Nesta altura da minha vida - e em face do estágio atual da humanidade - poucas coisas ainda me surpreendem. Uma delas é o fato de Wanderley Luxemburgo ser capaz de tirar volantes, colocar atacantes e fazer de seu time uma equipe mais ofensiva ao longo de uma partida.
Wanderley Luxemburgo é um dos mais competentes técnicos do Brasil, sabe mexer em um time como poucos. Mas é algo paradoxal que ele opte por formações mais ofensivas porque Luxemburgo é uma das personalidades mais defensivas que já vi. Aquele sujeito que sempre começa uma resposta com a palavra "não", ainda que seja para concordar com o interlocutor.
Ao final do jogo de quarta passada, no qual o Santos de Luxemburgo foi eliminado pelo Grêmio da Libertadores, o técnico foi alcançado pelos repórteres finda a partida. Como já havia feito no intervalo, disparou pesado contra a arbitragem. Só que, nesse momento, acrescentou um novo personagem ao paredão de sua artilharia - o comentarista de arbitragem da Rede Globo, o ex-árbitro José Roberto Wright.
Tudo porque Wright considerou normal um lance que resultou no único gol do Grêmio na partida, por sinal, o gol que o classificou às finais. Terminado o jogo, Luxemburgo vociferou contra Wright, deixando claro que tinha visto o comentário do ex-árbitro no intervalo do jogo, no vestiário.
Wright respondeu, no ar, de forma sucinta, apelando para o aspecto mais lógico da questão: "Só queria lembrar ao Wanderley que eu não apito mais." A Globo não deu maior destaque ao tema. No Globo Esporte de ontem, dia seguinte ao jogo, nenhuma menção. Fez bem, na minha opinião. Em sua habitual tática de desviar a atenção das próprias deficiências de seus times, Luxemburgo desta vez exagerou. O culpado já não era o árbitro, mas o comentarista da arbitragem!
A Globo é habitualmente acusada de influenciar muita coisa neste país, mas... menos, né?!
Friday, June 08, 2007
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11 comments:
Vanderlei famoso pelo talento em campo(ou no banco como preferir) e pela lingua maior que a gravata!
O Luxemburgo é mesmo um ótimo técnico, mas é arrogante, prepotente e, desconfio, mau caráter e mutreteiro. No episódio a que vc se refere, Alessandra, ele deu uma lamentável demostração disso tudo, acrescentando a péssima característica de 'não saber perder'. O cara tinha ali uma excelente oportunidade para destacar a luta e a qualidade de seus jogadores, que por muito pouco não reverteram uma situação dificílima. O lance do qual ele reclama acontece a toda hora no futebol - os dois jogadores se agarram e o juiz opta por não marcar falta de nenhum dos dois, ou marca do que agarrou primeiro (que, no caso, foi o jogador do Santos). Neste caso específico, o Wright estava right, mas isso tb não elimina o fato do ex-juiz ser um comentarista irritante e de ter sido, também, um péssimo juiz.
Alessandra, concordo contigo. Foi um péssimo comentário o do Luxemburgo. Tantas coisas pra falar do jogo, tantos elogios pra fazer aos jogadores santistas, e ele resolve soltar o verbo no juiz e no comentarista.
Como o Márcio Gaspar notou o lance citado é pra lá de corriqueiro, ocorre em todas as partidas de futebol.
Revelou-se um péssimo perdedor o Luxemburgo.
Olha Alessandra, não sou apreciador de futebol, na verdade acho o esporte tão chato quanto golf - que tem o atleta mais bem pago do mundo (!?!?) - mais chato que o João Gilberto, mais chato que o Schumacher na Hungria em tempo seco, mais chato que ouvir Los Hermanos...etc, mas enfim, o que esperar de um esporte que pode acabar empatado?
Mas, a discussão é válida pois fala em treinadores; verdadeiros malas profissionais os que estão na mídia. Por curiosidade, eu assisto entrevistas de um ou outro e fico cada vez mais penalizado com os "professores". O Muricy parece que está fazendo um favor em responder as perguntas, uma cara de entediado que só ele, ruim de acompanhar mesmo, sem falar do português francamente ruim. O Vanderlei é outro estressado, nervosinho, um ser humando intratável pelas entrevistas. O Renato Gaúcho e mais uma penca de treinadores parecem que tem preguiça de levantar os olhos e dar a atenção a câmera, sempre com os olhos meio baixos, falta de paciência, mau educados com os jornalistas...enfim, ô raça de gentinha que parece deslocada em relação aos seus pares (em termos financeiros)de outras profissões. Do Leão é até covardia comentar. Dos treinadores, o único que parece ser sempre cordial é o Tite, claro que tudo isso sem julgamento do valor profissional de nenhum deles, apenas comportamental.
É como se fosse um paradigma: técnico bom, é o técnico impaciente, com cara de vaca que caiu no brejo, chato, monossilábico e demais qualidades. Mais ou menos como propaganda de cerveja que , sem exceção, faz da figura da mulher tudo aquilo que se lutou por tantos anos para mudar. (olha um tópico interessante)
abraços
É otimo tecnico ,um dos melhores.
Mas é recalcado.
Jonny'O
O Gustavo está certo em lembrar a má vontade e o ar de enfado da maioria dos técnicos de futebol, mas há de se dizer que a qualidade dos 'jornalistas' que cobre a área é, em sua maioria, sofrível. Isso sem contar aqueles muitos (principalmente na imprensa esportiva do Rio) que são comprometidos ou até mesmo 'vendidos', dada a sua relação promíscua com os clubes, os cartolas e a CBF (arrghhh!!!)
Não vi o lance na hora do Jogo porque estava vendo o Flu. Depois vi o lance e também o achei normal. O Luxa é que me pareceu não preparado para não ir a final da Libertadores.
Alessandra, revoltante o que ocorreu dia desses. Um torcedor santista, de nome Jonas Greb, incitou a violência com frases tipo
O que disse o torcedor
"Lá, eles batem, quebram o vidro dos ônibus. Já haviam feito isso com a torcida do São Paulo."
"Um casal de jovens, na faixa de 22, 23 anos, desceu no aeroporto com a camisa do Santos. Pegaram um táxi e foram parados por uma blitze. Os torcedores atacavam, tiravam do táxi e batiam nas pessoas. Esta é a maneira gaúcha de receber as pessoas."
"Gaúcho já tem aquela fama de gostar de troca-troca. Não é macho. Eles têm que ficar mostrando que são machos batendo nos outros. Deve ser problema psicológico. Os caras são loucos."
"Atenção Ministério Público: a polícia militar de lá deu apoio. Jogaram água com mangueira nos torcedores."
"Eles que se separem do Brasil. Vão virar Argentina, virar o que quiserem. Eles dizem que o Sul é o meu país. Pois vão ser outro país. Vão virar o país das bichonas. Não servem para ser brasileiros, são bandidos, não são gente."
Cara de pau, disse que era tudo encenação e que era incentivar o time do Santos e que tal recado não era para chegar no Sul. Ainda usou as prerrogativas de advogado, que se Ze dirceu nao foi preso, pq que ele vai.
Acusações mentirosas, que quase criou uma clima de guerra desnecessário.
Eis o link com sua desculpa
aos gaúchos
http://www.youtube.com/watch?v=tJrV2ef0se4
Alessandra, tenho que fé que bateremos o Boca e traremos pro Brasil o título da Libertadores e em especial pra este débio mental, cujo programa até saiu do ar.
Bjs alessandra
Alessandra, você não tem mais escrito no gptotal? Acesso diariamente esperando mais um (excelente) texto seu...
Gosto muito do trabalho do Luxemburgo, ele é muito competente, sabe mexer no time na hora certa e mudar o jogo. Mas essa mania de jogar a culpa pelas derrotas na arbitragem é irritante.
felipe: putz, e como me irrita essa história de técnico de futebol de terno e gravata!
marcio: concordo com você. o luxemburgo é o único técnico capaz de fazer alguns jogadores jogarem bem, como é o caso do alex, do ricardinho e, em um passado mais distante, do rivaldo. mas se perde demais pelas declarações. e quanto às mutretas, acho que aí tem, viu? a saída desses jogadores do santos, como o pedro que foi para o corinthians, foi muito mal explicada.
valeria: o luxemburgo tem mania de sumir do gramado poucos minutos antes de encerrada uma partida que resulte em um título para o time dele, já viu isso? diz que o momento é dos jogadores. seria válido se não tivesse tanta cara de marketing isso.
gustavo: eu vou na linha do que disse o marcio gaspar em seguida ao seu comentário. o nível da imprensa esportiva também é costumeiramente baixo. o técnico o grêmio, mano menezes, também me pareceu um profissional mais bem preparado para falar com a imprensa, mas há de perder a paciência com perguntas imbecis também.
caíque: a semelhança entre o luxemburgo está aí. final de libertadores? estão fora...
celinho: putz, isso foi lamentável, terrível, abominável. tenho horror ao preconceito, seja de que lado for. eu estava bem blasé com o jogo mas, quando acabou, estampei um sorriso imenso na cara, revelando-me torcedora tricolor naquele instante. amigo, boa sorte. eu acho que vai ser duríssima a parada. os times que têm decidido fora de casa estão levando a melhor. ambos jogam com a torcida, será um belo embate.
eduardo: o tempo está curto, rapaz. assim que tiver novidades, aviso, OK?
valéria: o luxemburgo parece aquele tipo de técnico "eu venci, nós empatamos, vocês perderam". hehehehe, que maldade!
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