além do resgate da história do grupo. É muito bem editado, mescla imagens da época, fotos e entrevistas recentes de maneira coerente e dinâmica. Gostei, particularmente, da edição de um trecho extremamente emocionante, quando o diretor Amir Haddad fala sobre a morte de Wagner Ribeiro, fundador do Dzi Croquettes. A voz do entrevistado vai se tornando embargada, ele faz pausas. Nas pausas, outros trechos de entrevistas, com outras fontes, preenchem os vazios, complementando o mesmo assunto.

Mas, quem sou eu para avaliar um documentário do ponto de vista técnico... O que me fez sair extasiada do cinema foi a emoção de “Dzi Croquettes”: as cenas do período da ditadura, o contexto autoritário e retrógrado em que os rapazes decidiram levar seu desbunde para um palco no Rio de Janeiro, a absoluta transgressão de corpos semi-nus (que mané semi-nus, o quê?! Peladões, só com tapa-sexo e olhe lá!), o entusiasmo e a devoção de artistas consagrados, como Liza Minelli, Betty Faria ou Ney Matogrosso, ou nascentes na época, como Miguel Falabella, Jorge Fernando e Claudia Raia, os tristes desfechos cercados de AIDS e assassinatos da maioria de seus integrantes. E tudo costurado com o depoimento da própria diretora, filha de um “agregado” do grupo, o iluminador Américo Issa, morto em 2001. Ou, como ela diz, “transformado em purpurina”.



Ao ver aqueles corpos magérrimos, só músculos e ossos, e aquelas caras pintadas, impossível não associar a imagem do “Dzi Croquettes” ao fenômeno “Secos & Molhados”, origem do próprio Ney. Estranhei o fato de não haver nenhuma ponte sobre isso no filme. Quem teria influenciado quem? Se alguém souber (Tatiana? Raphael? Mais alguém?), gostaria de saber.

Muitas vezes, quando vejo cenas de um tempo que não vivi, prevalece a frustração. “Não sou deste tempo, nasci em época errada, quem me dera ter visto isso ao vivo...” Com o passar do tempo, passei a ter outra visão sobre o tema. Até porque, não adianta mesmo: o DeLorean do “De Volta para o Futuro” só funciona no filme. Por vezes, fico pensando que é melhor conhecer alguns ícones do passado com o filtro dos anos, com o distanciamento das décadas. Algumas coisas foram inovadoras demais, transgressoras demais. Será que eu, com minha formação classe-média-católica-paulistana teria sintonia com uma produção cultural tão rompedora como foram os “Dzi Croquettes”? Morro de medo de pensar que eu estaria do outro lado, achando aquilo tudo uma “pouca vergonha”. Como escrevi certa vez, aqui, é fácil olhar a revolução com os olhos de hoje e se posicionar a favor dela. Mas, será que estaríamos todos prontos a abraçá-la?

Sunday, July 18, 2010

The man


Dois pilotos lutando pela liderança da prova. Jorge Lorenzo e Dani Pedrosa. E não apenas disputam o primeiro lugar na etapa da Alemanha da MotoGP. São, também, os dois primeiros colocados na temporada. Lorenzo larga na pole, mas o compatriota Pedrosa coloca-se melhor e assume a ponta. Lorenzo dá-lhe o troco algumas voltas depois. Essa ultrapassagem, meus amigos, ninguém sabe, ninguém viu. Sabem por quê?

Porque o diretor de imagens da TV estava preocupado em mostrar a disputa pelo quinto lugar. Simplesmente porque a disputa pelo quinto lugar envolvia Valentino Rossi. Seis semanas atrás, Rossi sofreu um acidente sério, quebrou a perna em dois lugares, inclusive com fratura exposta. Cirurgia, pinos, fisioterapia, uma bengalinha charmosa, e Rossi recebeu autorização dos médicos para voltar na prova deste domingo.

Escrevi isso no Twitter, na hora da corrida, e repito aqui: Valentino Rossi, provavelmente, é o maior piloto de qualquer coisa que já vi na vida. Alia características que costumamos ver divididas entre vários profissionais do volante (ou do guidão). Técnica apurada, velocidade, audácia, capacidade de desenvolvimento da máquina, lealdade, carisma, simpatia e uma habilidade incomum para lidar com a imprensa, com os fãs e com tudo o que envolve o evento MotoGP.

Em um mata-mata com Schumacher, uma analogia previsível até por serem contemporâneos, voto em Rossi, principalmente por superar o alemão no quesito esportividade/lealdade. Já vi Rossi fazer manobras espetaculares, corajosas e extremas. Não me lembro de nenhuma que pudesse ser considerada desleal. Se os leitores lembrarem de alguma, fiquem à vontade para refrescar minha memória. Já Schumacher...

Comecei muito bem o domingo, assistindo à volta de Rossi às pistas. Welcome, The Doctor. Você, definitivamente, é the man.

Tuesday, July 13, 2010

Cuca legal


O primeiro parágrafo deste post é uma confissão púbica. Quando consegui meu primeiro emprego, fui trabalhar em um local que mantinha o péssimo hábito de cancelar minhas folgas de maneira muito arbitrária. Sempre fui dedicada, CDF de dar nos nervos, mas uma hora me enchi e resolvi parar com a brincadeira. Ligavam do jornal, eu atendia e dizia, simplesmente: “Sinto muito, ela não está, não sei a que horas volta.” Se me perguntassem quem estava falando, respondia impávida: “É a mãe dela, pode deixar, eu dou o recado.” O segredo manteve-se enterrado por tantos anos por uma razão desconcertante de tão simples – minha voz é idêntica à da minha mãe. Nunca pretendi ou precisei imitar a voz da minha mãe. São iguais, apenas isso.

Isto posto, marco desde já minha posição em relação àqueles que se referem a Maria Rita como uma “imitadora de Elis Regina”. Genética, minha gente. A voz da filha é igual à da mãe, como igual é seu sorriso que deixa ver tanto dentes quanto gengiva, e espreme os olhinhos a ponto de virarem dois risquinhos chineses acima das bochechas protuberantes. Já escrevi sobre Maria Rita neste post, quando ela lançou o terceiro CD, Samba meu. Na época, não fiquei tão encantada com o disco, como havia ficado com os dois primeiros, mas depois fui vencendo o preconceito e curti muito várias faixas daquele disco. Nesta segunda-feira, fui ver Maria Rita pela primeira vez em carne e osso, em um espetáculo “íntimo e intimista”, como ela mesma definiu, no Tom Jazz.

Flashback rápido. Em 1980, eu era leitora por tabela da revista Claudia, comprada mensalmente pela minha mãe. A revista (quem se lembra?) tinha um encarte fixo, em papel jornal, com notas curtas, tipo notícia mesmo, sem a profundidade das matérias sobre comportamento, moda e beleza, que formavam a piéce de resistance da publicação. Notas, por exemplo, sobre espetáculos. Lembro de ler sobre “Saudade do Brasil”, espetáculo da Elis em cartaz, na época, no Canecão, Rio de Janeiro. O texto era mais ou menos assim: “Além de ver o show, você pode beber uma cerveja e beliscar batatinhas fritas enquanto isso.” Achei um descalabro: como alguém pode mastigar uma porção de fritas engorduradas enquanto Elis Regina canta “Conversando no bar”?! Respirar no mesmo recinto já é quase uma afronta, quanto mais comer e beber enquanto o milagre se processa ali, na sua frente. Enfim, nunca gostei de lugares onde se canta, se toca e se come ao mesmo tempo. Música, para mim, não é pano de fundo, é centro das atenções. O Tom Jazz é uma casa onde se canta, se bebe, se come e se toca, tudo ao mesmo tempo. Sempre vou preferir teatros, mas não nego a vantagem de estar em um local com essa configuração “intimista”: a mulher fica logo ali, a poucos passos de distância. Quem quiser comer e beber, paciência. Eu fui para ouvir. Oh, boy... E como ouvi.

Acústica excelente e músicos idem. Tiago Costa no teclado, Sylvinho Mazzuca no contrabaixo e Cuca Teixeira na bateria, aquele formato jeans-e-camiseta que Maria Rita vestiu nos primeiros shows e discos. E que este figurino fique apenas no sentido figurado, porque a moça está glamourosa que só ela, sequinha dentro de um vestido reto, curto e justo de paetê grená, cabelão poderoso. A sensação de pocket show termina ao primeiro acorde. O som dos três instrumentos preenche a casa de shows como uma massa musculosa de timbres bem definidos. E quando Maria Rita surge, sem alarde, o quarto instrumento se instala e a jam session começa. Músicos, meio brincando, meio dizendo a verdade, às vezes caçoam de cantores, chamando-os de canários, como se fosse mais fácil “apenas” moldar a voz à melodia do que dedilhar cordas, ou espalmar as mãos em acordes virtuosos sobre o teclado. Que isso valha para certa classe de cantores, mas não para músicos-cantores como é Maria Rita.

Eu imaginava que ela tinha essa característica, tive a certeza vendo-a ao vivo. “Há canções e há momentos, eu não sei como explicar, em que a voz é um instrumento que eu não posso controlar”, canta Milton Nascimento em “Canções e momentos”. Maria Rita, cantora, é a quarta instrumentista do grupo. Canários reproduzem a melodia, instrumentistas não se contentam. Reinventam. Por isso é tão recompensador ouvir Maria Rita cantar músicas que outros já gravaram. Ela subverte um rock em balada, transforma foxtrot em jazz. Foi o que fez, neste show, com “Só de você”, de Rita Lee, gravada com participação especial de César Camargo Mariano, pai de Maria Rita, no já longínquo ano de 1982. Maria Rita pegou a canção, confabulou com os colegas músicos e fez da deliciosa baladinha pop um jazz poderoso.

Foi na mesma linha com “A história de Lily Braun”, do espetacular LP “O grande circo místico”, gravada originalmente por Gal Costa, naquele mesmo período, início dos anos 1980. Neste caso, a releitura transcende a própria música. Maria Rita parece subir uma montanha enquanto canta a saga da cantora de cabaré que arrebata um fã. O fascínio, o flerte, a conquista, a paixão, a Lily Braun de Maria Rita vai subindo ao céu enquanto se consuma o encantamento com o homem dos seus sonhos. Mas eis que a cantora da história sucumbe ao pedido de casamento, abdicando do palco, da trupe, da turnê. Neste momento, Maria Rita vai além da interpretação afinada e irrepreensível de Gal. Ela – e seus músicos, claro – depois de atingirem o céu com a paixão de Lyly Braun, parecem começar a descer uma ladeira imaginária. “Nunca mais romance, nunca mais cinema, nunca mais drink no dancing, nunca mais cheese, nunca uma espelunca, uma rosa nunca, nunca mais feliz”. Cantora, instrumentista, atriz. Maria Rita contou e viveu a história de Lily Braun, transpirando na voz e na expressão corporal o contraste de sentimentos da personagem.

Maria Rita conta que escolheu o repertório deste espetáculo com base em “músicas que gosta de cantar”. Termina com sua interpretação arrebatadora de “Minha alma”, d´O Rappa, que já defini outras vezes como “o ouro de não-tolo do século 21”. Raul Seixas nos deu “O ouro de tolo” na época do milagre, um retrato da classe média acomodada com seus valores de pequeno burguês. O Rappa desnudou o inconformismo diante dos valores segregacionistas da elite que se esconde atrás das grades do condomínio. Maria Rita termina o show com esta canção-manifesto, entregue ao esforço vocal que impôs à música com sua interpretação intensa. Termina extenuada, para depois voltar e arrematar com “Encontros e despedidas”, de Milton e Fernando Brandt, e mais uma vez, “Cara valente”, do hermano Marcelo Camelo.




Quando Milton Nascimento deu “Encontros e despedidas” para Simone gravar, em 1982, senti o gesto como uma invasão. Ora, Simone parece ser uma pessoa doce, uma cidadã engajada, uma mulher de enorme valor. Mas, perdão, “Encontros e despedidas” evidentemente era uma canção feita para Elis. Milton sempre disse isso. Compôs a vida inteira para Elis, antes que ela gravasse sua primeira música, “Canção do sal”, continuou compondo por muitos anos, e seguiu pensando na voz dela, para suas canções, mesmo depois que ela morreu. Ao ouvir “Encontros e despedidas” na voz de Simone, pela primeira vez, levei um choque. Nunca deixei de ouvir esta e várias outras músicas pensando como ficariam na voz de Elis. Durante algum tempo, tive um sentimento ambíguo por Elis Regina. Amava devotadamente sua obra, mas não conseguia absorver sua morte, precoce, sofrida, estúpida, evitável, chocante. Elis, como observou a própria Gal Costa, certa vez, era capaz de vivenciar a emoção de suas músicas de uma forma quase incompreensível até mesmo para cantoras. Quem a viu cantar “Atrás da porta”, aos prantos, sabe do que estou falando. Cantava, chorava, sofria verdadeiramente com a letra, e não saía do tom! Elis não cantava apenas, Elis sentia as canções.

Por isso, nesta segunda-feira, vendo Maria Rita segura, altiva, absoluta em uma carreira que é dela, não de sua mãe, tive a sensação de que Elis estaria satisfeita. Porque é impossível pensar que ela cantava que queria “a esperança de óculos, e meu filho de cuca legal”, sem ter certeza de que ela não só cantava, mas vibrava intimamente por isso. Aquela cantora-instrumentista-atriz que eu vi no palco do Tom Jazz é a filha de cuca legal com que uma mãe pode sonhar.