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Não foi bem que Serena Williams venceu Maria Sharapova na final do Aberto da Austrália. O mais exato seria dizer que a norte-americana derrubou, atropelou e depois pisou em cima da russa. Uma hora e três minutos foram suficientes para Serena fazer dois sets a zero, com acachapantes parciais de 6-1 e 6-2. Serena, que entrou na competição como a número 81 do ranking, fez strogonoff da número 1. Sharapova está tão fime no topo da classificação feminina mundial que a derrota fragorosa não lhe fez nem cócegas. Segue em primeiro. Já Serena, que terminou 2006 em 95º lugar, vai aparecer na próxima lista em 14º.
Tenho grande simpatia por Serena, desde que ela venceu meu maior desafeto no tênis mundial de todos os tempos, a suíça Martina Hingis, na final do US Open de 1999. Serena tinha 18 anos na época e ainda era mais a irmã caçula de Venus Williams do que propriamente uma estrela. Naquela noite, em Flushing Meadows, ela fez com a desprezível Hingis mais ou menos o que aprontou com Sharapova neste final de semana. No entanto, a reação da russa à derrota, hoje em Melbourne, foi totalmente diferente do ataque de nervos da suíça, naquele já longínquo 1999. Enquanto a russa, neste sábado, posou feliz com a companheira vencedora e ao lado de seu troféu de vice-campeã, Martina ficou tão fula da vida naquela final do US Open que foi literalmente chorar no colo da mamãe depois de vencida.
Eu adoraria dizer que Serena está de volta à velha forma, mas não apostaria nem um dólar furado nisso. Apesar de ter acabado de conquistar seu terceiro título no Australian Open (os outros foram em 2003 e 2005), Serena parece viver uma espécie de esquizofrenia esportiva. Alterna exibições impecáveis, como a de hoje, com períodos de contusões sérias que a deixam fora de combate por vários meses. A fase atual revela um pouco dessa instabilidade. No ano passado, uma lesão no joelho impediu que ela realizasse a temporada completa no circuito profissional, disputando apenas quatro torneios. Está visivelmente acima do seu peso ideal. Serena surgiu para o mundo do tênis como uma atleta de músculos avantajados, sempre foi espantosamente forte, mas a forma atual está longe de ser uma celebração ao chamado "peso magro".
O mal que parece acometer Serena Williams é o mesmo que tem rondado diversas estrelas do tênis mundial, a começar pelo brasileiro Gustavo Kuerten. Ela, sua irmã Venus, Guga, Andy Roddick, Rafael Nadal, entre outros, têm enfrentado lesões recorrentes em articulações como joelhos, tornozelos, ombros e quadris. A força do tênis atual é muito grande. O impacto da bola, assustador. Para responder à altura, dá-lhe musculação. Excesso de carga mais impacto... Uma hora, a corda arrebenta mesmo.
Grandes jogadores jamais serão super-heróis, porque felizmente continuarão sendo humanos. Cedo ou tarde, o corpo grita.
Saturday, January 27, 2007
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9 comments:
Concordo! Parabéns pelo Blog!
Marcelo Mendonça
Adoro assistir partidas de tenis e tambem adoro as irmas Williams. Tenho uma cachorra grandona e deliciosa chamada Clementine, que uma vez vomitou uma bola de tenis inteira (foi quando descobrimos que ela a tinha engolido!) e passamos o final de semana inteiro chamando-a de Venus Williams. :)
AH! Muito bom seu blog!
voltarei sempre!
abçs!
Posso adicionar vc entrer os meus links??? Diz que sim!!!!
marcelo: obrigada! vou visitar seu blog assim que der.
andréa n.: clementine não sofre de bulimia não, né?
fran: obrigada! volte sim, volte sempre.
digo, digo que sim!
Acredito que Serena Williams motivada e em perfeita forma é imbativél.
Mudando de esporte para citar um famoso exemplo de contusão ,lembraria de Fred Spenser campeão mundial das 500 em 83 e 85 ,era visivelmente imbativel com uma tecnica de derrapagem controlada que por muitos anos deixou os americanos com um dominio absoluto no esporte.
Mas uma tendinite cronica acabou com sua carreira,alias ,sua curta carreira.
Jonny'O
jonny´o: bem lembrado o fred spencer, que teve a carreira abreviada mas pelo menos continuou ganhando a vida com o motociclismo, graças à sua escola de pilotagem. o corpo humano tem seus gritos de limitação, né? quer mais que o joão carlos martins, pianista renomadíssimo, que teve de encerrar a carreira por causa de um problema nas mãos?
Vc ainda esqueceu de citar o Magnus Norman e o Patrick Rafter, que abandonaram o circuito pelas violentas lesões de que eram acometidos.
gilberto de deus, é verdade!!! como fui esquecer patrick rafter, um dos homens mais lindos que o criador colocou neste planeta?!
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