Thursday, January 22, 2009

Ode à chapinha



Minha querida Barbara Gancia escreveu, entre vários posts sobre a posse de Obama, um que me calou fundo. Chamou atenção para as madeixas da mulher e das filhas do novo presidente do mundo. A íntegra do texto está aqui.

Barbara é contra a chapinha. Pensei várias vezes antes de confrontá-la. Não se desafia Barbara Gancia impunemente, sob risco de uma esculhambada pública ou de um ataque de seu cão Pacheco Pafúncio. Mas, como ela me deve um picolé de limão até hoje, pois não me pagou a aposta pelo final do Campeonato de Fórmula 1 de 2007, perdi o temor reverencial.

Destaco uma das frases de Barbara: "Particularmente, não consigo entender quem tem o cabelo linda e poderosamente encaracolado ter vergonha do que Deus lhe deu."

Barbara, doce italiana de cabelo bom, ouça-me bem. Não é vergonha, querida, é uma amálgama de sentimentos.

É acordar pela manhã, olhar-se no espelho e ver que seu cabelo está no sétimo andar, ainda que você more no sexto.

É gastar uma fortuna em shampoo sem sal (cabelo tem pressão alta?), condicionador, creme para pentear, defrizante, pomada, silicone, um exército de cosméticos empenhado na luta de domar os cachos para, ao final do dia, perceber que a batalha foi miseravelmente perdida.

É enfiar o pente no cabelo, depois de lavá-lo, e correr o risco de não conseguir tirá-lo. Se a tarefa for desembaraçar o cabelo de uma criança, então, prepare-se para choros e ranger de dentes.

É produzir-se inteira, ficar nos trinques para uma reunião de trabalho, uma festa de gala ou cineminha à noite e saber que parte disso não resistirá a uma inocente garoa. Cachos e chuva são incompatíveis, caso você não saiba. O que era cacho vira uma esponja arrepiada e a Cinderela que saiu de casa volta bruxa, sem apelação.

É gastar vários minutos de seu dia domando aquelas feras que se precipitam para fora de sua cabeça, feito cobrinhas em cachola de medusa. É ver a abençoada de cabelo liso sair do chuveiro, chacoalhar as madeixas de forma humilhante e sair com os fios pingando, certa de que eles estarão na mesma posição, várias horas depois.

É ter a certeza de que cabelo crespo é como bandido: ou está preso ou está armado.

Barbara, querida, não julgue Michele, Malia, Sasha, eu e todas as ex-cativas.

Viva a chapinha!

6 comments:

Amanda Roldan said...

Cara Alessandra Alves,

seu texto deixou-me em um dilema profundo.

Parei de fazer escova progressiva na metade do ano passado. Entre outros motivos para tal decisão estava o horror por ficar três dias inteiros sem poder molhar meu cabelo. Era um estresse profundo: em dias de chova, andava com o guarda-chuva grudado à cabeça para evitar que os pingos chegassem aos meus fios.
Porém, agora lembrei-me de quão sofrível era tratar aqueles cachos. Das horas arrumando, passando os mais variados cremes, experimentando shampoos e condicionadores diversos - quando um não servia o cabelo ficava um caos -, das constantes idas ao banheiro para jogar água no cabelo.
Assim que terminei de ler seu texto, fui correndo me olhar no espelho. As cobrinhas já infernizam minha vida, principalmente na parte da frente.

E agora: exponho meu cabelo àquela química terrível e fico três dias sem lavar meus fios ou gasto os tubos com cremes e toda essa parafernalha?

Unknown said...

Escova de queratina. Ando de cabelo solto, uso o cabelo repicado (dizem que é pecado repicar cabelo encaracolado) e vivo na quente e úmida cidade do rio de janeiro. Já sofri com a juba e por mais de uma década usei cabelo curtinho, mas a tal da escova de queratina me permite deixar os fios crescerem. Os cachos estão disciplinados. Não é milagre, é uma pequena dose de formol, insuficiente para alisar. Eu amo meus cachinhos e finalmente eles me amam também.

Anonymous said...

A única vantagem dessa moda de cabelo liso, escorrido, que faz mulheres de cabelos crespos usarem chapinha, alisamentos mil, etc., é que eu já tenho o cabelo do jeitinho q elas gostam. Meu cabelo é fino, liso, oleoso, ou seja: uma m...
Pra quem tem cabelo do jeito do meu, liso, fino, escorrido e oleoso, a glória das glórias é um cabelão encaracolado. Por motivos práticos meu cabelo é curto.
Vejamos: ele é fino, ou seja, embaraça com facilidade. E tb é oleoso, assim, qualquer tipo de condicionador - inclusive para cabelos oleosos - o deixam pesado e com menos volume do que o habitual (que já é quase zero). Então, se uso condicionador ele não embaraça, nem quebra quando desembaraço, mas, fica lambido, grudado na cabeça e no rosto. Daquele tipo que se chama Madalena Arrependida.
Se não uso condicionador ele embaraça, quebra, etc.
Se chove ele não arma, ele gruda na cabeça e fico com aquela aparência linda de alguém que está há meses sem lavar a cabeça.
Se eu tentar enrola-lo, por qualquer método que seja, e alguém respirar fundo do meu lado, babau. todos os cachos desmoronam. E nem importa que eu tenha passado 2 dias enrolando o dito cujo, nem posto o fixador mais forte. Basta uma brisa, um sopro, e tudo vai embora.
Meu sonho: o cabelão que a Gisele exibia até pouco tempo atrás: ondulado no ponto certo.
É Alessandra, aquele e-mail antigo, que circulava por aí, com as coisas que só uma mulher consegue, tá certíssimo quando fala: Passar a vida brigando com o próprio cabelo.

Amanda Roldan said...

Pois é, Valéria, nós nunca estamos satisfeitas com o nosso cabelo. Por isso que decidi ficar com meus cachos, cansei dessa história de ficar alisando as madeixas. Meu sonho mesmo é ficar com aquele cabelão que só Ana Paula Arósio ou Julia Roberts tem. Acho que vou apelar para a escova de queratina...

Anonymous said...

Grande Alessandra. No meu blog, o Motorizado (www.motorizado.wordpress.com) costumo postar vídeos que julgo ser interessante aos amantes do automobilismo. Hoje encontrei um muito bom. A ultrapassagem de Kamui Kobayashi em Nico Hulkenberg, que valeu a vitória ao japonês na primeira corrida do Bahrein deste fim de semana na GP2 Asia Series. Dê uma olhada lá, pessoal! Abraço a todos!

Anonymous said...

Com cabelo liso ou encaracolado, você é sexy!

Sou seu fã! ...mais um deles, eu sei.