Monday, March 19, 2007

GP da Austrália

Bem, amigos (começou mal, mas vamos assim mesmo), primeiro peço desculpas pela pouca atualização do blog. A correria anda brava, sem muitas perspectivas de sossego por enquanto, então vou postar no método Darcy Ribeiro, ou seja, "aos trancos e barrancos".

Falar sobre o GP da Austrália nesta altura já não é notícia, é história. Meus amigos da imprensa já trouxeram todas as informações, observações e bastidores da corrida de Melbourne. Para ficar só na blogosfera, quem quiser saber mais pode acessar aqui ou aqui e ler tudo a respeito.

Como minha próxima coluna do GPTotal é só na semana que vem, e daí é que não fará sentido mesmo falar da abertura da temporada, seguem alguns ligeiros comentários:

- Já dizia minha avó que o apressado come cru. É cedo demais para alçar Lewis Hamilton ao Olimpo da F-1 e tão cedo quanto para enterrar de vez a carreira de Heikki Kovalainen. Mas como a imprensa tem pressa, o clima já é de "viva Lewis", "morte a Heikki".

- O enterro preococe de Kovalainen justifica-se na medida que o chefe de equipe dele foi o primeiro a pegar a pá. É por essas e outras que considero Flavio Briatore uma escala na evolução da espécie humana. O homo sapiens veio depois.

- Achei Kimi mais magro no pódio. Depois reparei que era o novo macacão da Ferrari, com duas estratégicas faixas brancas na lateral. Pilotos amadores, anotem a dica. Listras na lateral, se não quiserem ficar com aquele visual Teletubbie.

- O carro da Honda, afinal, não se saiu tão mal na transmissão. Se andasse rápido talvez não aparecesse bem a pintura, mas naquele ritmo, tá legal...

- Não acho, mesmo, que a troca de posições entre Hamilton e Fernando Alonso foi estratégia de equipe. Quem viu a corrida notou como o estreante perdeu tempo com retardatários antes da segunda parada. Mas Ron Dennis deve ter adorado o fato. Tudo o que ele não precisa, agora, é um clima estranho entre os dois pilotos. Como foi, ficou tudo de bom para todo mundo: Alonso na frente e Hamilton bonito na foto, em terceiro na estréia. E, de quebra, a McLaren liderando o campeonato de construtores.

- Sinto muito por meu querido Reginaldo Leme, mas não ouço a transmissão da Globo há vários anos. No treino de sábado, não teve jeito, porque minha rádio preferida não estava transmitindo. Mas jurei para mim mesma que daria um murro na TV se aquele locutor chamasse Hamilton de "Robinho" mais uma vez. Tá doendo, viu?

- O vôo do escocês David Coulthard sobre o austríaco Alexander Wurz me fez lembrar os desempenhos de Roberto Carlos e Cafu na última Copa. Um homem deve perceber quando seu tempo já passou, né Rubens?

- A pintura da Renault ainda me causa estranheza, mas aquele leãozinho da placa de "brakes on" é tão fofo que vou acabar me rendendo à nova pintura, patrocinada pela seguradora ING.

- Não, Hamilton ainda não é o grande senhor das pistas, mas ele me fez feliz como no dia em que Guga venceu Roland Garros pela primeira vez e no gol marcado por Ronaldinho Gaúcho contra a Venezuela, seu primeiro pela seleção. Os três demonstraram sua alegria com sorrisos. Estou cansada de punhos cerrados e cenhos franzidos. Estou cansada de tapas raivosos no peito e urros guturais. Alegria, alegria!

13 comments:

Anonymous said...

Concordo com você, a primeira corrida não é o retrato acabado do que vai ser a temporada toda. Hamilton foi muito bem, Kovalainen talvez estivesse nervoso. Temos o ano inteiro pra começar a tirar conclusões sobre a carreira dos dois.

Sobre o Galvão, adoro ouvi-lo narrar só pra descobrir o que vai virar piada na coluna do Zé Simão.

Abraços.

Anonymous said...

Alessandra,
Estranhei você não ter comentado nada sobre a nova onda da Teoria da Conspiração envolvendo Ferrari, Kimi e Massa. Pelo jeito - e com a ajuda Global - viveremos aquela ladainha da época do Rubinho na Ferrari.
Também achei a tal comparação do Hamilton com Robinho de uma infelicidade e inutilidade de todo o tamanho. A esta besteira dita pelo narrador global podemos acrescentar a "trocentésima" vez a explicação que se pronuncia "Kupizza" e não Kubica, que um passarinho verde andou contando coisas "novas" para ele, que a Red Bull continua RBR e, a pior de todas, que o Massa, em um ato falho, foi chamado de Ayrton. Esta última dá bem a medida de quanto querem, com base num ufanismo cretino, criar um novo ídolo.
Grande abração e boa semana para você.

Unknown said...

Adorei a comparação Lewis, Guga, Ronaldinho e porque não com o próprio Robinho também, que vivia feliz no Santos e até na seleção brasileira. Tudo bem que ele não precisava pular no colo do Zidane logo após a eliminação do Brasil em 2006.(Alguém entendeu aquilo?)
Mas enfim, é bom ver uma juventude feliz, ou pelo menos autêntica, leve, comemorando sem conceitos pré-estabelecidos de como fazer isso, apenas deixando a emoção correr. O Massa fez isso também nos dois momentos, até aqui, mais importantes da carreira dele no ano passado.

Sobre o leãozinho da Renault, não sei, mas também por não termos familiaridade com esta marca Ing, sempre me vem a cabeça que a Renault está sendo patrocinada pela marca de chá. Chá "Mate" Leão. O que pedindo licensa prévia para o trocadilho (infeliz, eu sei), seria contradotório ser patrocidada pela marca "matar" leão, em tempos de F1 ecológica.

Falando em ecologia, chá, respeito pelo meio ambiente, pela natureza, pela Terra, pelas pessoas, será que é por isso que mais os velhos da categoria continuam "acelerando" ao invés de estar em casa tomando um "chá".

Anonymous said...

É Alessandra....poucas conclusões podemos tirar dessa primeira prova do ano; ainda bem!

Nem o sol e nem a terra, mais algumas poucas provas darão um sinal mais significativo do que pode se projetar até o final do ano. Mas, não poderia deixar de dar uns pitacos também:

- Kimi foi bem, foi fácil mas errou por bobeira quando estava na frente demonstrando o cuca fresca que ele é. Velocidade ele têm, mas parece meio desconcentrado de vez em quando;

- Massa é complicado de avaliar, não teve demérito aparente no problema do carro, fica a incógnita total. Mas, ao menos não cometeu nem um erro afoito ao largar lá atrás, se fosse no ano passado, é bom lembrarmos das lambanças que ele fazia pela extrema irregularidade. Foi bem dentro do possível, não inventou e nem dava para inventar;

- Alonso foi quase soberbo e Hamilton também, nada a complementar além do que já foi escrito....

E o resto? Bem, baseio minhas informações no compacto da Globo no domingo de manhã pois após uma pedalada de 126km sob forte dilúvio, ficou extremamente complicado manter-me acordado para ver mais do que 8 ou 9 voltas ao vivo....culpa também da corrida que pareceu-me enfadonha, estou certo?

Vamos aguardar as próximas e não crucificar e nem levantar falso ídolos de nenhum piloto ainda, lembram do little Rosberg ano passado?...etc, etc!

Quanto ao Galvão: parece esporte nacional criticar o cara, mas imaginem outra pessoa narrando as corridas tipo um Luciano Burti, aí sim os fabricantes de remédio para dormir irão a falência! O Galvão erra, fala e insiste em bobagens, mas coloca o seu sazon básico - cadê meu jabá? - na narração, dá um pouco de cor em provas que algumas vezes são cinzas e sonolentas e que fazem mais sentido sendo descritas no GpTotal e seus competentes tutores e colunistas.

Abraço!

Anonymous said...

alessandra, como dito o gp já é história e os críticos, a esta altura, pertinentes ou não, já esclareceram tudo. assim, do que não diz importância, fiquei a pensar em ron e flávio, mais precisamente o quão responsáveis podem ter sido, cada qual a sua maneira, pela segurança na tocada de lewis ou falta dela na tocada de heiki durante o gp. bons garotos, futuros incertos independente da estréia e que viverão, pelas próximas semanas, em tão díspares companhias a embalar o sono, os sonhos e também os pesadelos...

Anonymous said...

Perfeito Alessandra!Dá raiva na gente de ver conclusões universais a cada corrida .
Quem se lembra da estreia do Irvine na Ferrari em 1996 na Australia?Ficou todo mundo dizendo que "agora sim ,o Shumy achou um companheiro que vai dar trabalho"!
É o imediatismo de hoje em dia!
Outra coisa, esse circuito semi permanente de Melbourne tem o asfalto liso ou pelo menos tinha, e isso pode mudar muita coisa com relação as demais provas,pistas assim geralmente nivela por baixo a pilotagem, vamos ver.

Jonny'O

Anonymous said...

Oi Alessandra...

"...o chefe de equipe dele foi o primeiro a pegar a pá."

To rindo ate agora... Hahaha...

Ainda nao chegou o livro, mas assim que chegar te aviso...

Abraco!

Alessandra Alves said...

valéria: eu digo que o galvão é um karma coletivo, a chance que todos temos de exercer a paciência, mas sem dúvida alguns, como você e o zé simão, conseguem fazer isso de forma mais divertida.

herik: alguns torcedores brasileiros devem achar que, no planejamento estratégico da ferrari, está escrito assim: a cada geração, vamos destruir a carreira de um piloto brasileiro. é tudo um imenso complô! faça-me o favor...

celso: acho que esqueci a alegria do robinho na época do santos porque ainda me sinto como o lateral rogério, procurando jogador, bola e a direção!

gustavo m.: também treinei no sábado cedo, mas apenas 18 km de corrida, o que me deixou cansada mas não inutilizada para a madrugada de F1. um café forte às 23h30 deu conta do recado. concordo com suas colocações e, sobre o galvão, eu já disse uma vez e repito - se ele está na função há tanto tempo, há de ter respaldo da empresa para a qual trabalha. uma empresa habituada a pesquisas de opinião pública. portanto, tem aprovação da maioria. eu prefiro ouvir pela rádio bandeirantes, como faço há muitos anos.

mario lago: matou a pau! o esteio de hamilton (ron) é totalmente diferente da chibata de kovalainen (briatore). esse italiano me parece aquele chefe "bem sucedido" que acredita na humilhação pública como ferramenta para motivar os subordinados. às vezes dá certo, ele "fez" os dois últimos campeões mundiais, mas que isso choca meu coração puro, ah...

jonny´o: perfeita a lembrança do asfalto de melbourne. eu pensei algo semelhante. quem garante que hamilton, ao pegar uma pista mais veloz e ondulada também não sai fazendo lambança? some um carro rápido com um piloto jovem e arrojado e tenha o quê? potencial de saída de pista. e daí? o gênio vai virar um braço duro? bah!

rafael: me avise, por favor!

Anonymous said...

Bem que a corrida foi chatinha não a dúvidas!
O Kovalaine, bem talvez o carro não seja tudo que eles queriam e para Briatore é mais facil trocar de piloto que de carro, ele já desceu a lenha no Fisichella tambem, mas isso é especulação mais umas corridas e saberemos!
Quanto ao Galvão, o mais irritante nele (é dificl decidir) é a sistematica repetição das coisas já estou até vendo no GP da Espanha uma reportagem especial do Robinho com o Hamilton!! O ano passado a cada curva em que aparecia o Kubica era a mesma ladainha.

Felipe Atch

Anonymous said...

Os pneus... Cadê os pneus?

Eles mudaram os ângulos das câmeras, para dar maior sensação de velocidade.. Mas sem pneu não tem graça. O Schumacher tava certo, e se bobear essa foi a causa abandonus definitiva.

Será a pior temporada com relação a ultrapassagens... Desde 2000.

Alessandra Alves said...

felipe: o pior é que o robinho é bem capaz de se prestar a esse papel!

edu: e pensar que isso talvez seja só o primeiro capítulo da "nascarização" da F1. será? tomara que não.

Cabral said...

O problema é que isso é uma nascarização as avessas: usar artifícios técnicos para deixar... As corridas ainda mais chatas do que naturalmente já são!

Tem cara que vai ser muito mais trenzinho do que nas outras temporadas.

Anonymous said...

Nem começou a temporada e o finlandês da Renault já está com um pé na Kova...