tag:blogger.com,1999:blog-21659023.post114288176433950052..comments2023-11-03T08:49:41.842-03:00Comments on Alessandra Alves: Assino embaixoAlessandra Alveshttp://www.blogger.com/profile/12909683639408886910noreply@blogger.comBlogger39125tag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143827161176597552006-03-31T14:46:00.000-03:002006-03-31T14:46:00.000-03:00Por mim, Alê, você, sempre ponderada e consciencio...Por mim, Alê, você, sempre ponderada e conscienciosa, colocou um ponto final na questão.<BR/>Abraço,Véio Gagá - BHhttps://www.blogger.com/profile/11038249294009206494noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143814164209757882006-03-31T11:09:00.000-03:002006-03-31T11:09:00.000-03:00daniel e véio gagá, eu acho que temos discussões d...daniel e véio gagá, eu acho que temos discussões diferentes aqui. uma coisa é a carga tributária do brasil, que eu também considero alta. aliás, saiu um estudo ontem ou anteontem, acerca da percentagem de impostos em relação ao pib, e esse descompasso fica muito evidente.<BR/><BR/>como pequena empresária que sou, tenho consciência disso. minhas contas mais altas, de longe, são os impostos e eu gostaria muito de pagar menos, principalmente por me sentir bitributada ao pagar essa enormidade em impostos e ainda, por gozar de um expressivo privilégio nessa nossa sociedade, poder pagar escola particular para o meu filho, plano de saúde para minha família etc.<BR/><BR/>o problema maior, me parece, é o mau uso do dinheiro arrecadado em impostos e é nisso que reside nossa responsabilidade como pessoas com boa formação e potencial de influenciar opiniões. o bom uso só vai ser uma realidade quando a sociedade entender que somos todos, ao mesmo tempo, causa e efeito de mazelas como a corrupção. ninguém está de acordo com mensalão e caixa 2, óbvio, mas então vamos limpar os mensalões e os caixas 2 de toda nossa vida, que tal?<BR/><BR/>é falta de ética um partido ter caixa 2, mas não achamos nada de mais um profissional autônomo nos prestar serviço e não nos fornecer uma nota. não vemos falta de ética em ter uma empresa fantasma num município vizinho ao nosso porque lá a arrecadação de impostos é menor, sendo que você usa o espaço em outro lugar, circula no trânsito de outro lugar etc.<BR/><BR/>precisamos equilibrar, como disse o véio, o binômio arrecadação/investimento, concordo, e acho que podemos e devemos fazer isso com o nosso engajamento, nosso voto, mas sobretudo, contribuindo para modificar essas pequenas práticas cotidianas que podem parecer nada perto dos mensalões e caixas 2 da mídia mas que, na minha visão, revelam uma falha de caráter coletiva, uma sociedade hipócrita.<BR/><BR/>daniel, respondendo seu questionamento, do porque de o estado manter em suas mãos instituições como bancos e a petrobrás. nos dois casos, eu acho que se tratam de instituições de interesse e soberania nacional. no caso específico da petrobrás, além de tudo, é uma empresa muitíssimo bem sucedida, referência internacional em vários aspectos, e mais, representa um papel social importantíssimo, seja pela geração de postos de trabalho, seja pelos programas sociais que sustenta. por que o governo federal deveria abrir mão dela em prol da iniciativa privada, que sempre colocará apenas o lucro à frente do impacto social advindo da atividade dessa empresa?Alessandra Alveshttps://www.blogger.com/profile/12909683639408886910noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143761487788786302006-03-30T20:31:00.000-03:002006-03-30T20:31:00.000-03:00Concordo com você Daniel, mormente se considerarmo...Concordo com você Daniel, mormente se considerarmos que o binômio arrecadação e investimentos está muitíssimo desequilibrado. Há que se lembrar que por muito menor carga tributária (quinto - 20%)eclodiu a inconfidência mineira.Véio Gagá - BHhttps://www.blogger.com/profile/11038249294009206494noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143756542846164842006-03-30T19:09:00.000-03:002006-03-30T19:09:00.000-03:00Tudo bem o governo proporcionar saúde, educação e ...Tudo bem o governo proporcionar saúde, educação e segurança (incluo saneamento básico em saúde). Mas por que o Estado tem que ter banco (que não respeita o sigilo)? Por que tem que ter petrolífera?<BR/>Quanto ao empresariado ser multinacional, isso é verdade apenas nas mega empresas. E mesmo as multis que estão aqui têm que empregar brasileiros.<BR/>Agora, precisa confiscar 48% do PIB para levar água e luz para regiões remotas? Ou isso é necessário para se pagar mensalões?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143666849829815612006-03-29T18:14:00.000-03:002006-03-29T18:14:00.000-03:00daniel, como o pedro disse, eu também não disse ne...daniel, como o pedro disse, eu também não disse nem insinuei que você só lê a veja, aliás não lembrei a questão de ler uma única fonte como forma de exemplificar a partir de você.<BR/><BR/>achei interessante a abordagem que você fez acerca dos usuários de drogas, ensejada pelo documentário do mv bill. eu fico arrepiada sempre que ouço falar em "acabar com os usuários". isso sempre me remete a extermínio, puro e simples. não cabe piada aqui, mas isso é culpar a cama pela traição da mulher.<BR/><BR/>véio gagá: convivendo com famílias humildes e numerosas, enxergo muito essa sua visão também. dividir miséria, paradoxalmente, cria a idéia (ilusão?) de que uma família numerosa pode em algum momento representar a redenção de todos os pobres que fazem parte dela. vai que nasce um ronaldinho ali? e como frear ou impedir essa ilusão? não isso que a mídia estampa todos os dias, com ex-famélicos virando neo-milionários e avisando a todos que o sonho é possível?<BR/><BR/>tem outra coisa: eu esperei os trinta anos para ter meu filho, por "n" razões diferentes. minhas amigas, quase todas, seguiram o mesmo caminho. a compra da casa própria, a consolidação da posição profissional, uma viagem planejada, tanta coisa, né? o que, desses itens, faz parte da vida dos mais pobres?<BR/><BR/>eu vou voltar a esse tema em um próximo post, relatando uma conversa que tive com uma moça, sobre planejamento familiar, que me deixou estarrecida.<BR/><BR/>mas volto ao daniel, para comentar um outro aspecto. daniel, eu concordaria que o maior desenvolvimento forçosamente levaria a uma melhor distribuição de renda se nós não tivéssemos uma economia tão baseada em grupos multinacionais, que remetem muito dos seus lucros para seus países de origem, se não tivéssemos uma classe empresarial que se aproveita de práticas tão moralmente condenáveis quanto qualquer mensalão e caixa dois, como sonegação e elisão fiscal e habitualmente só se apega a práticas de responsabilidade social "para inglês" ver, ou porque virou um belo marketing reciclar lixo, ajudar a creche da comunidade ou patrocinar a orquestra da cidade. desculpe, mas não posso deixar a saúde, a educação, o bem estar da população nas mãos dos empresários.<BR/><BR/>eu pediria sua atenção para uma questão que você mesmo levantou: aumento de impostos. eu não acho que obrigatoriamente se tenha de fazer mais e melhor pela população carente aumentando os impostos, mas usando-os de forma mais racional. o governo federal pode ser acusado de muita coisa (juros altos, câmbio desfavorável para a exportação etc.) mas não se pode acusar o lula de ter aumentado impostos para levar água a tantas famílias carentes do nordeste (com o projeto de cisternas), nem para levar luz a rincões que não conheciam energia elétrica em pleno século 21.<BR/><BR/>agora me diz: se o governo federal não tivesse proporcionado esse prosaico mas absolutamente fundamental bem estar a essas pessoas, quem faria? a iniciativa privada?Alessandra Alveshttps://www.blogger.com/profile/12909683639408886910noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143662747671653202006-03-29T17:05:00.000-03:002006-03-29T17:05:00.000-03:00nossa, daniel, mas onde o fidel e o che costumam s...nossa, daniel, mas onde o fidel e o che costumam ser deusificados? eu tô muito mais acostumado a ler eles serem satanizados, execrados, ridicularizados e combatidos - a "veja", por exemplo, é dos lugares onde isso mais acontece (que o diga o hugo chávez, apesar de tudo...)...Pedro Alexandre Sancheshttps://www.blogger.com/profile/07131381196986635010noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143645041242295552006-03-29T12:10:00.000-03:002006-03-29T12:10:00.000-03:00Pedro,Leio no Brasil, basicamente, Veja, Estado, n...Pedro,<BR/>Leio no Brasil, basicamente, Veja, Estado, notícias online dos portais UOL, Terra e IG. Eventualmente FSP e até Carta Capital.<BR/>Já para me informar, leio sites e blogs de notícias dos EUA e Europa, com predominância do primeiro.<BR/>Acho a imprensa nacional tendenciosa (com forte "lavagem cerebral", como você disse). Com pouco de estudo aprofundado se verifica isso.<BR/>Um exemplo disso é a "deusificação" de Fidel Castro e Che Guevara, apesar de tudo.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143576701493311902006-03-28T17:11:00.000-03:002006-03-28T17:11:00.000-03:00daniel, pela minha cabeça nem tinha passado a idéi...daniel, pela minha cabeça nem tinha passado a idéia sobre se você lê a "veja" ou o quê, mas agora me ocorre uma dúvida: você só lê a "veja", ou lê as concorrentes "mais patológicas" também?<BR/><BR/>independentemente da sua resposta, tô com a alessandra: quem vê só a globo, ou lê só a "veja", ou só a "época", ou só a "carta capital" (onde trabalho) tá correndo riscos seriíssimos de lavagem cerebral... (e, alessandra, nós sabemos que é gigantesca a quantidade de pessoas que pertence a esse grupo dos que se influenciam apenas por uma fonte de informação, né?... muitas vezes nem nós, jornalistas, escapamos dessa arapuca...)Pedro Alexandre Sancheshttps://www.blogger.com/profile/07131381196986635010noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143558050291683372006-03-28T12:00:00.000-03:002006-03-28T12:00:00.000-03:00Concordo com você, véio, em vários pontos. Diminui...Concordo com você, véio, em vários pontos. Diminuir a pobreza diminui a violência, apesar de não achar que o pobre é culpado pela violência. Também na questão da natalidade. O número de filhos deve ser uma decisão do casal. O problema seria a falta de educação, que no Brasil tem relação direta com a falta de riqueza (no sentido que o pobre dificilmente tem acesso a educação de qualidade, não de educação familiar). Para gerar riqueza, o país tem que incentivar os setores que geram riqueza, ou seja, o empresariado. O Estado nunca vai conseguir prover todas as necessidades da população no sentido que não produz nada, apenas consome. Se as empresas crescem, aumenta a oferta de empregos. Aumentando o emprego, aumenta o salário médio. O ponto onde quero chegar (me desculpem se tropeço nas palavras, mas passei esta noite em claro no trabalho) é que todas as ações para diminuir a pobreza tomadas pelo Estado até hoje são equivocadas. Não é tomando 40% da riqueza do País na forma de impostos que teremos uma distribuição melhor. Diminuindo-se "benefícios" e o assistencialismo estatal, teríamos um crescimento sustentável e a riqueza gerada voltaria aos mais pobres. O que seria melhor, a classe média pagar metade de sua renda em impostos para que seja paga uma bolsa de R$50,00 para os mais pobres, ou que esse dinheiro voltasse à economia, gerando empregos que poderiam aumentar a renda daquela família em R$300,00, R$600,00? A razão até pode ser justa, mas o meio é injusto. Até porque, pagando-se tanto em impostos, não podemos ajudar como queríamos a entidades assistenciais privadas, que administram muito melhor seu dinheiro que o Estado. Um país que gera riquezas, que cresce sustentavelmente exige, inclusive, uma taxa de natalidade de, ao menos, 2.1 filhos por casal para manter este crescimento.<BR/>Mas no primeiro momento a repressão policial é necessária. O que mais atrai o jovem ao crime é a impunidade dos que já estão nessa vida. E nisso o ECA mais atrapalha que ajuda, pois para o menor, a sensação de impunidade é dupla: O crime não é punido como deveria e, quando alguma vez o é, o menor sai da mesma maneira que entrou. Totalmente "inculpável".Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143556676155367242006-03-28T11:37:00.000-03:002006-03-28T11:37:00.000-03:00Daniel, pegando o mote do seu comentário, lá vou e...Daniel, pegando o mote do seu comentário, lá vou eu derivar...<BR/>Qual é o problema afinal? A pobreza, a miséria, o usuário, o meio? Eu acho que a raiz do problema é a má distribuição de renda e a má distribuição de cultura. Sim, isso é chover no molhado, mas é a raiz do problema. Fazer o que? Não tem outra causa que não essas.<BR/>Aí vêm aqueles que querem extirpar a consequência do problema, mantendo intactas as causas. O incrível é que os humanistas acadêmicos, defensores da dignidade humana, são os primeiros a violentarem o que defendem. A culpa da violência gerada pelo tráfico é do usuário. A culpa da pobreza é da alta taxa de natalidade. Um pensamento simplista que até encontra algum eco. Mas será que a solução proposta é a correta? "Acabar com o usuário" sem acabar com o tráfico, é o mesmo que pretender controlar a natalidade com imposições de laqueaduras compulsórias. Aí chega o ponto de minha derivação. O controle de natalidade nunca poderia ser feito através de esterilização compulsória, sob pena de se violar um direito natural do ser humano. Controlar a natalidade quase forçando as mulheres sem instrução a se mutilarem é um verdadeiro abuso, um crime! O planejamento familiar tem que decorrer da vontade das famílias, que seriam instruídas a tanto e que teriam gratuitamente os meios para isso (pílulas, camisinhas, etc.) Mas não. Como é muito difícil melhorar o nível cultural, para que as famílias, mesmo as mais pobres, possam pensar por si sobre o planejamento familiar, surgem as propostas para facilitar tudo: a esterilização. Tenho um raciocínio matemático sobre os motivos que levam as famílias pobres a terem muitos filhos: Nós, os que temos alguma coisa a dividir, pensamos "temos 10 (dividendo) de patrimônio, dá pra dividir por 4 (divisor). Ok, vamos ter 2 filhos, porque fica com 2,5 (quociente) para cada um." Sabemos matematicamente que zero dividido por qualquer número é sempre zero. A família pobre, miserável, que vive com zero e tem zero para dividir não sentirá qualquer diferença em ter 1 ou 10 filhos. Ao contrário, pela lei das probablidades, tendo mais filhos a família, além de ter mais gente pra trabalhar (esmolar?) e compor a renda familiar, pode ter algum que melhore um pouquinho e ajude os outros.<BR/>Acho que se concordarmos com esses planos de combate aos efeitos e, pior, com essas idéias de violência à liberdade e à dignidade humana,logo haverá planos de combate à pobreza e ao crime que defenderão a idéia de incendiar uma favela, tirar crianças de mães pobres para dá-las a adoção, e outros absurdos.<BR/>A única saída é melhorar a educação, cultura, saúde e distribuição de renda (parece discurso político, né?) como forma de se combater as altas taxas de natalidade, o crime e outras mazelas sociais. Utopia? Sim. Mas se não direcionarmos o foco e contagiarmos os outros a realidade deixará essa utopia fica cada vez mais distante.Véio Gagá - BHhttps://www.blogger.com/profile/11038249294009206494noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143552392477426352006-03-28T10:26:00.000-03:002006-03-28T10:26:00.000-03:00Alessandra,A opinião que expresso é apenas a minha...Alessandra,<BR/>A opinião que expresso é apenas a minha. Sei que você quis dizer que sou influenciado pela Veja, mas ainda acho que ela tem muitas patologias no seu conteúdo (se bem que menos que suas concorrentes). O que quis dizer é que - não estou defendendo o sujeito - nem o Collor teve a audácia de tentar calar seu motorista desta maneira.<BR/>O risco de um órgão fiscalizador nos moldes que o nosso governo quer é termos uma imprensa ainda mais passiva em relação à sua sujeira toda. O Lulla já mostrou que tem vocação de Stalin.<BR/>Voltando ao assunto do meio destes posts (o documentário do MV Bill), não o havia comentado por não tê-lo visto (não vejo o fantástico desde a reportagem tendenciosa da morte do menino Diego). Vi apenas quando ele levou o garoto (já homem) ao Faustão onde a culpa de fazer parte do tráfico ser de todos, menos dele mesmo. Acho isso um desrespeito com todos os favelados e órfãos honestos, pois todos foram classificados como potenciais agentes do tráfico. Mas o maior problema é querer ser o dono da solução de todos os males do mundo. Nunca vi tanta gente falando tantas superficialidades como solução do problema. Após anos ouvindo que o usuário não era o problema, ele agora o é. Apenas gostaria de saber o que querem dizer com "acabar com o usuário".Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143507397409995932006-03-27T21:56:00.000-03:002006-03-27T21:56:00.000-03:00pedro e véio gagá, eu só queria acrescentar uma co...pedro e véio gagá, eu só queria acrescentar uma coisa em relação à questão de imparcialidade e formação de opinião.<BR/><BR/>acho que todo estudante de comunicação - como fomos eu e o pedro - escutou em algum momento de sua vida a seguinte frase: "pior do que não ler nenhum jornal é ler apenas um". essa máxima de professores e decanos de redação encerra uma constatação acerca do mito da imparcialidade. não existe imparcialidade, e admitir que todo relato forçosamente passa por um viés - qual seja - me parece um sinal de amadurecimento e humildade.<BR/><BR/>um dos mais lapidares exercícios dessa constatação me foi dado pela ficção, por meio do livro "crônica de uma morte anunciada", de gabriel garcía márquez. ele reconta um crime sob a ótima de diversos personagens, cada um contando a "sua" verdade. a mim, parece evidente que o olhar de cada testemunho sempre terá enxergado uma verdade própria, porque ao fato em si, à "verdade" estarão sempre associados os juízos de valor, as experiências anteriores, a moral de cada um.<BR/><BR/>isso porque estamos falando de um fato isolado - um crime. o que dizer de um emaranhado de fatos, como costumam ser as implicações políticas, econômicas, ideológicas, sociais de tantas questões que nos cercam?<BR/><BR/>na semana passada mesmo, pedro, você há de se lembrar de uma manchete da folha, que falava sobre o atendimento à população miserável por parte dos projetos sociais do governo. a notícia era clara, com números estampados, de que mais da metade da população nessa condição de pobreza tinha sido atendida por algum projeto social do governo, mas a manchete destacava exatamente a "quase metade" que (ainda) não foi. ora, quem leu só a manchete guardou o quê? o trato negativo do tema, posto que o positivo estava escondido no texto!<BR/><BR/>eu vejo a imprensa do brasil ainda muito imatura nesse sentido. busca-se a imparcialidade na forma, quando são evidentes os interesses defendidos no conteúdo. a imprensa nos países europeus me parece muito mais madura e transparente nesse sentido. na frança, todo mundo sabe que o le figaro é de direita, que o le monde apóia a esquerda. tenho certeza que o leitor de cada um desses jornais se afina com as idéias ali expostas mas, diante da transparência das posições, pode até se sentir mais à vontade para discordar delas. por quê? porque elas são claras!Alessandra Alveshttps://www.blogger.com/profile/12909683639408886910noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143496630346710082006-03-27T18:57:00.000-03:002006-03-27T18:57:00.000-03:00alessandra e véio gagá, pois é, nesta questão espe...alessandra e véio gagá, pois é, nesta questão específica do conselho de jornalismo eu fico mais com a alessandra...<BR/><BR/>conhecendo o jornalismo por dentro, tenho cada vez maior convicção de que ele necessita de auto-regulação, precisa sair dessa situação surreal de terra de ninguém (ou de "poucos alguéns"). não é possível, todo país normatiza suas profissões, toda profissão se auto-regula, como é que uma categoria pode pretender viver à margem da discussão interna das suas responsabilidades?<BR/>por coincidência, alessandra, tô lendo um romance do irvin yalom, "mentiras do divã", que tangencia isso que estamos falando. o autor é um psiquiatra/psicanalista, e o tema dos livros dele ("quando nietsche chorou" é o mais "famoso", até agora) costuma devassar um pouquinho a intimidade da profissão dele... neste novo, a certa altura, tem toda uma cena de uma reunião do conselho deles lá, com o objetivo de expulsar um psicanalista que supostamente transgrediu os códigos de ética da profissão. é uma carnificina, eles se engolem vivos uns aos outros, a bordo de muito ego e vaidade - e eu fiquei pensando, como é que justamente os jornalistas se "economizam" desse tipo de discussão interna? como é que ficam julgando e esfolando e se intrometendo com todo mundo do "mundo lá fora", enquanto zelam por se preservar corporativamente uns aos outros? ah, claro, melhor ficar esfolando só o lula e o caetano veloso do que ter que sequer cogitar a possibilidade de "cortar na própria carne", né?<BR/><BR/>véio gagá, eu acho que, em meio a muitos exemplos e casos defensáveis, tem muito capo do jornalismo clamando por "liberdade de expressão" para acobertar seus próprios abusos, autoritarismos etc. e, ok, concordo com você que se eles tivessem ética e responsabilidade nada disso aconteceria... mas, e se eles não têm?, e se não sabemos ao certo quais são os que têm e quais são os que não têm?, ou melhor, em que hora e momento fulano e sicrano estão agindo ou não com ética e responsabilidade? não há quem faça isso, os jornalistas simplesmente correm pelo pasto feito touros bravos indomados - e violentos, muitas vezes.Pedro Alexandre Sancheshttps://www.blogger.com/profile/07131381196986635010noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143488664089321322006-03-27T16:44:00.000-03:002006-03-27T16:44:00.000-03:00Alessandra e PAS, fico feliz se pude contribuir co...Alessandra e PAS, fico feliz se pude contribuir com o debate. Concordo plenamente com vocês, mas não acho possível submeter a imprensa a um conselho, ainda que auto-regulamentador. Acho a liberdade de expressão, com a devida responsabilidade e respeito à liberdade das pessoas ou grupos (situação ideal, até utópica, né?) o modelo norteador. Para isso são necessários editores éticos e isentos, despidos de preconceitos, o que sabemos não é assim. O cerne da questão está em um ponto que você, Alê, tocou: a "formação de opinião", que a mim soa mais como um eufemismo para "imposição da opinião". Embora grande parte da imprensa mundial "forme opinião", no Brasil, até pelo fato de nós brasileiros ão termos a necessária formação cultural e intelectual, a imprensa consegue formar mais opinião do que no resto do mundo.<BR/>E aí, na "formação de opinião" é que reside o problema. Se a imprensa fosse realmente informadora e isenta, deixaria a seu público a tarefa de formar a própria opinião. Pra mim, o papel da imprensa - claro que nunca em colunas de opinião, onde o colunista tem liberdade para expressar a sua, individual - seria primeiro de informar com ética e isenção, bem como de refletir a opinião da sociedade. Nunca poderia ter o papel nocivo de "formadora de opinião". Afinal, se deixarmos os outros formarem livremente nossa opinião, ao acharos que o que lemos ou vemos é sempre isento e verdadeiro, e assim nos apropriamos fazendo nosso um juízo por vezes deturpado pelas convicções ou preconceito, o que será de nós?Véio Gagá - BHhttps://www.blogger.com/profile/11038249294009206494noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143486594428461752006-03-27T16:09:00.000-03:002006-03-27T16:09:00.000-03:00véio gagá, faço minhas as palavras do pedro. a sua...véio gagá, faço minhas as palavras do pedro. a sua colocação jogou luz sobre um aspecto que nós não tínhamos tangenciado. levando a questão da "franqueza" para o cotidiano, eu mesma já tinha me debatido muito com isso. sabe aquele tipo de gente difícil de se relacionar, que fala o que dá na telha, é habitualmente descortês, deselegante e em grande modo temido por seus pares? sabe esse tipo de gente que distribui patadas sem escolher o alvo e depois vem sempre com a mesma cantilena - "não faço por mal, esse é o meu jeito"... então, quando topo com gente desse tipo, sempre costumo entender essas justificativas como "ok, esse é o seu jeito - grosso, sem educação e anti-social". acho incrível como esse comportamento às vezes é relevado por parte das pessoas com quem o "franco" se relaciona. e esses benevolentes aceitam a franqueza, a grossura, a falta de tato dessas figuras difíceis com muletas do tipo: "ah, mas ele é tão competente" ou "no íntimo, é uma boa pessoa".<BR/><BR/>essa reflexão cotidiana, me parece, serve para as instâncias macro da sociedade. ora, aceitamos ser objeto de piada, chacota e até humilhações diversas se isso vier de meios de comunicação consagrados, de "formadores de opinião", como se a mídia tivesse salvo conduto para falar o que quiser, como quiser, sem medir as conseqüências do que faz.<BR/><BR/>acabamos, aqui e no blog do pas, nesse ponto da conversa, convergindo para a questão do conselho federal de jornalismo, tido como afronta, como meio de censura e cerceamento do pensamento, projeto natimorto, em grande medida, pela pressão despropositada que a mídia fez dele.<BR/><BR/>vou explicar porque considero a pressão despropositada, lembrando um exemplo que me parece correlato. a atividade da publicidade, no brasil e em outros países, criou um órgão de auto-regulamentação justamente para que seus próprios pares possam debater e eventualmente coibir abusos. no brasil, esse órgão é o conar e isso funciona muito bem na prática, e isso é regulado pelos próprios profissionais da área. não tem conversa: uma campanha publicitária que possa ser considerada ofensiva a um grupo de pessoas, se ganhar uma representação no conar, vai a julgamento e, dependendo da decisão do órgão, pode sair do ar.<BR/><BR/>eu considero isso uma demonstração de amadurecimento, de ética, de responsabilidade. ao se opor a um órgão regulador (poderia ser auto-regulador, mas os veículos não quiseram nem discutir a respeito!), o que a imprensa quer não é um salvo conduto? um passe livre para falar o que quiser e não responder por isso?<BR/><BR/>alguém poderia dizer que isso existe, são os processos de calúnia, injúria e difamação, mas acho que parece muito evidente que a velocidade do sistema judiciário não comporta a velocidade da informação, cada vez mais. o estrago que se pode fazer na vida de uma pessoa (lembram do caso da escola base?) não se afina com os prazos da justiça, e um órgão regulador traria mais agilidade e, na minha opinião, mais eficiência a esse processo.<BR/><BR/>daniel, eu tenho pouco a acrescentar em relação ao que o pedro lhe disse diretamente, só diria mais uma coisa, mesmo correndo o risco de ser professoral e/ou arrogante: examine o seu discurso e veja se você não está só reproduzindo a opinião de um veículo de comunicação que pode não ter o interesse apenas de informar você, mas seus próprios interesses como empresa, como grupo empresarial forte que eventualmente se sente desprestigiado ou mesmo desfavorecido pelo atual governo federal.Alessandra Alveshttps://www.blogger.com/profile/12909683639408886910noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143471251501110202006-03-27T11:54:00.000-03:002006-03-27T11:54:00.000-03:00véio gagá, achei extraordinária a sua exposição!!!...véio gagá, achei extraordinária a sua exposição!!!! eu nunca tinha pensado nisso, nesse parentesco da "franqueza" com a "liberdade de expressão". concordo e digo um pouquinho mais: o que tem de autoritarismo e pretensão totalitária disfarçados de "liberdade de expressão", especialmente nos territórios da "grande mídia", é algo colossal, assustador, monstruoso. acho a idéia que você lançou importantíssima, se a gente não denuncia essas contradições nos discursos que ouve por aí, a gente só colabora para alimentar dogmas de falsa liberdade e mais e mais e mais autoritarismo...<BR/><BR/>aí, puxa, daniel, não quero ficar pegando no seu pé, mas acho que você parte um pouco para isso ao usar o caseiro e criticar seletivamente o "milionário que financia o presidente". os que supostamente estão "defendendo" o caseiro também não o usam de modo sórdido, para atacar eleiçoeiramente o presidente? e os milionários do conglomerado psdb-pfl, que manipulam sordidamente caseiros e patrões de caseiros, esses não merecem sua crítica? ora...Pedro Alexandre Sancheshttps://www.blogger.com/profile/07131381196986635010noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143224006950570602006-03-24T15:13:00.000-03:002006-03-24T15:13:00.000-03:00A liberdade de expressão só funciona em um Estado ...A liberdade de expressão só funciona em um Estado de Direito. Infelizmente o Brasil está longe disso.<BR/>Quanto a querer culpar a direita pelo politicamente correto, também, é asneira. Quem oprime, impede o crescimento do país, cala um coitado que quer falar o que sabe e impede que se invertigue um milhonário que financia o presidente é a esquerda.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143174533204903692006-03-24T01:28:00.000-03:002006-03-24T01:28:00.000-03:00Alessandra, vou dar o pontapé inicial, deixando o ...Alessandra, vou dar o pontapé inicial, deixando o desenvolvimento por conta dos amigos (desculpem a intimidade, mas com vocês - amigos virtualmente reais - eu tenho mais oportunidades de exercitar o pensamento do que com muitos amigos presenciais, mas isso é outro assunto).<BR/>Vamos lá então: Liberdade de expressão X desrespeito = franqueza X grosseria<BR/>Explico. A liberdade de expressão, assim como a franqueza, quando anunciadas previamente ou invocadas posteriormente, funcionam como máscaras por trás das quais se escondem o desrespeito e a grosseria.<BR/>Antes vou derivar um pouco, que é meu forte. Quem já não foi vítima de uma grosseria dita por alguém que propaga ser "muito franco"? Estorinha: Você encontra com alguém, começa um assunto e, do nada, seu interlocutor diz: "Desculpe". Você pensa: "Ih! Já começou pedindo desculpas..." e ele continua: "Você sabe que eu sou muito franco." Você pensa: "Lá vem..." Batata! Você recebe uma paulada direto na moleira, no seu ponto fraco: "É que você está...", ou então: "Não tem nada a ver você...", ou ainda: "Eu não queria te dizer, mas o(a) fulano(a)..."<BR/>A franqueza é uma virtude, uma coisa objetivamente boa por si só, e como tal, não precisa ser desculpada, e tampouco anunciada antes ou invocada depois de um comentário. Só se o "franco" quiser usar o escudo de uma virtude para dizer ou fazer algo que passa longe disso. Se foi realmente feito com franqueza e respeito, o interlocutor identificará sem que se necessite de desculpas ou invocação.<BR/>Da mesma forma ocorre com a liberdade de expressão. Quando se tem que a invocar é porque se vai desrespeitar alguém.<BR/>E qual a diferença entre esses escudos? Um é usado entre particulares (a falsa franqueza), normalmente entre quem se conhece; o outro escudo (a falsa liberdade de expressão) é mais abrangente, servindo para dar sustentação a uma afirmação de caráter negativo de alguém ou de uma coletividade para um público indeterminado.<BR/>Como impor limites? No caso da falsa franqueza, sendo realmente franco com o autor da grosseria: "Isso não é franqueza, é grosseria" ou mais polidamente: "Cuidado com sua franqueza, os outros podem não gostar." ou, chutando o balde: "Pô! Tu é chato, hein?". Pronto. <BR/>E no caso da falsa liberdade de expressão, que é um salvo-conduto para a liberdade de ofensa? Aí é que a coisa complica, até porque entra algo imensurável que é subjetividade dos ofendidos. Voltamos então a uma aflitiva questão contemporânea. Ao mesmo tempo em que lutamos para sermos politicamente responsáveis (vou começar a usar esse termo) e educarmos nossas crianças para isso, também lutamos para defender o conceito objetivamente bom da liberdade de expressão. Só que alguns usam deste conceito objetivamente bom para fazer algo objetivamente ruim, como ofensas a pessoas, grupos, etc. E se titubeamos quando questionados sobre a concordância ou não com a liberade de expressão, somos colocados em cheque. "Mas se você concorda com a liberdade de expressão, por que discorda disso?" Claro! Na visão dos que convenientemente se escondem atrás do que seria o real e bom conceito de liberdade de expressão, não se pode admitir relativização. Ou ela (a liberdade) existe ou não. Até porque, no conceito deles, o bem maior é a liberdade de expressão, e a consequência disso pode até ser um mal menor (uma ofensa - que nunca vai ser reconhecida como tal, é lógico - a pessoas, grupos ou minorias).<BR/>Mas não se trata de relativização, mas sim de responsabilização, de se dar o real valor a cada bem jurídico tutelado. Ambos (liberdade de expressão e o indivíduo) encontram proteção constitucional e infra-constitucional, porém o indivíduo, com sua liberdade e sua honra, é o bem maior, sem dúvida. No entanto os ofensores fazem os incautos crerem que a liberdade deles, ofensores, é que seria o bem maior, a "prioridade", por assim dizer.<BR/>E tanto a proteção ao indivíduo (sozinho ou um grupo) é o bem maior, que todos sabemos que é garantido a todo indivíduo - ou grupo - ofendido em sua honra pleitear judicialmente a reparação.<BR/>Conceitualmente é assim. Mas e na prática? Aí é que a situação se complica, pois o Estado (leia-se o Poder Judiciário), além de todas as mazelas que já conhecemos, não está preparado para lidar com aspectos que envolvam a subjetividade do ofendido, preferindo avaliar a repercussão externa da ofensa, ao invés de levar em conta o grau de má-fé do ofensor, para aplicar a justa punição a este último (isso quando há punição efetiva!). E com isso os falsos defensores da liberdade de expressão deitam e rolam...<BR/>Lá vou eu com um exemplo pessoal: Vi numa entrevista do Heródoto Barbeiro o seguinte: Um americano foi à Suprema Corte e apresentou uma pedido formal de autorização para publicar um site de pedofilia. A Suprema Corte o autorizou. No mesmo dia, o pedófilo foi preso. Apresentando a autorização da Suprema Corte em Juízo, lhe foi dito: "Você pode fazer o que quiser, desde que assuma as consequências dos seus atos. Nesse caso, a consequência é a prisão."<BR/>Entendo que a questão da liberdade de expressão tem a ver com a assunção das responsabilidades decorrentes dessa liberdade, que não são poucas. Mas para que possamos evoluir nesse sentido e estabelecer a liberdade de expressão com responsabilidade, muita água há de rolar.Véio Gagá - BHhttps://www.blogger.com/profile/11038249294009206494noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143172852276618462006-03-24T01:00:00.000-03:002006-03-24T01:00:00.000-03:00This comment has been removed by a blog administrator.Véio Gagá - BHhttps://www.blogger.com/profile/11038249294009206494noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143146338115270732006-03-23T17:38:00.000-03:002006-03-23T17:38:00.000-03:00idelber, obrigada pelos comentários, pelo link e p...idelber, obrigada pelos comentários, pelo link e pela menção ao meu blog no seu! <BR/><BR/>importantíssima sua colocação sobre a "origem" do politicamente correto. eu nunca tinha pensado por esse ângulo. tenho repetido a idéia de que a repulsa (às vezes até coerentemente defendida) às posições politicamente responsáveis é típica do "macho adulto branco", ao sujeito mais ou menos inatacável. quem é ou se sente minoria, em qualquer circunstância e grau, começa a ter mais sensibilidade para isso.<BR/><BR/>resisto a fazer uma linha direta aqui, pois tenho lutado bravamente para não cair em dicotomias, no preto 100% ou no branco total radiante, enxergando mais e mais tonalidades de cinza (e nesse sentido a discussão no blog do pas tem sido muito significativa para mim). mas caio em tentação, sim: o pensamento que sustenta essas agressões, como a desmoralização do conceito de correção política, é a ideologia dos dominantes, da elite, da casta que valoriza "competências" e ignora carências. indo por essa linha (talvez perigosa) posso bater de frente até mesmo com o conceito de liberdade de expressão, que outros debatedores já alinhavaram por aqui e que parece ser um dos dogmas da chamada "nova direita".<BR/><BR/>e aí, idelber, pedro, fabio, vange, daniel, véio gagá, guilherme, o que vocês acham: até onde vai a liberdade de expressão e onde começa o desrespeito?<BR/><BR/>Anônimo: ????Alessandra Alveshttps://www.blogger.com/profile/12909683639408886910noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143084092000793432006-03-23T00:21:00.000-03:002006-03-23T00:21:00.000-03:00Credo, Pedro!!!!!!Nossa!!!!!hoje em dia está muito...Credo, Pedro!!!!!!<BR/>Nossa!!!!!hoje em dia está muito difícil diferenciar a burrice da má fé, mesmo!!!!!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143082961917700242006-03-23T00:02:00.000-03:002006-03-23T00:02:00.000-03:00alessandra, discussão quente!, até o idelber ressu...alessandra, discussão quente!, até o idelber ressurgiu! (ê, idelber, saudade do seu blog!)<BR/><BR/>então, eu concordo com tudo que o daniel falou, menos com um aspecto. assim como você, daniel, também fico titubeante e indeciso diante dessa história de mudar a letra das canções - não sei direito o que pensar sobre, tô tentando tirar conclusões com ajuda da discussão aqui. mas não tenho dúvidas de que temos mais é que botar o pau do gato na berlinda, sim, e não acredito que tenha qualquer dimensão perigosa o acréscimo de uma letra singela para uma cantiga de roda que tinha uma letra nada singela (disse acréscimo, porque evidentemente a letra antiga não vai se extinguir, simplesmente porque algumas pessoas passaram a cantar diferente, né?). não acredito que a letra singela de "(não) atirei o pau no gato" tenha o poder de colocar nenhuma criança numa redoma de vidro. sabe por quê? porque não dá para colocar numa redoma de vidro quem já mora numa redoma de vidro... porque vocês não acham que as crianças das classes sociais de médias para cima (ou seja, as classes de provavelmente todos nós aqui) já vivem em grande medida confinadas a redomas de vidro - a redomas de vidro blindado, de grades de ferro, de medo de seqüestro, de shopping center, de condomínio fechado, de porteiro eletrônico, de segurança na esquina, de vigilância no colégio particular? nesse cenário dantesco, dá até dó do pau do gato...<BR/><BR/>também concordo com o daniel no incômodo pelo termo "afro-descendente" - mas, ei, quem aqui usa ou usou esse termo recentemente? eu não uso, e até hoje, ainda bem, nenhum "afro-descendente" ainda me repreendeu por eu dizer "negro"... aí acho legal mirar esse aspecto que o idelber trouxe, de a própria discussão em torno do tal "politicamente correto" ter sido inventada e inflada artificialmente justamente por quem quer desmerecer as causas por trás dos rótulos caricaturais (ou seja, a "direita", como observou o idelber)... <BR/><BR/>alessandra, linda a frase do seu pai! linda também a da sua professora, "se não tivesse água na sua casa, você também não seria limpa"... se tivesse pau em casa, será que eu atirava no gato?Pedro Alexandre Sancheshttps://www.blogger.com/profile/07131381196986635010noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143060834266429222006-03-22T17:53:00.000-03:002006-03-22T17:53:00.000-03:00como eu disse no post original, vange, esse seu te...como eu disse no post original, vange, esse seu texto exprime a minha opinião sobre a questão do "politicamente responsável" e isso que você reforçou, sobre como é inócua a discussão em si eu também assino embaixo. importante é a reflexão de cada um, a mudança de posição, a prática, o exemplo.<BR/><BR/>meu pai costumava falar uma frase acerca disso: "na china, as crianças falam chinês". quando instado a explicar o que queria dizer, ele completava: "porque aprenderam com os pais". aí chego a um ponto que o pedro levantou, sobre aquilo que o fabio falou.<BR/><BR/>eu entendo que nós sempre tenhamos a tendência do empirismo - tivemos tal experiência, generalizamos a partir dela. mas eu concordo com o pedro, fabio, e convido você a refletir sobre isso também. eu, você, o pedro, todo mundo aqui, ao que parece, cantou atirei o pau no gato e não se tornou torturador de animais, mas nós tivemos exemplos. nós tivemos pais.<BR/><BR/>remetendo novamente ao documentário do mv bill, que eu não vi (estou louca para ver, se alguém souber como, please...). uma informação que aparece lá, pelo que eu vi, é o fato de que a maioria desses meninos não têm ou não conhece o pai. como ter exemplo de algo que não existe?<BR/><BR/>alguém poderia dizer que há muitos órfãos de pai, criados só pela mãe, por avós, outros parentes ou por outras pessoas que nem por isso viraram marginais. mas eu lembro que, mesmo nesses casos de ausências, o que prevalece é um sentimento de família, que essas crianças não têm.<BR/><BR/>isso me faz lembrar duas historinhas. de novo, remetendo ao meu colégio de freiras. lembro de uma aula de história em que uma aluna fez referência à "falta de higiene" do povo nordestino. a professora foi firme e direta: "se não tivesse água na sua casa, você também não seria limpa". (daí quero ver alguém me dizer que o lula está fazendo pouco no governo. só por esse projeto de cisternas no nordeste, que sempre me faz lembrar dessa história, eu acho que ele merece, no mínimo, respeito).<BR/><BR/>a outra história é do seu jorge, durante uma entrevista no roda viva. para quem não sabe, o cantor, compositor e ator seu jorge foi morador de rua. ele conta a história da família dele, vítima de uma chacina, e de como se transformou de pária da sociedade em artista cult. mas ele faz questão de não ser tomado como exemplo de "perserverança", "força de vontade" ou coisa que o valha. ele tem consciência de que o caso dele não serve de medida. a regra é o morador de rua se tornar um marginal, não um artista, e não por falta de vontade.<BR/><BR/>nós, letrados, com todos os dentes na boca, com acesso à internet, politicamente responsáveis não somos a medida do mundo. os meninos do documentário são.Alessandra Alveshttps://www.blogger.com/profile/12909683639408886910noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143046397830766402006-03-22T13:53:00.000-03:002006-03-22T13:53:00.000-03:00Acho muito mais proveitoso indicar à criança os ca...Acho muito mais proveitoso indicar à criança os caminhos certos que colocá-la em uma redoma de vidro. Melhor saber que existem pessoas que "atiram o pau no gato" e saber que isso está errado. Ou que não se deve fazer algo só porque está em uma música.<BR/>Colocar a criança numa "redoma de vidro" não vai evitar que ela entre em contato com letras de música com apologias a drogas e violência. Melhor deixar que ela cante a música original sabendo que é apenas isso, uma música.<BR/>Quanto a armas de brinquedo, deve-se apenas instruir a criança que aquilo pode ser perigoso. Que ao encontrar uma arma ela deve chamar um adulto antes de manuseá-la. Pois uma criança que nunca teve nenhum contato com armas, que nem sabe da existência delas, ao encontrar uma, eventualmente, vai ficar curiosa e daí podemos ter um acidente.<BR/>Quanto ao politicamente correto, chamar um negro de negro de modo respetável é melhor que chamá-lo de afro-descendente e achincalhá-lo ou "ferrar" ele depois.<BR/>Agora, no caso levantado de chamar um homossexual de bicha, já muda um pouco a coisa. Já falei palavrões para outros, quando fui ofendido também, mas nunca usei a condição racial, social ou sexual para isso.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-21659023.post-1143037500875900722006-03-22T11:25:00.000-03:002006-03-22T11:25:00.000-03:00fabio, ok, mas me diz uma coisa... você viu o docu...fabio, ok, mas me diz uma coisa... você viu o documentário do mv bill no "fantástico" domingo? legal, você teve e tem livre arbítrio e discernimento para não atirar o pau no gato, não ser racista enrustido nem empunhar arma "de verdade". e aqueles meninos lá do documentário, você acha que eles estão entrando na "competição" em pé de igualdade com você? por que é que, nesta nossa sociedade "cordial", você (nós) tem amplo acesso e direito ao livre arbítrio e ao discernimento, enquanto seus (nossos) coleguinhas lá da favela não têm nenhum direito além daquele dito pelo menino de 10 anos de idade ("se eu morrer vai nascer outro que nem eu, se eu morrer vou descansar")? <BR/><BR/>eu quero dizer: adianta a gente se refugiar na tese de que "tive revólver de brinquedo quando criança, mas votei pelo 'sim' ao desarmamento"? essa crença redime algum menino da favela? ou só "redime" (ou simula que redime) a gente mesmo? <BR/><BR/>mas aí, no modo como você descreve a questão, quem "subtrai" e "controla pensamento" é justamente quem se contrapõe aos velhos mesmos modos de controle e de subtração de sempre, que no brasil valem há 506 anos? ora, ora...Pedro Alexandre Sancheshttps://www.blogger.com/profile/07131381196986635010noreply@blogger.com