Monday, November 06, 2006

Que música marcou sua vida?

Ouvi dia desses um programa de rádio que tinha um quadro com esse nome – que música marcou sua vida? Gostei da brincadeira e achei que cabia bem no espírito do blog. Eu, sempre ligadíssima em música, não seria capaz de escolher uma apenas. Dividi por quesitos e deixo aqui minha contribuição, ansiosa por ler as de vocês. Vamos lá?

Tudo bem, eu começo.

Quesito “Auto-conhecimento”

“Sou a Mônica, sou a Mônica...” – talvez tenha sido a primeira música que me marcou. Em casa, tinha um compacto duplo com os temas de alguns personagens da Tuma da Mônica – tinha a própria, o Cascão, o Chico Bento e o Bidu. Atacadinha como sempre fui, lembro que gostava particularmente dos versos “quando diz que sim, quando diz que não, mostra ter opinião”. Muitos anos mais tarde, quando começou a passar no Brasil o seriado Friends, de cara me identifiquei com a personagem Monica Geller, cujas características principais são a competitividade exacerbada e a mania de arrumação. Minha querida amiga Cynthia, que também gostava do programa, certa vez comentou: “Você É a Monica.” Não contestei. Já era desde criança, sempre serei.

“Dona” – ah, Sá & Guarabyra na interpretação do Roupa Nova... Manja aquela cena de novela?! A adolescente sonhadora escutando uma música, um tanto melancólica, olhando pela janela e sonhando com o futuro de glórias? Chuva lá fora, de preferência. “Não há pedra em teu caminho, não há ondas no teu mar, não há vento ou tempestade que te impeçam de voar”. Ah, como eu queria ser essa dona! Tudo bem que era tema da Viúva Porcina, em Roque Santeiro, mas eu queria aquela música para mim, queria ser essa mulher de pulso impaciente batendo – tan-tan-tan – na porta. Acabei madrinha de casamento na época, vestindo um modelito de lamê prateado, mangas presunto enormes, saia sereia com enchimento de tule, a própria Porcina. Mas a culpa era do terror fashion dos anos 80, não da música, isso eu sei.

Quesito “Talismã"

“Eduardo e Mônica” – Será que mais gente tem isso? De ouvir uma música e achar que ela deu sorte para alguma coisa? Vamos, confessem! Eu tive duas músicas talismã na vida. Quando ainda estava no segundo colegial, resolvi prestar vestibular só para ver como era, se eu estava me preparando bem, essas coisas de menina CDF sem namorado. Antes de sair para a prova, tocou a música do Legião Urbana no rádio. Como fui muito bem na prova, associei uma coisa à outra. No ano seguinte, quando prestei vestibular para valer, sempre colocava “Eduardo e Mônica” para tocar antes de sair. Não foram os livros, foi Renato Russo que me fez passar! (E lá está a Mônica de novo a me perseguir...)

“Maria de Verdade” – Alguns anos depois, já formada, casada e teoricamente adulta, me agarrei a outra canção. Em 1995, o Corinthians viveu um ano maravilhoso, com dois títulos conquistados. A Copa do Brasil e o Paulista, ganho em uma final memorável sobre o Palmeiras. Mas a responsabilidade pelos troféus erguidos não foi das cobranças de falta certeiras de Marcelinho Carioca. Não, para mim, a grande responsável era a faixa de abertura do CD “Cor de Rosa e Carvão”, da Marisa Monte, que eu sempre ouvia antes de cada jogo. Nos atuais tempos bicudos, abandonei os CDs por muita reza e calmante antes das partidas do Timão.

Quesito “Ternura”

“Unforgettable” – No ano de 1991, Natalie Cole lançou aquele CD de standards no qual ela cantava com a voz do pai Nat, morto muitos anos antes. Tocava em tudo que é canto, até encheu de tanto tocar! Tocava no saguão do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, quando voltávamos de uma viagem “profissional” que acabou sendo nossa primeira lua-de-mel. Logo depois, ele me deu o CD de presente. Inesquecível mesmo...

Mal termino de escrever e já penso em tantas outras músicas que marcaram minha vida. Mas, se deixar, não paro nunca! E aí, e você? Que música marcou sua vida?

42 comments:

Anonymous said...

As minhas músicas são mesmo muitas...
Praticamente cada acontecimento importante com a sua.
A música da vez é Faroeste Caboclo, também Legião Urbana, de onde saiu o nome da Malu.
Desde a primeira vez que ouvi que a "Maria Lúcia era uma menina linda" que decidi o nome da filha que um dia viria a ter!

Anonymous said...

Alessandra, vou seguir a ordem e a escolha dos quesitos.
Auto-conhecimento: desculpa citar um jingle? (talvez eu até esteja atropelando, daqui a pouco voce vai postar sobre os jingles que marcaram a gente, né?) É que foi realmente o que marcou minha infância: "Já e hora de dormir, não espere a mamãe mandar, um bom sono pra voce e um alegre despertar!"
Talismã: não é bem pra dar sorte, mas sempre que eu escutava ou cantava essa música, ficava tudo em paz entre eu e então minha namorada: "Diga lá, meu coração, da alegria de rever essa menina, e abraçá-la, e beijá-la..."
Ternura: Bem, há também despedidas ternas, não há? Quando eu era adolescente, a nossa separação de namorados(primeira namorada) foi marcada assim: "Não adianta nem tentar me esquecer, por muito tempo em sua vida eu vou viver..." Nunca mais tive notícias dela, acho que apareceu mesmo "um outro cabeludo em sua rua...".

Anonymous said...

Bem uma música que me deu muita sorte foi "Já sei namorar" dos Tribalhistas, escutei ela assim que sai da prova do Vestibular, no rock da turma do cursinho tocou em um dos momentos mais...picantes do rock, e 5 minutos antes de eu saber o resultado.
"Meiga senhorita" Zé Geraldo, música tema de uma paixão, em uma faze em que estava alugando já tinha alugado a mão pra levantar dinheiro.
"Marina" música de um grupo do Espirito Santo, serviu de tema de um evento em que ajudei a realizar a alguns anos, uma experiência trancendente. Fico com essas pra não me estender.
Felipe Atch

Anonymous said...

Putz, eu tenho um talismã vestibulariano também, que não é uma música, mas um caminho... A estrada dos alvarenga, foi o que me passou o vestibular. Mas não por menos: A estrada tem um rítimo, quase uma música.

Paralamas me lembra o conforto no meio da solidão... Milhionário e José Rico (passou um caminhão anunciando o show) me lembra aquelas lonas de caminhão "GUERRA, é paz na estrada". Queen me lembra coisas que eu não gostaria de lembrar. Tim Maia me lembra que eu só quero chocolate, e que hoje o céu está tão lindo (vai chuva, é primavera, uuuhuuuu).

Anonymous said...

Achei que associar músicas a momentos seria a maneira mais natural de ver quais canções marcaram a minha vida. Mas, não sei se pela semana estar começando e a cabeça girando de trabalho, não consigo fazer nenhuma associação: a do primeiro dia na escola, a do primeiro beijo, a da primeira vez, não lembro de nada!

Estranho, porque sou fissurado em música. E se for escolher aquela que marcou minha vida, fico com duas instrumentais, provavelmente não por coincidência. Afinal, posso até me identificar com alguma letra (de Chico, Djavan, Kate Bush, etc.), mas como não as escrevi, elas nunca se identificam comigo. Assim, é mais fácil ver traduzido o que eu sinto em canções onde só há melodia.

As duas são "The Great Gig in the Sky", do Pink Floyd e "Death and the Flower", do Keith Jarrett. Downloads recomendabilíssimos para quem não as conhece...

Anonymous said...

Olha que coincidência: já até comecei a escrever um post onde vou falar de algumas das canções que marcaram a minha vida. Só estou esperando o GoEar.com voltar a funcionar para colocá-las no meu blog.

Entre as que lembro agora, destaco "Por Enquanto", da Legião Urbana (na versão original, é claro), "Ceremony", do New Order / Joy Division, e "Bad", do U2.

Andréa said...

Nossa, adorei esse convite. Preciso pensar com calma, afinal musica eh muito importante pra mim, tambem. Acho que responderei la no meu blog (e virei aqui te avisar, nao se preocupe). Beijo e adorei as suas musicas!

Alessandra Alves said...

flavia: puxa, então a malu se chama maria lúcia por causa de "faroeste caboclo"?! que legal, bela inspiração. ela está uma fofa, tenho visto sempre no blog, viu?

mauro: eu não tinha pensado (ainda) em um post sobre jingles, mas é uma excelente idéia. e não se preocupe por adiantar o tema, afinal, jingle também é música, ou não é? mas você comentou as músicas talismã e eu achei que ia pintar alguma coisa relacionada a um certo clube alvi-negro praiano. sinto que você não está muito para futebol esses dias, hehehehe

felipe: os tribalistas também renderam uma música marcante para mim, "velha infância", que meu filho cantou na escola em uma festa do dia das mães, quando tinha uns quatro anos. sempre tenho vontade de chorar quando escuto, por associar àquele momento. o engraçado é que o moleque não gosta de ouvir a música hoje! vai entender...

edu: você me fez lembrar outra coisa, sobre caminhos que dão sorte. tenho uma meia-superstição, bem besta aliás. gosto de passar, sempre que possível, por caminhos que tenham feira livre. claro que não passo por entre as barracas, mas gosto de olhar a feira de longe e procuro ruas nas quais sei que tem feira naquele tal dia da semana. eu, aliás, a-do-ro feira livre. um dia ainda posto sobre isso.

ico: se as músicas não se identificam com você, problema delas!!! a obra já não pertence mais ao artista quando cai na boca do povo, por isso acabamos sentindo tão nossos versos que não foram escritos por nós. como diz aquela música do samuel rosa e do nando reis ("os versos meus, tão seus, que espero que os aceite". mas você falou de músicas instrumentais e me lembrei de duas que marcaram dois momentos da minha vida. por acaso, ambas têm nomes de mulher: laura, na interpretação do charlie "bird" parker, e layla, do eric clapton.

marcus: dê um toque, quando seu post entrar no ar. idem para você, andréa n.!

Anonymous said...

A minha música mais marcante é de um tipo que eu nem gosto muito, sertaneja. Mas é a música do primeiro amor, fazer o quê? É Brincar de ser feliz, Chitãozinho e Xororó, que eu estava ouvindo quando descobri que gostava daquele menino gordinho que não parava de me olhar. Por coincidência, no ano passado reencontrei-o justamente depois de ter ouvido a música na televisão. Outras muito especiais, mas que não consigo identificar com um momento específico, são Música Urbana, com o Capital Inicial e Hold on my Heart, do Genesis. Se bem que na voz do Phil Collins, todas são músicas da minha vida.
Abraços.

Anonymous said...

Vixi, tem tantas músicas que escolher é uma tarefa dificil. É que sou "movida a música". No momento estou escutando a sinfonia 36 de Mozart no pc.
O hino do timão, que marca minha vida toda, os bons e maus momentos.No quesito futebol a música Festa da Ivete Sangalo, sempre me remete à copa de 2002. E ainda no quesito esportes, ainda não consigo ouvir o tema da vitória sem chorar ao lembrar do Senna.
"Eduardo e Mônica" que marcou a época em que entrei na faculdade. E "Vital e Sua Moto" que marcou toda a minha adolescência - musicalmente os anos 80 foram maravilhosos.
No início deste ano, ouvi muito Marisa Monte "De Mais Ninguém", que expressa como nunca a dor da perda, no caso do meu pai.
O solo de guitarra de "Sultans of Swing" marcou um namoro que quase virou casamento. E "como é grande meu amor por você", marcou outro.
E no quesito "calmante", basta eu ouvir "Nobre Vagabundo" da Daniela Mercury que eu fico bem.
E no auto-conhecimento, também vou com o tema da Mônica,rss, que não por acaso uso como avatar no orkut.
bjks

Zeca said...

Que feliz coincidência, a Soninha escreveu esta semana no blog dela um post chamado "Essa músicas incríveis e suas lembranças maravilhosas". Visitem-na e não vão se arrepender!

Quando penso músicas que marcaram minha vida, acabo tendo uma crise existencial... não consigo lembrar de nenhuma! Fico feliz em saber que não sou o único (valeu ico, me sinto melhor agora!)...

Bom, vou tentar algo. Sou fã incondicional do Tom Jobim e todas as suas músicas me lembrar amor, romance etc. No meu casamento, nós contratamos um maestro para tocar na igreja e resolvemos que só queríamos músicas do Tom. Escolhemos "Se todos fossem iguais a você" (entrei com ela!), "Anos dourados" (Chico...), "Quando a luz dos olhos teus", "Eu te amo" (Alessandra, mais Chico). No salão de festas entramos com “Só tinha de ser com você”. Hoje ouvir Tom me lembra o dia do casamento!

Zeca

Pedro Alexandre Sanches said...

puuuutz... se eu quisesse fazer o fino, diria no ato que as minhas foram, ao mesmo tempo, "o jumento" ("jumento não é, jumento não é, o grande malandro da praça"), "o cão" ("apanhar a bola-lá, estender a pata-tá, sempre em equilíbrio-briô, sempre em exercício-ciô"), "a galinha" ("estás velha, te perdôo, tu ficas na granja, em forma de canja") e "a gata" ("nós, gatos, já nascemos pobres, porém já nascemos livres")... e estaria sendo absolutamente sincero, se falasse isso (aliás, já falei, né?), mas...

o marco inicial mesmo, eu lá com meus sete anos, foi um discão alaranjadão de baiano & os novos caetanos (também conhecidos como arnaud rodrigues e... chico anysio!!!, argh!), especialmente uma música linda de morrer, chamada "sete luas", cuja letra nem consigo lembrar aqui-e-agora...

coisas de menino que cresceu assistindo siderado à rede globo... o tempo passa, o tempo voa...

Anonymous said...

Alessandra, tem jeito de continuar, né? É que eu estava só no começo. Tem como? Digo, sem estar preso a quesitos?
Na militância política, fim da ditadura: Gonzaguinha, no verso final inesquecível: "...Explode coração!";
Na militância sindical, algum tempo depois: o mesmo Gonzaguinha: "Um homem se humilha se castram seu sonho, seu sonho é sua vida e vida é trabalho..."
Quando estávamos grávidos pela primeira vez: Joyce, "...no ventre da mãe bate o coração de Clara, Ana e quem mais chegar..."
Quando nossa primeira filha era ainda pequenininha: Toquinho(pra não dizer que não falei em corintianos), "O Caderno", deêm uma olhada, sempre entendi o "caderno" referido como um pai dirigindo-se a sua filha.
1989: "Passa o tempo, tanta gente a trabalhar...".

Anonymous said...

Vou tentar listar momentos e músicas, vamos ver o que dá...
Infância - vou de jingle - Bala de leite kids (roda, roda, roda baleiro atenção..) e Como nossos pais.
Adolescência - Sapato Velho (Roupa Nova) e Será (Legião Urbana)
1ªDecepção Amorosa - Detalhes (na interpretação de Bethania)
Marido - Love of my Life (Queen), No More tears (Ozzy Osbourne)
Momento Atual - Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima...

Alessandra Alves said...

valéria: às vezes algumas músicas se associam à nossa história sem que necessariamente gostemos do estilo, né?! até hoje, não posso ouvir a música "chibom bom bom" (lembram dela?) que me lembro da fase final da minha gravidez!

valeria: interessante é que a música normalmente associada ao senna foi composta, originalmente, para ser tocada sempre que um brasileiro vencesse uma corrida, mas coincidiu com a fase do senna campeão, daí ter ficado tão associada e até meio fúnebre, né?

zeca: papa fina o repertório do seu casório, hein?! gostei!

pedro: você, por acaso, cresceu num zoológico?! hahahaha... no quesito "música infantil", também tenho muitas lembranças. além da arca de noé e da trilha dos saltimbancos trapalhões, as trilhas dos disquinhos de histórias infantis foram muito marcantes para mim, como joão e maria, jogando "uma pedrinha, duas pedrinhas", ou a fada da cinderela, com seu "salagadula, mexicabula, bibidi bobidi bu".

a menina que cresceu siderada vendo a rede globo também se lembra de que "todo dia é dia, toda hora é hora" e que "marmelada de banada, bananada de goiaba". (que, aliás, quando eu era pequena, soava como uma interrogação, pois eu achava que também podia ser "marmela dá de banana, banana dá de goiaba", hahahahaha)

mauro: putz, no quesito "cívico" em algumas inesquecíveis, né? "o bêbado e a equilibrista", hino da anistia, "menestrel das alagoas", lembrando teotônio vilela e, lógico, "coração de estudante", que virou aquele réquiem do tancredo.

e quanto ao caderno, também faço essa associação. uma vez, até, um amigo se viu apaixonado por uma menina bem mais nova, ainda adolescente quando ele já era adulto, e me falou que ouvia "o caderno" como se fosse uma música que ele tivesse escrito para ela. achei tão bonito isso! meu filho tem um cd-rom com músicas do toquinho e o clip do caderno é com uma menina, que vai crescendo e se torna mãe, e mostra o caderno velho para a filhinha. de chorar!

cy: putz, acho que ouvimos todas essas juntas, né? como lembrei de "sapato velho", tema da nossa formatura, e também de "tempo perdido". como foi vitoriosa nossa gestão junto à diretora da escola, que nos deixou cantar essas duas músicas na colação de grau!

sacode a poeira, menina, dá a volta por cima!

uma sensação que está se formando muito forte, para mim: como temos citado legião urbana por aqui, não?

Anonymous said...

Eu também adoro ruas com feira, uma atração magnética. Sempre caio em alguma, e tenho que voltar de ré :)


Eduardo e Mônica me lembra quando eu me espatifei no chão, correndo de bicileta num parque.... Juntou um monte de gente, um velhinho correu pra ver se não aconteceu nada, com minha bicicleta, enquanto eu pme preocupava em travar o cronometro, o tiozinho do carro que atrapalhou minha tangência veio correndo perguntar se ele tinha atrapalhado (sinceramente não, verdade), a policia chegou, um monte de carro, gente... O corpo estirado no chão, uma senhora pergunta meu nome e começa a cantar eduardo e mônica...

Foi um dia divertido!

L-A. Pandini said...

Com 600 LPs e 200 CDs em casa, mais uma ou outra fita cassete ainda preservada, fica difícil encontrar somente uma música marcante. Várias músicas podem me lembrar da mesma coisa, ou uma mesma música pode me "levar" a várias "viagens" no passado.

Como não pretendo matar ninguém de tédio com minhas reminiscências, segue um resumo do que algumas músicas significam para mim:

Para qualquer momento: Beatles, Chico Buarque, Gilberto Gil e Elis Regina.

Primeiras baladas: "Corações psicodélicos", Lobão. Ele cantou no show que deu na danceteria Blitz, na Ilha Porchat, em São Vicente, em 30 de dezembro de 1984. Eu estava lá... Foi a primeira vez que saí de casa à noite e cheguei ao amanhecer.

Campanha política: descontando os jingles de candidatos, uma que me marcou fortemente foi "Caldera", instrumental de Milton Nascimento. Foi usada na propaganda gratuita do PT na eleição de 1982, a primeira que acompanhei de verdade.

Corrida de automóvel: não, graças a Deus não é o "Tema da Vitória" (alguns acham que foi composta para Ayrton Senna, mas tocou pela primeira vez em uma vitória de... Alain Prost). Tenho duas muito melhores: a trilha sonora do filme "Grand Prix" e... "Todos estão surdos", de Roberto Carlos! Esta última abre o filme "Roberto Carlos a 300 quilômetros por hora", enquanto Roberto "senta a bota" em um Dodge Charger R/T nas curvas de Interlagos.

O mar: não tem jeito. Ouvir "Porto", do MPB4, me leva imediatamente a um belo pôr do sol à beira do mar em Santos. Por alguma razão, algumas músicas de Tom Jobim, Toquinho e Vinicius, mesmo sem falar de "mar" ou "praia" na letra, me remetem aos domingos ensolarados nas praias da minha cidade. "Escravo da alegria" é uma delas.

Sítio em Tapiraí: várias músicas de Elton John dos anos 70 ("Rocket man", "Don't go breaking my heart", "Skyline pigeon", "Philadelphia Freedom" e "Goodbye yellow brick road") me fazem lembrar do sítio de um parente em Tapiraí, onde a família passava períodos de férias na década de 1970 e comecinho da de 1980. Um de meus primos adorava o Elton John e essas músicas tocaram bastante no gravador...

Minha musa: "Unforgettable", com Natalie Cole, e "Sonho real", com Gal Costa, marcam o começo do namoro, em 1991. "Noites com sol", de Flávio Venturini, é dos primeiros meses do casamento, em 1993.

Anonymous said...

Toc, toc, toc
Oi Alessandra! Off-topic-mas-não-cai: vim dar com os costados aqui por causa de um comentário que você deixou no PAS sobre gentinha que vem aqui te apoquentar (te atucanar?). É doença deles, te juro, você é tão amistosa. Bem, agora que estou aqui... Fiquei triste a constatar que não tenho (ainda?) nenhuma música talismã. Tenho uma na categoria assombração: Nilo Amaro e Seus Cantores de Ébano cantando Ô leva eu, saudade, eu também quero ir! Sempre que ouço fico meio apalermada. Na categoria filosófica “onde estou, para onde vou” tem “que vá tudo para o inferno” cantada pelo Rei que ouvi em 80 numa pensão em Istambul. Que susto e que dilícia!

Anonymous said...

Nossa Senhora, se eu fosse fazer a lista das mais marcantes - e fazer a respectiva associação - teria que escrever algo do tamanho de "Guerra e Paz", por isso vou escolher apenas uma das mais representativas....talvez a mais representativa para mim.

Bem, dando uma futricada na lista do pessoal, tenho a dizer que eu também selecionaria Legião Urbana sem dúvida alguma, e "Great Gig..." é uma das minhas sublimes...(alô Ico, confere a versão no dvd making off The Dark Side of the moon)...todas boas seleções com certeza. Só faltaria a foto da Alessandra de Víuva Porcina para ilustrar bem o post...(hehehhe).

Bem, minha música definitiva, que muito me embalou - embalou-me seria embalagem?? - na zona nebulosa entre fechar os olhos e entrar no mundo dos sonhos, seria a ídilica e saudosa "Shine craizy diamond" do Pink Floyd do disco de 1975. Na verdade são trechos da própria que me sensibilizam; a música é dividida e tocada duas vezes no disco com introduções melódicas e letras modificadas. Toda a canção é perfeita e não é a toa que arrebanhou uma legião de fãns.

O grande trunfo para mim são os últimos minutos da canção, toda entregue a parte instumental. O piano acústico, o sintetizador e a bateria conseguem criar nesse trecho final um mundo onírico, embalado por sons narcotizantes, que nos contam dolorosamente da eterna saudade do que já foi belo e aparentemente imortal - homenagem ao antigo líder e visionário da banda, o "diamante louco" Barret - ,um lamento instrumental terrivelmente belo e contudente com a exata guitarra de Gilmour apenas pontuando aqui e acolá como podem ser abissal as profundezas da alma humana, tanto em beleza, como em loucura, saudade e lamento....definitiva como uma chave trancando uma porta ancestral que nunca mais será aberta e fechará sobre si toda a criação que foi produzida pelo homenageado da canção; após a última batida da bateria com o piano, apenas o teclado nega-se a calar diminuindo seu tom em meio a floreios e arabescos musicais até chegar ao silêncio absoluto.

Perfeita, ideal para ouvir no escuro, ou contemplando uma paisagem bonita, sentindo- se entrar em um quadro de Dali....

Altamente recomendável!

Mais algumas rapidinhas: Moonlight Drive - Doors, Vento no Litoral - Legião, Echoes - Floyd....e chega senão a lista não termina.

Abraço

Anonymous said...

Realmente não há como ficar limitado a uma música marcante. São tantas, temporais e atemporais. Música é assim. Pode até trazer elementos marcantes de uma época, mas nos acompanhará pelo resto da vida.
Na minha infância ouvia muito os especiais infantis de Chico Buarque e Vinícius de Morais. Não tem jeito, esses dois são demais!
Mas a primeira música mesmo da minha vida foi "Cálice". Não que fosse um engajado político contra a ditadura. Nem idade para isso tinha. Mas foi uma música que entrou em minha mente e no meu coração até que, num dia, entendi sua mensagem. Depois disso, ficou mais marcada ainda.
Depois vão acotecendo fatos na vida que sempre têm um fundo musical para memorizar. "Eva", com Rádio Taxi (minha primeira paixão), Vela Aberta (com Valter Franco), "Mestre Jonas" e 1ª Canção da Estrada (Sá, Rodrix e Guarabira) e tantas outras que nos faz lembrar do cheiro do passado.
Hoje, fico naquelas que já relacionei em outra conversa: "Dançapé", com Amaranto e etc...
Música deve ser ouvida com o coração.
Grande abraço a todos.

Alessandra Alves said...

edu: você tem alguma de idéia de por que essa velha começou a cantar "eduardo e mônica" naquela circunstância?!

l-a. pandini: smack pra vc!

márcia w.: que bom tê-la aqui! venha mais vezes, viu? será um prazer. só esclarecendo: os leitores que eventualmente me atacam não são os tucanos, não, mas leitores anti-schumacher e pró-schumacher que me consideram, indistintamente, torcedora e detratora do schumacher! como agora o schumacher se aposentou, espero que os anônimos me deixem em paz também. cantores de ébano são meio assutadores mesmo, né? eu, quando criança (já comentei aqui) tinha medo do raul seixas e dos secos e molhados!

gustavo m.: ainda não tive tempo, mas vou ouvir a música com foco nas suas observações. muito legal!

quanto à minha foto vestida de viúva porcina, não dou, não vendo, não empresto!!! e, se algum dia alguém a tiver, saiba que terá o maior e melhor argumentod e chantagem contra mim. sim, meu passado me condena!

herik: "cálice" parece ser daquelas obras definitivas, atemporais. meu filho, que tem seis anos, descobriu-a há pouco e está completamente magnetizado por ela. tenho ouvido bastante com ele e, a cada vez, me chama a atenção um aspecto da música. eu, das letras, sempre me ative muito à mensagem, às referências históricas, como à morte do stuart angel, mas ultimamente tem me chamado a atenção o aspecto do arranjo, o vocal pontuando palavras-chave, como "pai" e "cálice". engraçado é que o moleque despertou para a música vendo a apresentação censurada no phono 73, aquela em que os censores desligam o micorfone do chico. ou seja, naquela ocasião, não havia a letra, só a música, e foi a música que primeiro o fisgou!

Anonymous said...

Ok Alessandra, só não vá ouvir a música no ritmo louco dessa paulicéia desvairada...há, ser de Peixes ajuda bastante viu?

Whish you he Here é o disco, para ser curtido com calma, talvez até lendo algo sobre a peça central do disco: a saudade e a homenagem prestada ao Syd Barret - falecido recentemente - o antigo mentor da banda que fez uma viagem sem volta no Lsd (expansão dos horizontes...sei, sei)...melhor, concentre-se nas letras que falam muito sobre o hedonismo e a toda loucura que envolve o rock (Have a cigar, Welcome to Machine...), boa sorte!

E vamos lançar um manifesto: "Víuva Porcina? ela existe e é dona de um excelente blog"...só falta a foto!

Anonymous said...

Engraçado, é o primeiro post em que os comentários são iguais ou melhores que o texto.
Como a maioria tenho uma infinidade de músicas que poderia citar como talismã, por isso vou deixar só as duas primeiras que me marcaram quando cheguei em Brasília para estudar vindo do interior do Tocantins: "Será" foi meu primeiro contato com o rock nacional, e que me fez querer mais e mais do mesmo (putz, coisa horrível esse trocadilho)
A outra é do Legião também, Faroeste Caboclo, quem não soubesse cantar inteira naquela época estava por fora.

inté +!!!

Anonymous said...

Alessandra, pra fechar minha curta(hehe) participação, deixa falar da canção de toda a vida, da qual volta e meia me lembro, tem jeito não. É só olhar em volta e a gente se depara com
"...nossas roupas comuns dependuradas, na corda, qual bandeiras agitadas, parecia um estranho festival...
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos é sempre feriado nacional...".
Lindo, lindo. Roupas que são "trapos" e estão hasteadas nos varais, tal qual bandeiras. Lindo.
E depois, mas aí já é poesia pura, não sei se voce concorda, temos:
"A porta do barraco era sem trinco,
E a lua furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão...
Tu pisavas nos astros, distraída..."
Nossa, falar o quê?
Salve Orestes Barbosa! (Em tempo: embora meu pai prefira a versão na voz de Silvio Caldas, a da Maysa é de arrepiar, como aliás tudo que ela fez).
E, em homenagem a ela e ao PFL:
"Meu mundo caiu..." Hahahaha.
Da Maysa sempre sentirei saudades.
Tchau, inté, bom fim de semana pra todas e todos.

Alessandra Alves said...

gustavo m: nem vem que não tem! nada de foto, nada de Porcina!

luizano: e dá-lhe legião!

mauro: você já está entrando na seara dos versos. mas, por favor, maysa, numa sexta-feira nublada, não!!! hehehe brincadeirinha, gosto da maysa, é que vim ouvindo boca livre, hoje, tão pra cima...

Anonymous said...

Ele perguntou meu nome... E...

Eduardo??? Você gosta daquela música????

Ou seria porque depois do tombo abri os olhos mas não quis me levantar?

Agora eu fiquei na duvida..

Anonymous said...

Bitter Sweet Simphony do

Verve

foi a música que ouvia quando dei o primeiro a amasso na minha atual mulher e mãe de minha filha

Anonymous said...

Oi como poderia deixar de falar de legião Urbana, música que marcou minha adolecência em uma dessas fazes deprecivas naturais da idade!
E hinos de rebeldia Tetro dos Vampiros minha eleita como música marcante neste quesito!
Felipe Atch
Espírito Santo

Anonymous said...

Mal-me-quer (marcha/carnaval, 1940) - Cristóvão de Alencar e Newton Teixeira

Anonymous said...

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