Wednesday, August 02, 2006

Vamos defenestrar o ambíguo?

Quem me conhece sabe que me esforço para olhar o mundo sempre por uma perspectiva positiva. Um olhar Pollyanna. Não nasci assim, mas entendi que esse é um jeito mais inteligente de viver, por isso me aplico, com a ajuda de valiosos amigos e mentores, para melhorar e enxergar o mundo pela lente do otimismo. Nesse sentido, acho que vale mais a pena enaltecer o bom que reforçar o ruim. Tudo isso para dizer que não tenho (mais) o hábito de criticar o Galvão Bueno.

Hoje, sou capaz de compreender Galvão como um karma coletivo do povo brasileiro. É aquele ser que veio ao mundo para nos dar a oportunidade de exercer a paciência. Além disso, por mais espontaneidade que possa estar contida nos achados e bordões do locutor, não podemos esquecer que ele é empregado de uma emissora de TV e, se está prestigiado na posição há tanto tempo, certamente isso se dá em razão de ser um funcionário exemplar. Ou seja, cumpre bem as ordens que recebe.

Sublimo tanto a existência de Galvão que sou capaz de assistir a uma partida de futebol ou a uma corrida narrada por ele sem registrar o que ele diz. Talvez tenha sido por isso que não me lembro de duas passagens havidas na última corrida de Fórmula 1, disputada no último domingo, na Alemanha. Mas as duas valem o registro, menos no sentido da malhação habitual, e mais no exercício de reflexão que ensejam.

Primeiro ato. Rubens Barrichello abandona a prova e é entrevistado pelo repórter Pedro Bassan, afirmando que não havia rodado na pista. A imagem mostra que rodou, sim. Bassan retoma o contato com Barrichello, sem que o áudio da segunda conversa vá ao ar. O repórter apenas relata que perguntou novamente sobre a eventual rodada “porque a resposta de Rubinho tinha sido ambígua”. Imediatamente, Galvão pede explicações ao repórter. “Tinha sido o quê?”. Consta que o pedido de explicação veio em tom de reprimenda, como se Bassan tivesse proferido um palavrão no ar.

Segundo ato. Falando sobre algum piloto substituído – provavelmente Montoya (nesse caso, não tenho certeza. Se alguém souber, agradeço o complemento da informação) – o comentarista Reginaldo Leme diz que o piloto tinha sido “defenestrado pela equipe”. Ato contínuo, Galvão emenda: “Tá boa a coisa aqui hoje. Ambíguo, defenestrar...”, apontando as “falhas” dos colegas em usar palavras, digamos, “difíceis” no ar.

De novo, reafirmo: a postura do locutor não pode ser compreendida como mera idiossincrasia (oh, desculpem pela palavra!). É, evidentemente, uma postura da empresa em que ele trabalha. Um dogma que deve ter o seguinte teor: falamos para o povo, e quando se fala para o povo, não se pode falar difícil. Aqui eu acho que cabem a reflexão e o debate. Vou lançar algumas idéias e convido vocês a embarcar e contribuir com outras.

Se a postura é essa, para mim é um desserviço. A emissora de TV é uma concessão pública que implica algumas obrigações do concessionário, como as de informar e educar. Usar palavras e formações lingüísticas cultas, explicando-lhes o significado, é uma maneira de alargar o vocabulário e a capacidade de comunicação de quem assiste. Não vejo mal nenhum, nenhum pedantismo, em usar a palavra “ambíguo”, explicando seu significado, em uma transmissão esportiva.

A própria emissora, se reza por essa cartilha, no entanto já usou o expediente de formar entretendo. Li há alguns meses que o autor Silvio de Abreu aproveitou uma cena da novela das oito para “corrigir” o hábito crescente do chamado “gerundismo” (vou estar ligando, vou estar retornando etc.). E novela das oito é o programa de maior audiência da TV, e é entretenimento puro.

Outro aspecto que vale o debate. Não é uma postura também preconceituosa achar que a linguagem deve forçosamente ser medíocre para que o público compreenda? Eu tenho convicção de que pessoas simples, de origem simples, são capazes de nos acrescentar muito em termos de vocabulário. A Lia, que trabalha lá em casa, vive dizendo que fulano “está engenhando alguma coisa”. Achei a expressão curiosa e fui ao dicionário. Está lá que engenhar é inventar, tramar, criar. Eu não sabia, ela me ensinou.

Ou será que na comunicação de massa só cabe o medíocre e Galvão e sua empregadora estão certos?

27 comments:

Anonymous said...

Bom dia Alessandra e leitores do Blog.
Na minha opinião as atitudes do Galvão Bueno não são reflexo de uma postura determinada pelo comando da emissora. São sim manifestações puras e simples de arrogância para com aqueles que não compactuam com suas opiniões.
As reprimendas a colegas de transmissões vem ocorrendo há um certo tempo e em número cada vez maior. Basta vemos as constrangedoras pelejas entre o Galvão e Arnaldo C. Coelho sobre regras de futebol e interpretação de lances durante as partidas, sempre com o primeiro tentando impor seu ponto de vista.
Sou da época de narrador narrava, comentarista comentava. Cada macaco no seu galho. E sinto falta disso.
Quanto a este fenômeno de "idiotização" brasileira, concordo com você. É cada vez maior o preconceito quanto as capacacidades intelectuais e culturais dos brasileiros. Consequência disso é a disseminação cada vez maior da ignorancia.
Grande abraço,

L-A. Pandini said...

Os luminares das tvs, rádios e jornalões da vida deveriam visitar a biblioteca Prestes Maia, em São Paulo. Foi formada por moradores sem-teto em um prédio abandonado localizado na avenida do mesmo nome em São Paulo. Há obras literárias de valor. Muitas das "faculdades automáticas" (basta pagar a mensalidade que se recebe o diploma) fundadas nos últimos anos não possuem nada parecido.

Nesse aspecto, vale citar o mérito do "Jornal Bandeirantes Gente", da Rádio Bandeirantes, de São Paulo. Um de seus apresentadores, Salomão Esper, lança mão de palavras "difíceis" sem qualquer pedantismo. Eventualmente, seus colegas apresentadores, José Paulo de Andrade e Maria Lídia, perguntam em tom amistoso o significado de determinada palavra. Fica ótimo, descontraído e aumenta-se o conhecimento de quem ouve.

Mas é uma exceção na "grande mídia". Não interessa a esses grupos empresariais, sempre ligados a interesses políticos escusos e escabrosos, tornar o "povo" mais inteligente e capaz de pensar por si próprio. Para eles, é muito melhor que o "povo" simplesmente acredite em qualquer coisa que lhe é enfiada garganta abaixo.

Enquanto isso, nós aqui, de fininho, vamos remando contra essa corrente em nossos blogs e sites. Pode-se enganar a todos durante algum tempo ou a alguns durante todo o tempo, mas não todos durante todo o tempo.

Anonymous said...

Concordo Alessandra, realmente postura estranha de uma emissora que nos brinda com verdadeiros presentes culturais como "Os Maias" - mas às 23:30 da noite é dose, ambíguo não? o povo acorda cedo - e outras tantas mini-séries disseminando cultura em larga escala. Bem, se não temos o hábito de lermos livros, não seria a Globo em parte responsável também? Não seria responsabilidade dela tentar refinar um pouco o vocabulário do grande público? Também achei bem estranha a ressalva - para ser educado - do Galvão; totalmente fora de contexto. Creio que o nível cultural das pessoas que assistem a F-1 atual consiga digerir palavras um pouco elaboradas; falo em F-1 atual, pois acredito (olha que tema para coluna...)que os brasileiros vencedores da categoria tinham o poder de unir todas as classes sociais em torno de um êxito comum; a vitória de uma nação - visão bem latina, claro, em algo temos que passar por cima dos "gringos" - e agora, com a competição tão emocionante como a TV Senado, sem nenhum brazuca fazendo algo que o valha, a audiência ficou mais concentrada em ares pouco mais rarefeitos da sociedade....Pessoas que não ficam tão chateadas com os infindáveis cálculos de combustíveis, que tentam estabelecer alguma identidade entre suas máquinas (Toyota, Bmw, Mercedez...etc) e os bólidos na "categoria-mãe" - mesmo que seja muito mais fácil associar carros do dia-a-dia aos parâmetros do WRC - que gostem da tecnologia, de acompanhar as sutilezas dos controles de tração nos on-board, enfim, pessoas que observam como um corpo estranho esses comentários fora de hora do principal porta-voz esportivo da emissora.

Pedro Alexandre Sanches said...

êita, alessandra, estamos falando de bodes expiatórios acolá e você falando do galvão bueno aqui, hehehe...

o que me ocorre de imediato vai na linha advogado do diabo (ai ai, de onde é que eu fui tirar essa "moda", agora?): não seria o galvão uma somatória de todos nós, representante da gente defronte da tv assistindo gabriela viver tantas cores?... num será por isso mesmo que a gente, no fundo, no fundo, odeia ele tanto quanto odeia umas condoleezzas por aí?

mas, ok, eu vou vestir o bode de malhação do galvão e da patroa dele desta vez: eu duvido que eles tenham medo de que o espectador não entenda o que é "ambíguo" ou "defenestrar". o medo deles é de que o espectador fique curioso para saber o que é "ambíguo" e vá ao dicionário descobrir - porque, se muitos começarem a fazer isso (como aliás acho que já vêm fazendo), babau para o poder hipnotizador do globismo popular brasileiro, né?... se a galera descobrir o que é "ambíguo", descobre de quebra o que é a globo também...

Anonymous said...

Alessandra, pessoal, muito boa noite. Bem à vontade para externar minha opinião pessoal sobre Galvão Bueno e toda a moçada que transmite jogo de futebol pela TV -assisto com o volume desligado, a paciência acabou - digo que os acho apenas incompetentes, sabe? Também curto teorias conspiratórias, mas acho que ali a coisa é mais simples. Assim como há erros em todo canto, eles erram muuuuuuito. Ou, vejam, tem cabimento alguém contratar o Wright pra comentar arbitragem? Quem é atleticano(eu não sou, sou santista) entende o que estou falando. É pura viagem, mas na linha divulgada pelo Silvio Luiz, que partia pro humor, na época "marcou época", eles poderiam se soubessem, se lhes ocorresse, sair do lugar comum(linda canção do João Donato) e passar informações interessantes ou ficar conversando de qualquer outra coisa, sei lá. Alessandra, pensou se voce, o Professor Idelber, mais gente, estivesse narrando uma partida de TV? Caramba, o jogo tá todo mundo vendo que não presta, que foi um equívoco. Ah, dá dicas de filmes, então, ué! Cantem algo. Ou ao menos façam silêncio, que tanto de falar tantas coisas, e rápido? Pior que não compro nada do que anunciam(hehehehe, serío).
Bem, na minha campanha aquela de divulgar(e receber, please...) dicas do que se ouve, no momento: "Que Nadie Sepa Mi Sufrir", com Sandra Luna.

Anonymous said...

Essa questão é complicada, Alessandra. A mesma discussão ocorreu por ocasião daquela matéria da Carta Capital sobre o Bonner chamar os espectadores do Jornal Nacional de Homer.

Pra mim é claro que se trata de uma postura da emissora, e não do locutor. Mas eu tendo a não ideologizar isso, pois o fato é que a emissora faz pesquisas qualitativas para saber, afinal, qual é o seu público.

Se o público não entende o que vê na televisão, ele não vai no dicionário, ele simplesmente vira de canal para outra emissora que ele entenda. Até porque dificilmente ele tem um dicionário.

Não acho que isso seja privilegiar a mediocridade, é simplesmente adequar sua mensagem para o público a que se dirige. Já fiz posts no meu blog sobre questões de informática, em linguagem acessível para leigos. Deixar de usar o jargão correto é rebaixar o discurso? Não acho.

Anonymous said...

Brou,

Pode ser que a suposta correção feita pelo Galvão no ar, seja uma cartilha da empregadora.
Ao menos, vendo sempre o lado bom, não foi como as correções que fazia o Marco Antonio Sabino fazia na época que era âncora da Rádio bandeirantes. Lembra?

Beto,

O que me assusta é que a massa de peixe que caminha em sentido contrário também terá problemas. Por quê?
5%, que se preocupando em acumular cultura, ficarão isolados dos 95% restantes.
Veja a questão de estrutura financeira e suporte para desenvolvimento.
Qual é a faixa etária das mães nas favelas? E quantos filhos tem por geração?
E nas classe média e alta?
As disparidades dividem este mar de gente.
Daqui àlgumas décadas (veja o site: http://www.pucrs.br/manualred/crase.php) as diferenças culturais serão o maior abismo.

Anonymous said...

Há muito tempo não ouço o Galvão. Na Copa foi só tv fechada e nos 2 jogos do Brasil em que fui obrigada a ver a Globo, dá-lhe José Silvério no radinho (daqueles de pilha mesmo, só que com fone de ouvido). Uma das vezes foi no jogo contra Gana, tive que assistir no trabalho e explicar pra todo mundo que eu só ouço o Galvão se não tiver jeito mesmo.
Só complementando: sei que tenho um vocabulário mais extenso que a grande maioria de meus colegas de trabalho (por incrível que pareça)e a grande maioria quer sempre melhorar e aprender coisas novas. Para mim o pior tipo é aquele que faz questão de não aprender e ridiculariza quem fala difícil, são quase como "adoradores" do Galvão.

Alessandra Alves said...

herik: eu também fico constrangida com as broncas do galvão aos demais colegas. aliás, sou muito sensível a qualquer tipo de humilhação (ai, esse assunto já rendeu tanto por aí, né pedro alexandre sanches?) ainda que seja um traço da personalidade do galvão, eu acho que se trata daquela famosa junção da fome com a vontade de comer. ele faz o papel e a globo gosta. por quê? talvez porque crie uma sensação de polêmica, de bate-papo-bate-boca, bem típico de discussões futebolísticas. como vou falar mais adiante, a mídia não dá ponto sem nó e, se aposta nesse tipo de conduta, certamente está apoiada em indícios de que "é isso o que o povo quer".

beto/pandini: adorei suas referências à biblioteca prestes maia e ao salomão esper. são aqueles casos que reforçam em mim a tese do "sim, é possível". sim, é possível que uma comunidade de pessoas pobres, lutando para manter a dignidade em suas vidas, tenha interesse por manter e usufruir de uma biblioteca formada por eles mesmos. sim, é possível fazer comunicação de massa sem se render à mediocridade, sem pedantismo, contribuindo para alargar o conhecimento de ouvintes, espectadores, leitores.

gustavo m: êita, rapaz! grandes e polêmicos temas por você levantados. olha, eu acho que o principal responsável por incutir na população o hábito da leitura é o binômio família-escola. claro, em um mundo ideal onde existam família e escola. é fácil eu falar, eu que tive casa, família e escola e proporciono o mesmo ao meu filho. nesse mundo ideal, vejo a mídia como coadjuvante na história, mas ela tem sua parcela de compromisso, por ser uma concessão pública e (sonho meu...) pela consciência que deveria reger as pessoas que a dirigem. só que, em uma sociedade em que a estrutura familiar é hoje tão desagregada e a escola, tão deficiente, a TV assume um papel ainda mais importante. é a babá eletrônica, é o principal passatempo, é a formadora de conhecimento e opinião.

um outro tema que você coloca valia mesmo uma bela polêmica no gptotal. pelo que sei, a audiência da fórmula 1, hoje, não é muito diferente daquela que se registrava no início dos anos 90. só que há muitas variantes nessa análise. o número de televisores no país hoje também é maior. qualitativamente o público é diferente? não sei. mas alguns indícios me levam a crer que o público talvez tenha um nível sócio-econômico diferente do espectador de outros programas. o tipo de produto anunciado nos intervalos das transmissões, por exemplo.

pedro: confesso que fiquei meio chocada em pensar que galvão bueno pode ser a soma de todos nós! deus, que reflexo estranho. mas entendo e concordo com seu preâmbulo, até reforçando algo que escrevi no post. se ele está lá, e há tanto tempo, é porque reflete a postura do público que o vê. se vemos galvão, nos vendo, e não gostamos, aí é outra história, complicada... narciso acha feio o que não é espelho ou acha o espelho feio também? xiiiii...

a segunda parte do seu comentário também dá muito pano pra manga. será que a globo se comporta como agente idiotizador da sociedade de caso pensado? deliberadamente? estaria serviço de uma causa? quem manda a globo fazer isso? ou é a globo que manda em todos? ela não elege os presidentes? elege mesmo? se elege, porque não conseguiu derrotar brizola (duas vezes!) em seu próprio quintal?

eu não sei responder todas essas perguntas, mas intuo que a explicação para o interesse da globo, e da mídia em geral, em manter o público longe dos dicionários e de qualquer consciência mais crítica é apenas e tão somente o vil metal. fica aí quietinho, assiste meus programas, garante meu faturamento comercial, compra o que anunciamos aqui e estamos quites.

mauro: hahahahahaha! fiquei imaginando uma transmissão de futebol como a que você vislumbrou. o jogo tá chato? fale de músicas, de livros, de cinema. consta que, certa feita, na itália, houve uma greve de narradores e comentaristas esportivos. choveram cartas e e-mails dos espectadores, elogiando o silêncio! tipo de ausência que preenche lacunas.

puxa, que bela referência você fez de joão donato, com "lugar comum". me deu vontade de ouvir. joão donato é um apaixonado pragmático. faz todas as suas melodias com o nome leila número tal, homenagem à amada. o parceiro que fizer a letra que se amole para arranjar outro título. outra leila que ganhou letra de gil, além de "lugar comum", é "a paz". lindas músicas! adoro esse nome, leila... no exato momento, não estou ouvindo nada, mas esses dias têm sido recheados de maria rita (segundo), especialmente a gravação de "mal intento", do argentino jorge drexler.

marcus: é complicada mesmo essa questão e você lembrou bem o episódio do william homer (hehehe). como escrevi no comentário ao herik, acho que a emissora tem, sim, sua parcela de responsabilidade. OK, a maioria não tem dicionário, mas será que não falta um pouco de estímulo para buscar mais saber? porque a maioria também não tinha celular e, de tanto ouvir "você tem que ter um", entrou no crediário, pagou 10 de 9,90 e hoje fala alegremente em seus nokias e motorolas. a mídia não tem um poder imenso de estimular certas atitudes, especialmente o consumo, que poderia ser canalizado para estímulo a coisas mais construtivas?

gu: bem lembrado o sabino nos tempos da rádio bandeirantes! cruz credo! e ele foi pra globo, né? será que ainda está por lá? não sei...

metendo a colher na resposta que você deu ao beto, putz! isso, de uma parcela cada vez menor da população ter acesso ao conhecimento formal, me preocupa e às vezes desanima. por isso eu acho que a prioridade da gente, como nação, tem que ser educação, inclusão. ai, meu deus, vou botar o dedo num vespeiro, mas isso precisa ser feito. não sei se por meio de cotas (ai, ai, ai), não sei de que jeito. mas tem que haver um estímulo às pessoas, para buscar conhecimento, alargar horizontes etc.

Anonymous said...

Concordo inteiramente com o papel de babá eletrônica que a televisão assume. Contra isso, e seguindo a mesma corrente dos valores da família e escola, já estou reservando os livros infantis que um dia me educaram - Monteiro Lobato, as já puídas edições da enciclopédia Disney entre outros - para a leitura do meu filho. Cultura, educação, estímulo aos bons hábitos começam cedo, e em casa....a escola complementa depois, sendo pública - difamada, depreciada - ou uma cara particular. Bem, se a babá Tv bitola nossa crianças, vê-se agora no horizonte, uma ameaça que considero pior: orkut!!!, é incrível, talvez eu seja quadrado em demasia, mas não têm como aturar essa nova linguagem que aos poucos toma conta de todo o ambiente virtual. Antes, limitado (limitado??...não existem fronteiras para a informática)ao site de relacionamentos, parece que está nascendo entre os ocupantes uma nova língua; o idioma do "aki", do "naun", "fikei"etc... a lista de aberrações é enorme. Isso não pode ser desculpa para agilizar a escrita, ou uma forma de contestar de pertencer a uma tribo, a mim parece pura preguiça de pensar, tudo pronto, imagens na tela, imaginação em segundo plano (livros), a tecnologia está criando uma sociedade de pessoas que não sabem nem escrever, que combinam brigas em estádios de futebol, que perdem tempo com comunidades fúteis, atrasadas....estamos ficando cada vez em maior número, mais burros, mais bisbilhoteiros e mais descartáveis. Esse idioma agora, espalha-se entre várias faixas etárias, salas de bate-papo, de blog's....você acham a televisão ruim? pois eu acho que agora existe coisa pior; no anonimato dos monitores, o fantasma da bestificação é bem mais perigoso do que a televisão aberta, é mais contundente, de foco mais dirigido, menos generalista do que um programa de tv de domingo que assola os incautos...Tv Globo? parece mais uma caça as bruxas, existem outras emissoras ainda piores, existem meios de ditração ainda piores!

O público oriundo dos anos 90 da fórmula são órfãos daquele época de glórias, creio que esse pessoa diminuiu e mudou um pouco o perfil dos aficcionados (dá para se emocionar com essa competição de calculadoras??)....como você destacou.

Vou "fikando" por "aki", "xega" de abobrinhas....

Pedro Alexandre Sanches said...

alessandra, cada vez me convenço mais de que narciso acha feio o que lhe parece espelho, hahaha - e isso, ai ai ai, abrange um milhão de coisas, de dentro da gente mesmo...

não acho que a idiotização promovida pela globo seja caso deliberado e pensado (se fosse pensado não idiotizava, né?, hahaha). tem um freio interno dentro de cada um de nós, que muitas vezes impede nosso progresso, e, pensando assim, imagina só o freio interno aplicado a uma instituição do tamanho da globo... será que não fica um freio espontâneo assim disperso no imaginário, "segura esse povo ignorante, porque senão ele fica sabido demais"? e por quê?, porque, se o povo ignorante ficar sabido e aprender a usar dicionário o mundo vai... ficar muito melhor do que era?!?!

aí, sei lá, falei contra a idéia de que a globo (ou a mídia como um todo) seja uma enorme conspiração (conspiração de burrice, só se for, né?), mas, por outro lado, ai... quando a gente vê foto do então ministro da saúde josé serra rodeado de um monte de sanguessugas e ambulâncias, mas as fotos mal aparecem pelas midionas por aí, dá até vontade de desconfiar da burrice involuntária delas, não dá?...

vixe, misturei alhos com bugalhos, galvões com gaviões, tubaínas com tubarões...

Alessandra Alves said...

cy: não respondi seu comentário ontem porque postamos quase ao mesmo tempo (que coincindência...). olha, mocinha, não me admira nada que você tenha um vocabulário acima da média. nossa formação contribuiu para isso.

aliás, lembrei de uma história engraçada. a patrícia rodrigues, amiga jornalista, certa feita estava em uma redação e apontou um erro no texto de um colega, que havia escrito "pulenta" e não "polenta". o rapaz (era jovem) justificou-se assim: "poxa, patricia, não pega no meu pé. você fez a usp, eu não...". e a patrícia, sempre engraçada quando fica indignada: "ô, fulano, e você acha que eu aprendi a escrever polenta na usp?!"

claro, extensão e correção de vocabulário a gente adquire com hábito de leitura e treino de escrita, e isso é coisa que a gente começa no ensimo fundamental, com professora rigorosa como dona stela!

gustavo m.: olha, como profissional da linguagem que sou (e quem não é, concorda?) tendo a olhar essa questão do "internetês" de um jeito diferente. eu fico meio desapontada e às vezes até perdida com os termos das conversas que tenho, por exemplo, com meu afilhado de 13 anos. é tudo nessa base que você relatou. mas tudo se move, amigo, sejamos realistas! nossos antepassados se tratavam por vossa mercê, virou voismecê, chegamos ao você atual, não lhe parece natural que isso migre para vc um dia?

mas eu acho que a simplificação da linguagem não exclui o conhecimento e a prática da linguagem convencional. porque há hora para tudo! o cara não pode se comunicar só desse jeito, falando que "aki naum dah", porque uma hora ele vai crescer, vai virar médico, engenheiro, professor, advogado ou qualquer outra coisa que vai obrigá-lo a escrever em português, não em internetês!

nesse sentido, louvo sua intenção de franquear o acesso do seu filho aos livros. tenho um menino de seis anos que já é afeito à leitura. sempre ganhou muitos livros mas, sabe o que me parece fundamental? mais do que ter livros, ele sempre viu o pai e a mãe lendo livros. em casa, não temos o hábito de ver TV à noite. nesse período, geralmente, lemos. não é o máximo da hipocrisia o cara querer que o filho leia enquanto ele mesmo não desgruda da TV?

pedro: lindo isso que você falou do freio interno de todos nós! e o que será esse freio? medo de errar? medo de acertar? medo de conhecer o novo? ou não é necessariamente medo, mas décadas, séculos de pau na moleira, dizendo "você é ignorante, você é pobre, você é preto, você não aprende, você não nasceu pra isso"? qual a distância que nos separa do dicionário? é só o fato de eventualmente não tê-lo ou é a dúvida (a certeza?) de que não adianta procurar saber, não vou melhorar, nasci para isso mesmo, para limpar o chão?

sobre conspiração, putz! eu tento não entrar nessa, acreditar na isenção dos veículos de comunicação, mas tem hora que não dá, né?

Anonymous said...

É ruim "vosmecê" hein?...(rs), nesse ponto, concordo inteiramente. Veremos o que acontecerá, só temo que essa "preguiça" de escrever seja uma constante em todo tipo de comunicação internatua e não apenas uma exceção. Imagine, um bando de "nécios" agredindo o "vernáculo" dia após dia diante do nosso monitor...hehehe!

Sim, o exemplo de leitura vem dos pais, mas não lembro dos meus próprios me estimulando a ler, talvez meu software esteja deletando arquivos antigos.

Cordiais Saudações!

Geraldo Facco said...

Para se chegar ao topo de uma montanha, e desfrutar de uma bela vista panorâmica, é preciso persistir em subir o trajeto até o alto.

Para que possamos ganhar uma competição e levantar o troféu da conquista, é preciso persistência contra o adversário.

Para vencer um rio, é preciso persistir em nadar até a outra marquem, com força e coragem, para não sermos mortos por suas águas.

Tudo que se pode alcançar, é muito mais gratificante, se a conquista nos da a sensação da bravura, de como lutamos e persistimos para alcança-la.

Portanto, se queres vencer, persista sempre em seu objetivo, e conquiste-o com garra e satisfação.

Alessandra Alves said...

valeria: e qual não foi minha surpresa (e satisfação) quando, neste final de semana, meu filho de seis anos, ao ler um livro da escola, me pediu que lhe comprasse um dicionário! pelo jeito, ele já descobriu o prazer de conhecer o significado das palavras.

concordo com você que a relação audiência-TV é de mão dupla. talvez a programação seja ruim porque "é isso que o povo quer". mas, vem cá, será que "o povo" não poderia gostar de outras coisas se lhes fossem oferecidas outras opções? eu acho fácil dizer que não vejo TV, que ninguém em casa acompanha novela, porque tenho consciência de ser de uma classe privilegiada, tenho acesso a outras formas de entretenimento. mas e a maioria das pessoas, o que tem de estímulo que não a TV?

gustavo m: tanto é verdade isso que você falo - que escrever de forma medíocre não está necessariamente ligado ao tipo de veículo (a internet, no caso) - que estamos aqui, nos comunicando em bom português!

quanto a não reproduzir o modelo familiar, é claro que podemos ter outras influências. o fato de seus pais não terem hábito de leitura não exclui que você tenha. só me parece mais natural que uma criança desenvolva o gosto pela leitura na medida em que vê esse hábito vivenciado no lar.

geraldo: obrigada pela mensagem! vamos, todos perseverar!

makely: sensacional! recomendo a todos o vídeo indicado! vai ter fair play assim lá na holanda!!! agora, cabe a discussão: será que nossos times, aqui no brasil, teriam gesto parecido? duvi-de-o-dó!

Anonymous said...

Cara Alessandra:
Alêm das colunas no GPTotal, aqui posso acompanha-la um pouco mais, e posso dizer, está sendo muito bom, pois sua análises são ótimas. Parabéns.
PS. e pensar que estive ao seu lado no Farnel do #96 em julho e não cumprimentei você. Espero não faltar outra oportunidade.
[]s

Anonymous said...

Alessandra, pessoal, boa tarde. É fascinante essa discussão de qual afinal qual motivo nos motivou a ler. Sem nada a me embasar dou dar puro palpite: é mesmo ter visto nossas referências lá na infância, pais ou outras pessoas queridas, manuseando livros. A gente não sabia sequer que aquilo se chamava livro, mas era evidente o respeito que aquela referência- permitam-me falar assim - dedicava ao objeto. Daí talvez a gota d´água tenha sido mirar o prazer que este tal objeto proporcionava a quem o tinha. Meu primeiro livro foi "Reinações de Narizinho", este livro sumiu da minha estante, a capa era "fashion", pra usar termos de hoje. Hoje não sei nada melhor que Jorge Luis Borges em tudo e Proust em "Em Busca do Tempo Perdido". E voce, Alessandra? Bem, naquela minha heróica e patética campanha de compartilhar música, sniff, sniff, vamos lá? Inti Illimani, "Alturas". Bom fim de tarde pra todas e todos.

Alessandra Alves said...

anselmo: pois seja bem-vindo! mas como é isso, homem? estivemos lado a lado em interlagos e você não falou comigo por que? teria sido um prazer. fica para a próxima. apareça sempre por aqui.

mauro: puxa, sua idéia dá um outro post, não dá não? vou pensar a respeito. mas não me furto a falar um pouquinho sobre obras que me marcaram. o primeiro livro que li foi "a vida do elefante basílio", que ganhei dos meus queridos tios edson e márcia. veja a coincidência: era o ano de 1977, aquele no qual o corinthians saiu de uma fila de 23 anos sem título, graças a um gol marcado por um... basílio!

aprender a ler foi um marco e tanto na minha vida. até os sete anos, eu era moleca e espevitada. daí pra frente, só queria saber de ler. livros infantis, infanto-juvenis, a coleção do "sítio do picapau amarelo". com dez, onze anos, já era leitora de claudia! (claro, a revista era da minha mãe, mas muito da minha educação sexual veio das páginas daquela revista!).

um marco importantíssimo veio nos meus 14 anos, quando li pela primeira vez "cem anos de solidão", de gabriel garcía-márquez. foi uma paulada na moleira! um impacto sensacional. hoje, tenho uma visão mais crítica da obra de garcía-márquez, sei que há livros excepcionais dele, e outros não tão bons, mas tenho muito respeito por tudo que sai de sua pena, não apenas pelo estilo, pela beleza, pela poesia, mas também por traduzir uma latinidade que me é muito atraente.

mas veja você, pegando carona em sua citação de proust. taí um cara que eu ainda pego à unha! tentei ler "em busca do tempo perdido" (no caminho de swann) logo depois de ter lido "cem anos de solidão", lá na adolescência. não rolou, simplesmente. fiquei me sentindo uma leitora fracassada para sempre, mas alguns indícios me apontam que talvez seja chegada a hora.

de lá pra cá, me aventurei em obras talvez tão difíceis quanto "la recherche" (citando pelo menos duas: "crime e castigo", de dostoievsky, e "grande sertão:veredas", de guimarães rosa) e me encantei verdadeiramente com ambas. acho que vale uma revisão (afinal, é a tentativa de uma meninota de 14 anos, contra o empreendimento de uma mulher de 36!).

a trilha sonora de hoje continua com caetano. desta vez, o CD "muito", que tem tem "terra", "tempo de estio", "sampa", entre outras.

Anonymous said...

Interessante sublinhar "Cem anos de solidão"...esse para mim, é ainda um dos meus livros definitivos. Não nutro hoje - 14 anos depois - uma visão crítica, o tempo apenas me ajuda a mergulhar ainda mais no "realismo mágico" misturado com gostosa nostalgia....é sempre bom revisitar a fantasmagórica Macondo, e lembrar sempre em que continente poderoso habitamos. "Grande Sertões Veredas" realmente é complicado, belo mas exigente para ler...em literatura regional gosto bastante de "O Tempo e o Vento" e dos russos gosto de Tolstoi apesar da verdadeira tragédia que é "Ana Karenina".

Livros é sempre um assunto interessante, talvez tenha me desviado um pouco do tópico...

Alessandra Alves said...

gustavo m.: talvez eu não tenha sido clara em relação a "cem anos de solidão". a leitura crítica a que me referi não se relaciona a essa obra de garcía márquez, que para mim também continua sendo irrepreensível, mas a outros livros do colombiano que considero menos bons.

"cem anos" foi tão importante e intenso para mim que, durante alguns anos, me pareceu que tudo com a assinatura de garcía márquez tinha obrigatoriamente de ser avaliado como perfeito. e hoje consigo um distanciamento para perceber que não é bem assim. "cem anos" é sua obra-prima, outros de seus livros são espetaculares, e outros, ainda, são de um nível muito inferior na comparação com a própria obra.

não sou crítica literária, apenas uma leitora entusiasmada e dedicada, mas me arriscaria a classificar alguns deles. dos ótimos, fora "cem anos" (hors concours), eu destacaria "O amor nos tempos do cólera", "Crônica de uma morte anunciada", "Viver para contar" (a primeira parte de sua auto-biografia) e a mais recente novela, "Memórias de minhas putas tristes". Entre os menos bons, "O outono do patriarca" e "O general em seu labirinto".

convido os leitores do blog, que têm interesse por literatura, a conhecer também o blog do professor idelber avelar, "o biscoito fino e a massa" (link na página). lá, temos um clube de leitura virtual que, recentemente, discutiu "grande serão:veredas". recomendo!

Anonymous said...

Realemente acho que a TV deveria sim ser um meio de informar e educar, pena que há muito não se vê isso... para exemplificar temos nossas tardes de domingo do "mais alto nível cultural"...........

Emerson said...

Oi Alessandra, esse blgog valeu a indicação da Soninha!

Acho que vou um pouco contra a corrente. Num veículo de massa como a Globo e na transmissão ao vivo de um evento como uma corrida de Fórmula 1, o Galvão e, por extensão, a direção da Globo estão certos em pedir o uso de palavras que fazem parte do dia-a-dia das pessoas, compreensíveis instantaneamente.

Curiosamente, eu gosto muito do verbo defenestrar, uso-o com certa frequência nos meus blogs e nos blogs onde comento.

Ambíguo já não uso tanto, é uma palavra feia.

Defenestrar é bonita, ambígua é feia. E engenhar é bom demais, né?

Anonymous said...

Vim dar uma espiada indicado pela Soninha, mas não posso deixar de acrescentar que foi exatamente que escrevi no blog dela sobre a Globo: transmissão é concessão publica e a globo trata como DITADURA! Sim, ela tem exclusividade na transmissão dos melhores eventos esportivos e ontem , por exemplo, ficou passando a novela das 8 sem mostrar todo o "antes" que cerca um espetaculo esportivo. Hoje, sem dúvida, ela tem a maior ferramenta no Brasil de manipular o que quiser. e o galvão já faz parte do passado pra mim: eu abaixo o volume e escuto uma verdadeira transmissão esportiva pelo rádio (parece coisa de velho? tentem pelo menos 1 vez!).

Alessandra Alves said...

emerson: você levantou um ponto muito interessante, sobre a necessidade de compreensão imediata. no meu trabalho, uma das publicações que escrevo é destinada a pessoas de formação escolar básica, sem hábito de leitura. por isso, temos a orientação de usar sempre palavras simples, ordem direta no texto, construções diretas. só que se trata do jornal interno de uma empresa ligada ao ramo da moda e, portanto, infestada de termos em outros idiomas e outros tantos estrangeirismos já incorporados (gola rolê, saia balonê, chamois, voil e por aí vai). como fazemos, então? eliminamos os termos, para tornar a compreensão mais fácil? não, porque algumas coisas ficariam ainda mais ininteligíveis. optamos por usar o termo "sofisticado", explicando-lhe o significado, acreditando que assim contribuímos para alargar o vocabulário do leitor, também.

então, se eu que faço um jornal com tiragem de 6 mil e poucos exemplares, para uma empresa, tenho essa consciência de formação, as TVs também não deveriam ter? OK, falemos claro e simples mas, tendo oportunidade (como foi o caso do galvão) em vez de admoestar o colega no ar, não seria mais produtivo simplesmente explicar o termo?

sobre defenestrar: acho que a primeira vez que li esse verbo foi numa crônica do luiz fernando veríssimo, muitos anos atrás, e a incorporei. acho interessante outro aspecto: esse verbo conserva a origem da palavra janela de outros idiomas latinos (fenètre, em francês, finestra, em italiano).

concordo com você: ambíguo é feio demais. aliás, você me deu idéia para um post, sobre palavras feias. já adianto: a campeã, para mim, é unha.

alexandre st: nossa sorte, em relação à ditadura e ao monopólio a que você se referiu é que sempre temos a opção de mudar de canal, abaixar o volume da TV ou fazer coisa melhor, como ler um livro. concordo com você que é muito frustrante ver um evento como a final da libertadores, de ontem, reduzida a uma atração espremida entre dois outros programas da emissora. o problema é que quando eles se metem a fazer essa ambientação a que você se referiu (o "antes" do jogo), costumam sair coisas tenebrosas, como aqueles matérias antes dos jogos do brasil, na copa, mostrando as colônias dos outros times, residentes no brasil, nas atitudes mais caricatas e estereotipadas de que se tem notícia. não sei o que é pior...

Anonymous said...

Alessandra,
...pra resumir, pedantismos a parte, fora Galvão...e Reginaldo. Mantemos o Burti e quem sabe o Dede Gomez como comentaristas, que tal?!. Chega de musiquinha do Airton, aquele que contribuiu para o extermínio do circuito de Interlagos com o famigerado "S" dele mesmo, dentre outras aberrações. À propósito, como já estive conversando com o Pandini numa corrida lá`mesmo da GT2 da Porsche, sou favorável à revitalização do circuito antigo, mesmo levando-se em considração a questão da segurança. Façamos analogia com o belo e excitante circuito de Nurburgring com seus 22 Kms que continua sendo mantido e utilizado sob conta e risco do usuário. Lembrei-me que certa ocasião, com esse mesmo espírito, endossei abaixo assinado a favor da manutenção das curvas "sopraelevatas" de Monza, pode?! Bom, pelo bem do automobilismo brasileiro, agradeço seus comentários.
Paulo Goffi

Alessandra Alves said...

paulo: a revitalização do anel externo de interlagos seria muito bem vinda. essa prova dos 500 km, por exemplo, originalmente seria uma referência às 500 Milhas de Indianápolis e, portanto, teria muito mais sentido naquele oval. e ainda acho que essa pista poderia servir para as fábricas e para as revistas especializadas em seus testes de velocidade máxima. quem sabe, um dia, né?

certa vez, eu e o pandini estávamos cobrindo um gp do brasil e encontramos o patrick tambay na sala de imprensa. ele era comentarista de uma tv francesa. simpático, conversou alguns minutos conosco e perguntamos sua opinião sobre o novo traçado de interlagos. ele disse preferir o antigo, que tinha curvas "fenomenais". referiu-se especificamente à do sargento, dizendo que, para fazê-la, o piloto tinha de ter... (não verbalizou, apenas segurou jocosamente determinada parte de sua anatomia masculina). hahahahaha

Anonymous said...

Olá,
as vezes leio o blog da soninha, que gosto muito, e nele tinha um link para o seu.
Queria dizer que gostei de ler as materias do seu blog. Aproveitando, vomento que realmente me parece que o Galvão falta com respeito aos colegas. Esta sempre tentando se impor. Se torna repudiante com seu publico que não aceita essa falta de tato do locutor.
Até mais..