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Certa vez, estava dentro do carro, na frente de um caixa eletrônico, quando vi um homem descer de seu automóvel e se dirigir a esse mesmo caixa. Havia algum movimento na rua, mas nenhuma das pessoas pareceu notar sua presença. Ele entrou, ficou alguns minutos lá dentro e saiu, sem que ninguém fizesse menção de lhe dirigir a palavra. Corintiana que sou, ainda assim fiquei espantada com a indiferença. Era Ademir da Guia, chamado por muitos de "Divino", um dos maiores jogadores que atuaram pelo Palmeiras. Ninguém deu bola.
Noutra vez, no Aeroporto de Guarulhos, reparei em um homem diante de um balcão de café, esperando seu pedido, olhando para o nada do saguão lotado. Sozinho na multidão, era Careca, um dos maiores centroavantes do São Paulo, titular da seleção de 1986.
Fama é assim mesmo. Chega, instala um turbilhão na vida do sujeito, torna-o celebridade e eventualmente rico, mas quase sempre vai embora. E ele que fique com suas lembranças e com seus dividendos.
Gustavo Kuerten foi o maior jogador de tênis da história do Brasil. Fez, com seu esforço, o inimaginável em um país que dá pouca importância para outros esportes que não sejam o futebol. E, ainda no futebol, esquece tão fácil seus ídolos de ontem.
Que Guga tenha uma vida feliz, que possa usufruir o que conquistou. Que seja reverenciado, para sempre. Obrigada, Guga!
Monday, May 26, 2008
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4 comments:
Eu gosto de tenis e vou gostar ainda mais quando conseguir enxergar a bolinha.
Uma vez, lá nas F1Girls disse que Guga tinha perdido a chance de parar por cima e foi arrastando uma carreira brilhante para um ocaso triste e melancólico...
Porém ontem em Rolland Garros ele teve uma festa mais do que merecida. Ele foi um grande campeão naquele solo sagrado.
E o publico demonstrou gratidão e admiração pelo campeão que ele foi, é e vai ser sempre.
Foi bonito ver ele se emocionando, e foi gostoso se emocionar com a cena e com seu choro.
Guga é um dos maiores ídolos do esporte brasileiro de todos os tempos, derrubou mitos e crenças sobre o tênis no Brasil, foi pura emoção nas vitórias e esportista nas derrotas, nas suas conquistas não falava de troféus ou fama, e sim sobre os aspectos humanos que as cercavam, dividiu as glórias de sua carreira com aqueles que o acompanhavam, não descurou de sua família nem abdicou da simplicidade. É um ídolo do bem.
ron: estávamos no ar, na band, quando começou o jogo do guga. fiquei muito emocionada ao vê-lo entrar na quadra, vestindo um uniforme igual ao que usou na final de 1997, contra sergi bruguera. lembrei daquele domingo, de muito frio em são paulo, de comentar o jogo com meu pai. viva guga!
léo: concordo com tudo. sempre me chamou a atenção o relacionamento do guga com sua família - a mãe sempre presente, a avó, o irmão doente. um grande exemplo esse rapaz!
Guga vai deixar saudades, mas deixará herdeiros?
Descaso dos cartolas, problemas que o tenista enfrentou(sobretudo as contusões e até desentendimentos com o técnico), mas não podemos esquecer que ele liderou por semanas o ranking de entrada e da ATP, ganhou 3 vezes Roland Garros, tudo isso não pode ser esquecido.
Beijos
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