Sunday, May 10, 2009

Plano B, Piloto 1B


GP da Espanha, Circuito de Montmeló, Catalunha. Rubens Barrichello faz uma largada perfeita e assume a liderança da corrida. Liderava folgado quando seu engenheiro lhe diz, pelo rádio: "Você ainda tem mais cinco ou seis voltas na liderança."

No ar, pelas rádios Bandeirantes/Band News FM, acusei minha estranheza. "Será que a equipe está dizendo para ele aproveitar enquanto é líder, por já imaginar que Button assumirá a ponta depois?". Primeiro pit stop, Barrichello faz uma parada ultra rápida, três segundos a menos que a parada de Button. A equipe foi mais esperta com Rubens do que na parada de Jenson? Não, naturalmente. A equipe colocou menos combustível no carro de Barrichello, sugerindo que ele faria uma parada a mais que o companheiro de equipe.

Depois da corrida, o boss Ross Brawn revelou que a estratégia escolhida pela equipe, antes da prova, era de três paradas, e que Button teria mudado para duas paradas - o Plano B da Brawn - já com a corrida rolando. As palavras de Barrichello também confirmaram o acerto prévio, e a mudança:

"Achei que a corrida estava ganha na primeira curva. Quando a equipe me falou que o Jenson havia mudado a estratégia, teria de acelerar muito".

E mais:

"O terceiro jogo de pneus não tinha o mesmo rendimento, mas mantive tudo o que tinha de manter, e não foi o suficiente. Preciso bater palmas para a vitória dele (Button). Hoje foi mais a gente perdendo do que ele ganhando", explicou.

O que concluo do episódio: a equipe resolveu mudar a estratégia de Button depois que ele perdeu a liderança na largada e da entrada do safety car na pista, percebendo que a estratégia inicial já não era a mais eficiente. E resolveu jogar com duas opções, uma para cada piloto. Afinal, se acontecesse mais algum acidente e houvesse a necessidade de mais um safety car, Barrichello poderia ter se beneficiado com a estratégia de três pits stops. Para a Brawn, era garantir a vitória para o time, com um ou com outro piloto.

Depois da corrida, Barrichello estranhou a troca de estratégia do companheiro de equipe e disse que pediria explicações ao time. Ross Brawn talvez diga a ele o que disse à BBC: que esperava melhor desempenho de Rubens em seu segundo trecho, abrindo maior distância do que conseguiu...

É cedo, faltam doze corridas para acabar a temporada, mas a sensação de que Barrichello de novo ostenta a condição de segundo piloto ficou ainda mais forte depois da prova da Espanha. Segundo, não, desculpem. 1B, como ele gosta.

A foto deste post é do fotógrafo Luca Bassani, do Tazio.

10 comments:

Anonymous said...

acompanhei a transmissão pelo radio e os blogs de jornalistas "especializados"em F1 e me pergunto porque vocês, jornalistas relutam em afirmar que o Rubens está sendo prejudicado?

Fabrizio Salina said...

Vamos lá... até pelo meu comentário no post abaixo, fica evidente que não sou condescendente com o Barrica, mas hoje tive pena dele. Compaixão, a palavra exata.
O cidadão tem o carro mais rápido do fim de semana, o melhor acerto, a melhor largada, mas... o companheiro de equipe vai lá, copia o "setup", adota uma estratégia conveniente e oportuna, e no fim das contas, ganha a corrida, os pontos.
Pode até ser que tenha sido uma coincidência infeliz, mas, tendo-se em vista o histórico de Ross Btrawn, nada pode ser descartado. Este sim, "não dá ponto sem nó" (ou seria sem dó?).
De todas as declarações do Rubens, uma compartilho "ipsis litteris": ele não precisa disso. Se for pra ser assim, melhor pendurar o capacete com dignidade.
Mas, transcendendo um pouco a questão, a cada dia fica mais evidente que autonomia dos pilotos se resume a virar o volante e pisar no acelerador. Viraram marionetes de engenheiros.

Ron Groo said...

Não me espantei com o resultado da corrida.
Ross nunca foi bobo e nem perdulário com seu talento.
Button é o piloto mais bem classificado na tábua, tem um handcap de 4 vitórias que dificilmente alguém vai igualar ou passar este ano.
Logo se as outras crescerem a ponto de incomodar muito eles ainda ficam na boa em caso de empates por pontos.
Iria arriscar acrescentar mais alguns pontos e outra vitória a seu piloto em melhor condição?
Eu não.

Não tinha visto da forma que você falou e olha, é um prisma bem interessante...
Mudou a estratégia se precavendo contra um imprevisto qualquer. Outro acidente, ou mesmo uma quebra.
Jogou pensando mesmo em uma vitória para a equipem claro, com a opção do primeiro piloto ganhando a corrida.

1B, que é como me refiro a ele no meu blog desde a primeira corrida do ano - era o plano B mesmo.

E o mal dele é a mania de ser a eterna vitima. O alvo de complôs mirabolantes.

Ontem vi duas coisas na net que me fizeram rir muito sozinho aqui.
Uma delas foi um texto no Grande Prêmio que dizia que mais uma vez ele novamente discursou como Policarpo Quaresma.
Hilário pensar em 1B desta forma.

http://esporte.ig.com.br/grandepremio/formula1/2009/05/10/barrichello+ameaca+abandonar+f1+se+souber+de+favorecimento+a+button+6045960.html

E a outra foi uma charge feita por um blogueiro. Incorreta como toda a piada é e pode ser. Mas muito boa também.

http://lh5.ggpht.com/_I-d821V5nZQ/SgdD1_bKm5I/AAAAAAAABDw/kB0vT8Ece0k/s1600-h/Button-Duracell[5].jpg

Quem se interessar... os links estão ai.

Fábio said...

acho que a Equipe Brawn não errou na estratégia dela, ela apenas fez escolha diferente entre os seus pilotos, para garantir a vitória com um dos seus pilotos. E claro quem tinha a preferência da melhor estratégia era o Button pois esta na frente do campeonato.
Agora a estratégia de Ferrari com o Massa é uma estratégia de imbecil
Felicidades
Fábio Sinegaglia

Unknown said...

Ontem, após a corrida, Felipe Massa jogou a toalha em relação à luta pelo título em 2009. A Ferrari pode até ter evoluído o F-60, pois Felipe treinou bem no sábado e na corrida conseguiu se manter à frente da RBR de Vettel. Mas de nada adianta melhorar o carro se a Ferrari, enquanto equipe, andou para trás. Será que estão esperando pela ida do Alonso para pôr ordem na casa?
Quanto a Rubinho, confirmou-se aquilo que já supúnhamos: ele é de fato o segundo piloto da Brawn. Sábado, ouvi na imprensa que ele decidiu andar sem as calotas traseiras porque "o material do freio dele é diferente do Button e havia dado problemas nas duas últimas corridas". Ora, se os discos de freio do Rubinho são "diferentes" e dão problemas e a solução e retirar as calotas com prejuízo à aerodinâmica e por consequência ao rendimento ao invés de a equipe montar o mesmo equipamento do inglês no carro do brasileiro é sinal que Ross Brawn já escolheu seu favorito.
E o que se viu na corrida da Espanha evidência e confirma isso: uma manobra para remover o Barrichello da liderança.
Enquanto não tivermos pilotos que se imponham e virem a mesa em suas equipes vamos continuar com o papel de meros coadjuvantes no circo...
Ontem, foi o dia da derrota do automobilismo do Brasil!

Anonymous said...

Alessandra,
Vou a corridas desde os 17 anos, o opala 84 azul 4p pulando como cabrito e a ferrari 512m grudada no chão curva do sol interlagos antigo.
Quanto a brarichelo a sua capacidade de superação são enormes, a brawn como acabaram os testes o couro do barrica e grosso, stup e dele é um piloto que comete poucos erros, então colocam como coelho 3 paradas vão observar os defeitos do carro.
Na vespera a mesma gasolina, mas entra 3.5 hg contra o barrica, na prova colocam um jogo de pneus bichado, no final só o barrica para segurar o carro com Weber babando em terceiro.

Mário Salustiano said...

amigos

ontem não foi o automobilismo do Brasil que foi derrotado, desculpem mas acho ridiculo essa postura, o nosso automobilismo está derrotado pela politicagem que existe aqui que não permite a descoberta de novos talentos e nós torcedores somos omissos, autodromos em estado deplorável , uma CBA que em nada ajuda a desenvolver categorias de base, isso é a nossa derrota, quanto ao que aconteceu com o Rubens não é de se estranhar, afinal quem se humilhou publicamente atrás de uma vaga não pode reclamar em ser tratado como segundo, tava na cara desde dezembro que a Brawn estava sendo construida em função de Button que permaneceu nos planos da equipe e não foi atrás de outras vagas, quanto ao caso dos freios desde a epoca da Honda o Barrichelo e o Button usavam freios diferentes pela forma diferente que cada um dirige, basta ler um pouco não só em blogs mas tambem em LIVROS especializados sobre o assunto
abs
Mário

Anonymous said...

Ganha quem é mais veloz.

Jonny'O

Marcos Antonio said...

uma vez 1B, sempre 1B. Barrichello teima em ser o policarpo quaresma dos novos tempos, como pode?

Unknown said...

Rubinho é segundo por opção própria, desde que saiu da Stwart. Na época de Michael nom tinha como esperar ser diferente, tanto pela diferença abismal de talento, como pela postura italiana. Agora enfrentando um piloto que sempre foi considerado um talento nato sem nunca ter tido oportunidade, mais jovem e mais veloz...
O que ele pode fazer?
Nada. O auge do Barrichelo foi de 99 até 2002. Ele está em fim de carreira, e numa equipe pequena e com o mesmo genial Ross Brawn que o conhece melhor que ninguém e com certeza prefere apostar em Button.